Dayana116 08/05/2022Conclui minha segunda leitura temática antes do lançamento da séria do Obi-Wan no final de maio.
Quantas oscilações de humor durante a leitura desse livro! Primeiro tivemos um prólogo frenético que me fez acreditar que aquele seria o tom da narrativa, porém depois somos arrastados por quatro longos capítulos onde nos são apresentados as outras personagens que ajudarão a contar a história desse livro: A’Yard, líder uma tribo do povo da areia, Annileen Calwell, dona do armazém local e Orrin Gault, fazendeiro de umidade e líder e empreendedor do “chamado dos colonos”.
Embora estes primeiros capítulos não sejam tão empolgantes (especialmente porque nosso protagonista não dá as caras) são capítulos importantes e preparatórios para o desenvolvimento enredo. A partir daí nosso Jedi exilado é introduzido na comunidade local após salvar a filha de Annileen de um acidente envolvendo costas carvalhos desgovernados e um ameaçador poço de Sarlac. Obi Wan não consegue evitar ajudar alguém em perigo (os Jedi não conseguem evitar!), porém isso também acaba colocando a sua missão em Tatooine em perigo visto que ele deve se manter o mais discreto possível para não chamar a atenção do Império, Mas aos poucos ele vai conduzido os eventos de modo que ele consegue sair apenas como o “Ben louco” e ainda assim salvar a família Calwell, os demais colonos e o povo da areia.
Por falar em povo da areia me surpreendi porque já nesta época (o livro foi lançado originalmente em 2013) o universo expandido já trabalhava para “humanizar” o povo da areia. Não é algo tão recente assim como eu imaginava (por conta das séries do Mandaloriano e Boba Fett), mas algo que já vinha sendo construído bem antes. Inclusive, A’Yard foi a personagem mais interessantes de todos os personagens do livro. Desde o capítulo um minha antipatia estava voltada para os colonos, especialmente para Orrin Gault e minha intuição estava correta quanto a este personagem.
Entre os altos e baixos do livro devo confessar que o pseudo romance de Annileen e Ben Kenobi está entre os pontos mais baixos do livro, desnecessário e por vezes irritante. Entre os pontos altos do livro, eu apontaria os momentos de meditação de Obi-Wan. O livro é narrado em terceira pessoa e sabemos bem pouco do que se passa na mente de Obi-Wan ao longo da narrativa, exceto pelos momentos de meditação (narrados em primeira pessoa) onde Obi-Wan tenta contato com seu mestre Quin-Gon Jinn através da força. Nesses breves momentos conhecemos suas reflexões sobre os eventos atuais, aqueles que o levaram ali, sua missão em Tatooine e até, por exemplo, o motivo por trás da escolha do nome Ben (era como Satine o chamava).
No final, depois de tantos momentos intensos de interação com os colonos, Kenobi entende que ele realmente precisa ficar mais recluso. Ele já não é mais o Obi-Wan Kenobi, agora é Ben Kenobi. Ele tem uma missão.