natália rocha 26/06/2020‘’Por quem os sinos dobram’’ é um dos romances mais famosos de Ernest Hemingway, escritor norte-americano. Nesse livro, o autor foge do estereótipo em torno de suas obras, de exibir personagens másculos e heroicos; aqui, é mostrada a desumanização da guerra e o drama dos personagens em frente à morte em diferentes cenários.
O enredo narra a história de Robert Jordan, um jovem norte-americano, professor de espanhol, que participa como voluntário das Brigadas Internacionais da Guerra Civil Espanhola - um conflito armado que aconteceu entre 1936 e 1939 –, lutando pelo governo democrático e republicano. É designada a Robert a tarefa de explodir uma ponte em território dominado por fascistas, o que possibilitaria uma ofensiva da República. Para essa missão, ele conta com a ajuda dos guerrilheiros que habitam o local. Como o personagem diz, a história se passam em três dias e três noites muito intensos, nos quais ele conhece o amor, a amizade e a lealdade da forma mais profunda que há.
A escrita de Hemingway é extremamente detalhista nesse romance. Cenas cruéis, como matanças e touradas, são descritas com muita sensibilidade e minúcias, o que pode causar desconforto físico em algumas partes. Além disso, Hemingway é capaz de colocar o leitor dentro da mente dos personagens por meio de constantes fluxos de consciência de Robert Jordan. Ficamos por dentro das angústias, dos medos e das memórias do personagem de uma forma absurdamente realista.
Além de ter gostado muito de Robert, o personagem principal, também achei incrível a figura de Pilar, a esposa do líder guerrilheiro, uma mulher forte e ao mesmo tempo tão acolhedora e sensível. Ademais, o livro tem traços autobiográficos, uma vez que Ernest Hemingway também lutou na Guerra Civil Espanhola..
A única crítica que eu tenho para o livro seriam os diálogos que deixam um pouco a desejar na profundidade.
É um livro incrível, repleto de cenas marcantes e impressionáveis para quem tem estômago fraco, como eu. Nos vemos de frente com a crueldade humana em seu ápice: a guerra. Talvez seja um livro pesado para o momento, não sei. Mas, se possível, leia em algum momento da vida, é uma aula sobre o lado sensível existente dentro de cada um.