Ana Santos 29/08/2022
Lembranças, relatos são importantes para os futuros sobreviventes
Willy Lindwer, autor do livro “Os sete últimos meses de Anne Frank, nasceu em 1946, em Amsterdã (Holanda). Além de ser escritor, é cineasta e produtor. Mas o seu maior reconhecimento se deu através dos trabalhos como documentarista, ganhando o Emmy Awards de 1988.
O tema principal do livro é o relato de sobreviventes que tiveram contato com Anne Frank entre a prisão (campos de concentração) até a sua morte (últimos sete meses).
O livro foi publicado pela editora Universo dos livros, nele também encontramos prefácio, introdução, contexto histórico, fotos e relato do primeiro contato do autor com as vítimas sobreviventes. No total são quatro relatos, primeiramente de Hannah Elizabeth Pick- Goslar, Janny Brandes- Brilleslijper, Rachel VanAmerongen, Bloeme Evers-Emden, Lenie de Jong- van Naarden e por último de Ronei Goldstein-van Cleef são pessoas que encontraram Anne durante os dias que ficou no campo de concentração até a sua triste morte.
O interessante é que antes dos relatos, encontramos um pouco da história de cada relatado, seja a família, religião, situações tristes e difíceis, suas crenças... e depois os momentos que passaram (alguns também se esconderam por um tempo) até chegar ao campo de concentração.
Percebemos uma linguagem simples e objetiva, tendo apenas 233 páginas.
Um livro que boa parte ficamos animados e motivados pela leitura, pois consegue nos entreter mesmo se tratando de um tema triste, mas algo verídico.
Durante os relatos notamos que a morte de Anne foi ocasionada por vários fatores, seja a falta de higiene, dignidade e de cuidado, mas também Anne e sua família estiveram em campos de concentração mais rígidos. Diferentes de algumas relatadas que mesmo que não era fácil a vida nestes ambientes, elas conseguiam sobreviver, seja com um pouco de comida, a relação com as outras pessoas, a união entre eles, fato que se ausentou com a família Frank.
Há um relato que um grupo de mulheres se uniram desde quando chegaram no campo de concentração até a sua libertação e durante este processo umas se preocupavam com as outras. Um outro relato é de Hannah que sabendo que Anne estava com fome, imediatamente foi levar alimento para ela, mas uma outra pessoa pegou e não quis devolver, então Hannah tentou novamente no dia seguinte, e conseguiu ajudar Anne.
Um livro que recomendaria, pois não podemos deixar morrer a lembrança de que no passado um povo já sofreu por causa de preconceitos, seja de religião ou raça. E ter a noção e consciência que isso não pode mais acontecer.