Paulo 31/08/2023
Amor canino, solidão humana
É um mangá que traz uma história leve e comovente. Na verdade, duas histórias que se entrelaçam.
A primeira é a de um senhor, gravemente enfermo, que, após se divorciar de sua esposa, parte com seu cão chamado Happy para uma viagem de carro no interior do Japão. Esse senhor, chamado de “papai” pelo cãozinho, era um marido omisso que não ouvia sua esposa e não sabia como lidar com sua filha Miku. Somente se relacionava bem com o cãozinho.
Sem dinheiro e após ser furtado por uma criança de rua a quem ajudara, “papai” falece em um descampado ermo. Happy permanece fiel a ele, mesmo falecido, e morre no local meses depois.
A segunda é a de Okutsu, assistente social que investiga a morte de “papai” e de Happy. Okutsu vivia com os avós, que faleceram e lhe deixaram um cão.
Ao contrário de “papaí”, Okutsu levava uma vida familiar equilibrada com seus avós, mas desprezava seu cachorro. Tocado pelos acontecimentos de “papai” e Happy, veio dar valor ao seu animal quando este já estava bem velhinho, próximo à morte.
Eu sou tutor de uma cadela chamada Ramona e a história sob a perspectiva do cachorro me tocou. Por outro lado, desaprovo a conduta omissa de “papai”, que não conseguia se relacionar com sua família e transferia seu afeto para o animal. Pelo menos ele tinha o cãozinho para aplacar sua solidão.