spoiler visualizarCianthe 16/10/2022
"VÁ COM DEUS, MEU CHAPA! Próximo."
Eu não quero me prolongar muito resenhando esse livro, porque já gastei tempo demais fazendo 1 trilhão de notas enquanto estava muito put/a ou muito incrédula.
?Eu poderia dizer que a personalidade do Matteo é péssima, mas na verdade ela é inexistente. A personalidade dele é basicamente sexo & piadas, o que me levou ao segundo ponto.
?Gianna e Matteo não têm nada além de sexo. Ambos pareciam cachorros no cio e eu não vou nem mencionar a propaganda enganosa da sinopse que prometeu guerra no pique haters to lovers e entregou cenas da Gianna se rendendo ao Matteo a cada... TODO capítulo.
?Amor... Que amor é esse?! Desde quando decidiu que ia casar com a Gianna, o Matteo sempre viu ela como propriedade e NADA da possessividade dele tinha um pingo de romance, era diretamente ligada à sexo e só. Me lembrei de Twisted Hearts, porque a Cora fez a mesma coisa aqui: subiu a bandeira branca no final e declarou amor e paz, deixando essa leitora aqui muito desanimada (mas não surpresa), porque simplesmente não teve desenvolvimento romântico nenhum, mesmo que eu estivesse literalmente lendo os pensamentos de ambos os protagonistas, nunca tinha nada relacionado à amor e afeição (tirando as partes em que a Gianna lutava contra), nada relacionado à eles se entenderem e se conhecerem de verdade. Mas sexo? Tem sim...
?...E MAL ESCRITO AINDA POR CIMA! Sério, só quem leu percebeu. Umas posições anatomicamente impossíveis, umas expressões verbais dignas de riso e revirada de olhos (rosa; seu botão encharcado do prazer)... E não eram só as cenas de sexo não, o livro como um todo é mal escrito! Por mais que eu ame 3 livros específicos da Cora e já esteja com muita vontade de relê-los, não dá pra negar que a escrita dela nesse livro antecedente foi podre. Tem cenas em que a personagem começa fazendo algo e aí no final do parágrafo já é outra coisa, a construção de personagens é péssima (não há, exceto pela Gianna), o background é pobre, o casal se conecta apenas sexualmente (e até aqui falha), muita falta do bom e velho uso de sinônimos... Eu senti como se esse livro tivesse sido uma fanfic que a Cora foi atualizando semanalmente, aí ela se esquecia de tudo o que tinha escrito na semana anterior e ao mesmo tempo ficava sem criatividade entre as pausas, mas aí ela tinha que obrigatoriamente fechar a tal fanfic em exatas 246 páginas, aí não deu tempo de desenvolver ou sustentar nada e aí... ?
?Eu odeio como o Savio, ops -- Matteo trata a Gianna como um brinquedo sexual; odeio como ele negou à ela dois orgasmos como PUNIÇÃO por literalmente nada (isso não é amor e eu só me lembrei da frase da Anastácia em Cinquenta Tons); odeio que ele matou o cara que assediou ela e em seguida a levou pra dar uns amassos sem nem mesmo perguntar se ela tava bem; odeio como ele acha que simples movimentos que a Gianna faz (como cruzar os braços) são calculados pra excitar ele; odeio como ele não faz esforço pra proteger a Gianna de comentários maldosos; odeio como ela tem "permissão" pra discutir com ele o quanto quiser, desde que só sirva pra apimentar a relação e não pra de fato discutir o relacionamento; odeio como ele acha que conhece ela e como ele criou uma versão dela totalmente previsível na cabecinha dele (onde tudo é sempre sobre ele); odeio...
?Eu realmente gosto da Gianna, pra mim ela é o que QUASE faz esse livro valer a pena. E, pra mim, quem faz resenha falando mal dela, chamando ela de burra ou chata por ela ter lutado contra se entregar ao Matteo, simplesmente:
1. Não é uma mulher.
2. Ou é mulher e não tem um pingo de empatia e senso de sororidade.
3. Ou já teve o cérebro derretido pela moral distorcida de muitos dark romances.
Eu gosto da Gianna porque mesmo que ela nunca tenha um plano muito inteligente, ela tem essa chama que não se apaga, que impede ela de ser quebrada e porque em muitas cenas ela fugiu do clichê que eu imaginei. A Gianna não quer ter que se sentar e ouvir um bando de homens dizerem o que ela deve escolher, porque isso não é escolha. Mas além da Cosa Nostra, ela também quer fugir dela mesma, porque por mais que ela tenha forças o suficiente pra sustentar o próprio idealismo e lutar de volta contra as regras do mundo em que ela vive, ela também sabe que seria capaz de encontrar paz no conformismo, e isso a assusta. Ela prefere fugir do que se acostumar; fugir antes de se conformar, pra ela, fugir parece a única escolha certa. Eu gosto que ela tem nuances, um conflito pra resolver, o que já é muito mais do que qualquer vislumbre de personalidade que a Cora entregou sobre o Matteo. Realmente me entristece que o final da Gianna foi aceitar a escolha de não ter escolhas, tudo por causa de um pau. Sim, um pau! Foi assim que soou essa situação sem apoio do desenvolvimento romântico. Mas, talvez se não fosse por esse conformismo romantizado no final da Gianna, não teríamos livro, né? Mataria a coisa toda o fato de o casal não ficar junto e uma mulher da Cosa Nostra escolher ser livre do que ficar com o homem. Eu não teria ficado tão inconformada com o final da Gianna se ele tivesse sido construído de uma forma minimamente mais convincente.
?Esse livro serviu como aviso pra que eu não leia Bound By Honor, porque por mais que eu tenha gostado da compaixão e gentileza da Aria, eu odiei o Luca com todas as minhas forças.
?Foi fofo ver o Fabiano como uma criança de 10 anos, principalmente por já conhecer o futuro dele (sempre que der eu vou falar que tô com saudades da família Falcone).
AVALIAÇÃO: 2,5