spoiler visualizarJuliana.Berçot 05/03/2019
Faltou alguma coisa...
Eu não estaria digitando essa resenha se não achasse tão importante dizer o que achei sobre o primeiro livro de V.I Keeland que tive em minhas mãos.
Fiquei tão agoniada para terminar e expor um pouco da minha opinião sobre tudo, que o final da história não me preencheu de alegria. Entendo que não foi somente o final em si; a sensação de desgosto veio muito antes disso.
Vamos aos pontos:
1- Não sei se o erro foi da escritora, da tradutora, revisora, ou até mesmo de um erro total literário, se é que posso dizer assim, mas o excesso do pronome “eu” nas frases me deixou incomodada. Reduzir algumas partículas durante o processo da revisão é muito importante antes de colocar a disposição para os leitores...
Obs: Não foi legal ver dois “Nicos” numa mesma frase só para enfatizar uma ação. (Isso me fez perguntar se era o mesmo Nico) Achei um tanto confuso.
2- Erros de regência verbal, coerência e orações. “Onde você vai?” ... Se estiver indicando movimento, deveria colocar “Aonde”. Tem uma frase no texto que ele fala sobre uma coisa, e de repente, usa o “mas” para discordar... Mas no contexto, não precisava usar essa adversativa, visto que ele já havia feito à discordância sobre o que sentia anteriormente. Ficou meio sem sentido ter duas frases dizendo a mesma coisa, sem nenhuma oposição recorrente entre elas.
3- "Ela foi ao banheiro e depois voltou". Logo em seguida, teve outra construção de frase. Caramba, se ela foi ao banheiro, defina o que ela foi fazer lá. Ou então, nem precisava escrever em um curto período de tempo para depois começar outro assunto. A propósito, imaginei ter sentido a falta de outras frases em diferentes espaços no texto, principalmente no final de cada página. Parecia que estava incompleto.
4- Amor instantâneo. Nunca tinha visto uma mocinha ficar tão excitada só de olhar para o cara na primeira vez que o vê. Fora que ela já tinha um relacionamento com outro. Não me convenceu no mesmo instante. Foi tão artificial quanto um clichê de filme de sessão da tarde.
5- Sexo exagerado. Pelo amor de Deuuuuuus. Além de serem muito rápidos no envolvimento, eles praticamente fizeram sexo umas seis vezes no livro, o que pra mim deixou bastante cansativa a sensação de ter alguma esperança de amor verdadeiro. Os sentimentos ficaram de lado. Para o final. Poxa, o que é o sexo quando tudo dá errado? O que é o sexo quando você precisa de apoio para suas maiores frustrações? Ele é só um mero acessório. Bem, eu sei que sexo é vida, que sexo é importante e maravilhoso, mas senti falta de amor próprio entre a personagem feminina. Afinal... Se tirar os músculos dele, o que pode sobrar na mente de quem você nem conhece?
6- Faltou algum tipo de suspense, alguma coisa para fazer o livro andar depois das primeiras 80 páginas. Não tive muita vontade de devorar o livro, de saber o que acontece desde então, pois a relação ficou apenas entre eles boa parte do enredo.
7- Nico foi um ótimo personagem. Elle também. Mas não senti amor entre os protagonistas. Senti apenas uma paixão avassaladora, com direito a algumas palavras torpes, “fodas” a qualquer hora e partes íntimas molhadas ... Sem falar do meu descontentamento do pedido de casamento e o epílogo acelerado.
Obs: uma hora ela andava pelo altar, na outra estrofe ela andava de mãos dadas com ele e depois já está no Havaí... E fim.
8- “Este homem” foi repetido diversas vezes além dos excessos de mesmos adjetivos como sorriso diabólico e chutes na bunda de qualquer pessoa que entrava na narrativa. Poderia ter enriquecido mais o vocabulário das expressões... É o que todo leitor espera.
9- A mesma expressão que a autora usava para ele, usava também para ela. Como “autopiedade” por exemplo. Sugestivamente, eu não usaria a mesma expressão de um termo para outro personagem, porque dá impressão de que realmente existe uma autora, não personagens com pensamentos próprios e únicos. Até por que eles são diferentes. Todos nós somos.
10- Apesar de a escrita ser simples e gostosa para qualquer pessoa, a história deveria ter sido mais aprofundada nas fragilidades de Elle, bem como na superação de Nico. Ou seja, faltou vamos dizer, uma história equilibrada... Aquela que você chora pelo menos um pouquinho?
11- O final pra mim foi um divisor de águas quando percebi uma crítica meio infundada da autora ao dizer que Elle estava com um sexy campeão lutador dos pesos pesados e não um príncipe encantado “Maricas”... Ah por favor. Como se a força de um homem de pesos pesados fosse à única salvação para uma mulher e que atitudes de um príncipe encantado não tivessem o devido valor. Não vamos confundir a realidade com a ficção, afinal de contas, uma mulher precisa de real romantismo, não somente de flores (clichês) que um lutador envia de vez em quando em seu escritório. Nico Hunter não é mais homem do que os outros por ser tatuado, bruto, lutador e tudo mais.
12- Por fim. Uma boa história, bons personagens, boas alternativas para superação. Gostei quando ele fez algo fofo para ela no final. Mas não esperava encontrar tantos pontos críticos em um único livro. Mas valeu a leitura.
Nota 3.