flaflozano 07/01/2021
A little taste
O quanto de sexo tem nesse livro : 5/5
Quão explícito é :5/5
Drama: 0/5
Coerência : 0/5
Comédia : 3/5
Romance 1/5
O último andar tinha apenas dois quartos. Brian tirou seu cartão da carteira e abriu a porta de uma das suítes. “Depois de você, gata.”
Ela deu um passo no piso de mármore, impressionada com o tamanho do lugar.
“É você, Brian?” Trey saiu do banheiro, secando o cabelo com uma toalha, sem camisa e de calça jeans preta e larga. Seu ponto forte sem dúvida eram os cálidos olhos verdes, e por algum motivo com um deles escondido sob o cabelo comprido ficava ainda mais sexy.
“Eu e minha convidada”, respondeu Brian.
Trey arremessou a toalha para longe. “Ah, oi, moça bonita.”
“Oi, Trey”, respondeu ela, um tanto envergonhada.
“Quer dizer que ele encontrou seu quarto ontem à noite?”
“Por pouco”, admitiu Brian.
“Aquele filho da mãe voltou?” Myrna ouviu a voz de Eric do quarto à direita. “O cara sai, pega uma gostosa de primeira e larga os amigos…” Ele parou na porta, os olhos movendo-se dos cabelos desgrenhados de Myrna para o roupão e os pés descalços. “Merda. Foi mal, Myrna. Achei que a essa altura você já teria dado um pé na bunda dele.”
Ela corou. “Ainda não.”
“Então, a gente fez uma aposta…”, começou Eric.
“Cale a boca, seu idiota.” Brian virou-se para Trey. “Alguém trouxe minha guitarra ontem à noite?”
“Está na sala de jantar.” Trey apontou com a cabeça para o fim do corredor.
Brian seguiu até a sala de jantar. Myrna foi atrás, mas Eric parou na frente dela. Ela ergueu o rosto e o fitou. Seus olhos azul- claros pareciam atravessar o roupão, a pele e a carne e enxergar sua alma. Ela se arrepiou e cruzou os braços na frente do peito.
“Espere aí”, pediu ele. “A gente precisa saber quem ganhou a aposta.”
“Eu perdi”, disse Trey. “Ele encontrou o quarto dela.” Enfiou um pirulito na boca e seguiu na direção de Brian, deixando Eric e Myrna para trás. “Ei, o que foi? Por que você quer sua guitarra? Conseguiu escrever algum riff novo?”
“Em que momento ele apagou ontem?”, Eric perguntou a Myrna.
“Depois de engolir minha banana e de eu o forçar a beber meus líquidos”, respondeu ela, com uma piscadinha. Eric ficou boquiaberto.
“O quê?”
“Com licença.” Ela passou por Eric, seguindo o som de uma guitarra sendo ligada a um amplificador. Uma segunda guitarra soou em resposta.
“Myrna, corre aqui”, chamou Brian.
Ela entrou na sala de jantar e parou. Brian “Mestre” Sinclair estava com sua Schecter preta e branca pendurada no ombro. E, com um pirulito na boca, Trey Mills ajustava a alça de sua guitarra amarela e preta. Que visão! Brian chamou Myrna com dois dedos. Ele a girou diante de Trey e desatou a faixa do roupão, jogando-o no chão e revelando assim a anotação e o corpo quase totalmente nu de Myrna. Sob o roupão ela usava apenas uma calcinha cor-de- rosa.
Sentiu o rosto enrubescer, mas manteve-se de pé.
“Belos peitos, Myr”, comentou Trey, com o pirulito na boca. Ele moveu então o olhar de seus seios nus para a sequência de notas ao longo da linha preta. “Não tem pauta, Brian. Que diabos estou olhando?”
Brian apontou para o início da linha, perto do ombro direito de Myrna. “Dó médio. Primeiro acorde.”
Ele mostrou a Trey o acorde e tocou as cordas com a palheta. Trey moveu a mão ao longo das cordas de sua guitarra e olhou novamente a notação no corpo de Myrna, assentindo. “Certo. Entendi. Harmonia ou melodia?”
“Vamos tentar harmonia primeiro.”
“Beleza.” Trey passou o pirulito para o outro canto da boca e tocou a primeira nota.
“Mais grunge”, pediu Brian.
Trey ajustou uma alavanca na guitarra, torceu de leve o pulso e tocou a corda de novo. “Isso, assim.” “Beleza, vamos lá.” Myrna arregalou os olhos enquanto os ouvia tocar um dos riffs mais maravilhosos que já tinha escutado. Adorava a ideia de que tinha algo a ver com aquela criação. Eric entrou na sala.
“Ficou legal isso.” Trey errou o tempo e desafinou uma nota. Brian parou e olhou para o amigo.
“Algum problema?”
“Não consigo me concentrar…”, respondeu Trey, erguendo a mão diante do busto de Myrna, a poucos centímetros dos seios dela, “… com isso na minha frente.”
“Fala sério, Trey. Quantos peitos você vê numa semana normal?”, perguntou Brian.
“Não importa. Nunca vi os dela.” Apontou na direção de Myrna.
Ela ficou vermelha e cobriu-se com o roupão. “Ei, eu ainda não vi”, reclamou Eric.
“Vá pegar a bateria no outro quarto.” Brian tirou a faixa do roupão e passou para Myrna. “Aqui. Coloque isso em cima do peito. Quem sabe assim Trey não perde o ritmo por causa de uma ereção.”
Ela riu e olhou de relance para Trey, o rosto queimando de vergonha.
Ele assentiu, tirando o pirulito da boca com um barulho. “É sério.”
“Tudo bem”, disse ela.
Brian baixou o roupão dos ombros de Myrna, enquanto ela mantinha a faixa sobre os seios. Mal cobria os mamilos.
“Isso é ainda pior”, murmurou Trey. “Humm. Ela é linda. Dá vontade de lamber todinha.” E correu a língua pelo lábio inferior, comendo-a com o olhar. Myrna arregalou os olhos. “Segura a onda, Trey.” Brian deu um peteleco na testa do amigo.
Trey botou o pirulito de volta na boca e assentiu. Tocou o primeiro acorde e Brian se juntou a ele. O riff soou ainda melhor à medida que seus olhos desceram ao longo do busto e dos seios até a barriga. Depois de repetir algumas vezes, já podiam tocar sem ler as notas. Myrna estava tão envolvida pela música que não notou a presença de Sed até que ele se sentasse na mesa de jantar ao lado dela.
“Isso é obra sua?”, ele perguntou ao pé do seu ouvido. Ela arfou e fechou o roupão. “Não sei.”
“Bem, obrigado por tirar Sinclair da toca, seja lá o que você tenha feito.”
Os dois ficaram observando Brian e Trey repetirem o riff até que estivesse perfeito. Trey alterou alguns trechos para que se encaixassem com sua batida rápida e característica. Brian acrescentou alguns compassos, os dedos voando sobre as cordas. Era… perfeito e, como sempre, sensual. Os dois guitarristas, Brian, destro, e Trey, canhoto, um de costas para o outro, os olhos fechados, deixando-se levar pela música.
Nunca tinha visto nada tão sexy na vida. Bem, talvez a expressão no rosto de Brian ao fazer amor com ela, mas ele tinha praticamente a mesma cara agora, apoiado nas costas de Trey, tocando sua guitarra.
Jace entrou na sala e esfregou o rosto sonolento. “Que zona é essa? São dez horas, cacete.”
Com um susto, ele notou a presença de Myrna e olhou o próprio corpo nu. Seus olhos então pularam para ela. “Ai, merda. Foi mal.” Ele deixou a sala. Alguns minutos depois, apareceu usando um short e tirou um baixo do case para ligá-lo ao terceiro amplificador.
O baixista juntou-se aos colegas e, de olhos fechados, achou uma linha de baixo para acompanhar o novo riff. “Vocês são demais”, murmurou Myrna. Brian olhava para ela enquanto tocava. Ele sorriu.
“É tudo por sua causa, gata.”
Myrna abriu um sorriso bobo, o coração nas nuvens.
Brian segurou as cordas da guitarra com a mão direita e puxou Myrna na sua direção, virando-a de costas para ele. Baixou o roupão até a cintura e ajeitou o cabelo dela para o lado. Ela olhou para trás, por cima do ombro, segurando o roupão junto dos seios. “Meu solo.”
Trey se aproximou, franzindo a testa. Não havia uma linha sequer de orientação. Apenas notas e umas letras rabiscadas aqui e ali.
“Bem, vamos ouvir.”
Quando Brian começou a tocar, um arrepio desceu pela coluna de Myrna.
“Uau”, murmurou Sed.
Os dedos de Brian voavam pelo braço da guitarra, produzindo sons que poucos guitarristas seriam capazes de copiar. Terminou o solo com um longo vibrato na alavanca. A banda inteira assoviou impressionada. Ele jogou a guitarra para trás, por cima do ombro, deixando-a de cabeça para baixo nas costas, e abraçou Myrna apertado.
“Fiquei cheio de tesão”, murmurou em seu ouvido, as mãos espalmadas em sua barriga.
“Nunca vou conseguir tocar isso de novo sem ficar duro de vontade de sentir você em cima de mim.”
“Foi lindo.”
“Deixe Trey copiar antes de ir comer a moça de novo”, disse Sed. “Não podemos perder esse solo.”
Brian beijou-a atrás da orelha e afastou-se, relutante.
“Ou eu poderia tirar uma foto”, disse Eric, tirando o telefone do bolso.
“Tente, e eu quebro seus dedos”, respondeu Brian.
“Não sabe brincar.”
“Você só quer inspiração pra bater punheta.”
Trey foi até um case de guitarra e trouxe pautas e um lápis. Começou a copiar o solo das costas de Myrna, pedindo a ajuda de Brian uma vez ou outra. Myrna gargalhava de cócegas à medida que os dedos deles deslizavam sobre sua pele. “Que nota é essa?”, perguntou Trey.
“Acho que é uma pinta.” Brian se aproximou e lambeu um pedacinho das costas de Myrna. Ela sentiu um arrepio. Brian esfregou o dedão. “É, é uma pinta. Não quer sair.”
“Vou anotar só por desencargo.” Riu Trey.
“Myr, sua pinta está estragando meu solo.”
Ela riu. “Vocês são loucos.”
“Acho que é um ganho e tanto, essa pinta”, acrescentou Trey. “Sempre dá para encaixar um dó alto num solo de guitarra.”
“Myrna, vire para a gente copiar o riff”, pediu Brian. Ela virou, mantendo a faixa do roupão sobre os seios enquanto observava os dois transferirem aqueles acordes soltos em seu corpo para um papel.
“Dezesseis notas aqui”, disse Brian, olhando por cima do ombro de Trey e apontando para a página.
“Dezesseis? Você vai me deixar com artrite, cara.”
“Deixa de ser fresco.”
Trey tirou o pirulito da boca e bateu no nariz de Brian. Myrna tomou-o da mão dele e o enfiou na boca. Trey virou-se para ela, estreitando os olhos verdes sensuais. “Esse pirulito é meu.” Era um olhar capaz de derreter as pernas de qualquer mulher. Myrna não era uma exceção. Precisou apoiar-se na mesa para não perder o equilíbrio.
Ela tirou o pirulito da boca e o estendeu na direção de Trey. “Perdão.”
Ele o pegou de volta e enfiou na boca, voltando sua atenção para as pautas musicais. Brian limpou o nariz com as costas dos dedos. Myrna fitou seus olhos castanhos. Ele a estava observando, os lábios entreabertos.