Letícia Dorneles 20/11/2021
Hayden e Sam são melhores amigos, ou melhor, os únicos amigos um do outro. Os mesmos sofrem bullying constantemente, por um grupo formado por Travor, Jason e Ryan, o irmão mais velho de Hayden.
Após uma briga entre eles em uma festa no dia anterior, Sam vai até a casa de Hayden pedir desculpas, momento em que encontra seu melhor amigo morto, e ao seu lado de um bilhete escrito: ?Para Sam. Ouça. Você vai entender?.
O suicídio do amigo mexe muito com Sam e é em torno disso que gira o livro, na forma como o mesmo reage à morte do amigo, nas pistas buscadas para entender tal medida drástica.
Ao buscar respostas, Sam vai descobrindo coisas sobre a vida do amigo que sequer imaginava e se deparar com pessoas que sequer sabia que o mesmo conhecia. Astrid é uma dessas pessoas e Sam não consegue entender qual seu envolvimento com o amigo.
Quanto à escrita, confesso que não me envolvi completamente com a narrativa da autora e com a personalidade de Sam. Foi difícil entender a dor do personagem já que ele estava passando por um processo de negação. Além disso, me incomodou que ele estivesse mais preocupado em desvendar os mistérios de Hayden do que propriamente com a dor que o amigo sentia. Em um ponto Sam faz novos amigos e encontra uma possível namorada, como se ele tivesse seguindo em frente ou recomeçando, mas parece tudo tão vago e forçado. Acabei gostando de como o personagem amadurece no final, mas não posso negar que não me conectei totalmente com ele. Tem algo na narrativa da autora: meio superficial e clichê, que não me deixou cair de amores pelo livro. Gostei da mensagem, valeu a pena ter lido, mas Sam e Hayden não me convenceram totalmente. O que é uma pena.
Assim, entre altos e baixos, a leitura compensa por ter uma bela e real mensagem. É sempre bom lermos livros que nos fazem repensar nossas atitudes e pré-julgamentos. Fora que, nesse caso em particular, foi bacana encontrar um personagem que supera a perda de um amigo e, mesmo levando um bom tempo, aprende a liberar o sentimento de culpa que o corrói. Portanto, no geral esse não foi o melhor jovem adulto que já li, mas ainda assim me trouxe bons aprendizados.