spoiler visualizar.avi0 21/09/2021
O que sempre vou lembrar
Não é exatamente um dos livros mais subversivos ou com um dos finais mais catárticos que eu já li, mas é ótimo no que se propõe a fazer e, portanto, memorável. É uma leitura tão fácil que demorei para perceber que tinha chegado ao final. É uma breve história focada em adolescentes que seria muito comum se não fossem pelos personagens LGBT+ extremamente cativantes e seus conflitos inerentemente relacionados a essas suas caraterísticas.
O Tony e o Kyle terminaram sendo meus favoritos justamente pelo seu desenvolvimento ao longo da trama e os assuntos que eles mesmos abordam, sobre descoberta, identidade e enfrentamento. Mas com certeza se não fosse pelo equilíbrio que a história do Paul e do Noah e tantos outros personagens secundários trazem enquanto vivem numa cidade - para o ano de 2003 - utópica, onde ninguém se importa com o gênero de quem estão se relacionando e vivem relações normais, talvez minha reação a eles teria sido diferente. Coisa que me leva a crer que quase tudo nesse livro, narrativamente falando, se encaixa muito bem.
No máximo algumas ressalvas em relação a forma que o conflito da Joni se resolve, mas fora isso tive muitos momentos que ficaram marcados positivamente na minha cabeça - o final na clareira, o primeiro encontro, as conversas numa língua estrangeira, todos aqueles que envolvem o planejamento do baile - e adorei a escrita bem-humorada do David Levithan.