Bel * Hygge Library 16/09/2020Somos todos pecadoresO livro começa com uma introdução do autor de conteúdo autobiográfico, na qual detalha o cargo que ocupava. E foi quando trabalhou como superintendente da alfândega que encontrou a ideia para o romance. A introdução é cansativa e prolixa, todavia, vale a pena conhecer de onde veio a inspiração para essa história.
O romance começa com Hester Prynne saindo da prisão segurando sua bebê, Pearl. Ela foi considerada adúltera, por conseguinte, pecadora, por ter engravidado um bom tempo depois que chegou à cidade. Era de conhecimento da população que era casada, entretanto, ninguém sabia se o seu marido estava vivo ou se havia morrido no mar. Com isso, ela é obrigada a confeccionar um adereço para pregar às suas roupas e usá-lo pelo resto da vida, como um símbolo marcado a ferro quente pelo pecado cometido. O adereço é uma leta A vermelha e com fios dourados. Depois que sai da prisão, Hester Prynne é castigada a ficar sobre uma plataforma em público para que todos a vejam, assim como a marca de seu pecado e, é claro, a julguem. A partir desse ponto, acompanhamos como Hester Prynne vive às margens da sociedade, sofrendo com julgamento e as consequências de seus atos. O romance possui um toque sobrenatural que dá um clímax incrível mais próximo do final da história.
É de impressionar o quanto esse livro é transferível e aplicável aos dias de hoje, e como se relaciona com a cultura do cancelamento, a capacidade/permissão que as pessoas ACHAM que possuem de julgar as atitudes do outro, mesmo sem ao menos conhecer o contexto ou saber se, de fato, a pessoa errou, e sem, também, antes fazer uma auto-crítica e auto-julgamento, analisando se age pior ou não que a pessoa referida. É a necessidade de apontar constantemente o erro do outro para parecer mais santo perante outros e si mesmo.
Quando li a cena na qual Hester Prynne é colocada sobre a plataforma para ser vista e julgada pelo seu pecado, pensei comigo se não seria a internet essa nova plataforma dos dias de hoje, expondo pessoas, às vezes, injustamente, rotulando-as e julgando-as. No fim, achei o livro um verdadeiro tapa na cara, uma lição para essa geração atual.
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