carolina :) 24/06/2022
"[...] é como Gabriela, existe, e isso basta."
O cheiro de cravo nos acompanha durante toda a leitura, mesmo que nem tão cedo nos seja apresentada, Gabriela vem desde as primeiras páginas introduzindo sua presença ainda oculta.
Interessante demais como o autor julga atitudes patriarcais, violências e muitas das crenças do século XX.
Jorge Amado, aqui, soube equilibrar história, humor e romance. Acompanhar Ilhéus e suas tramas, o tempo de progresso vindo do cacau, indas e vindas de personagens com suas inconfundíveis personalidades, mas, no final, quem deixa os rastros e vem com uma rosa no cabelo, é ela, Gabriela.
Alma livre, de menina-mulher; não tente coloca-la dentro dos padrões pois ela não é nada além dela mesma, inteira em sua autenticidade. No fundo, todas nós devemos ter um quê de Gabriela, viver a verdade dos nossos corações, viver ardente.
Quem resiste a sua beleza, seu cabelo desengonçado ao vento, suas comidas, simplismente sua fluidez de ser Gabriela? Ela, inspiração pra mim, vem nos dizer que sem esforços, sem tentar nos encaixar em lugar nenhum, nossa melhor forma de ser é sendo nós mesmas.
Seu Nacib (Moço Bonito!), se encanta pelo cheiro alucinante de cravo e cor de canela queimada; e é uma felicidade acompanhar o desenrolar desse romance cheio de saberes do amor e da paixão.
Acompanhar essas páginas foi bom demais,
Ainda não sei bem definir esse livro,
Só sei que ele é todo cravo e canela;
De onde vem? Vem de Gabriela.