Fernanda 22/04/2017
"Cavalos estranhos em nossos quartos salgados"
Douglas é acordado no meio da noite por sua esposa, Connie, dizendo que acha que o casamento deles esta chegando ao fim, mas na visão de Douglas não há nada de errado na relação.
Quando se conheceram, eles não podiam ser mais diferentes, ela aventureira, viajara pela Europa, drogas, transas casuais, festas, ele estudioso, introvertido, filho de pais rigorosos.
Albie, filho do casal, é um adolescente difícil, mimado pela mãe e que acredita que estaria melhor sem o pai, eles mal conversam e o pouco diálogo que existe são sempre provocações.
A família havia planejado um grande tour pela Europa, onde Albie, que esta querendo cursar fotografia, poderá conhecer mais sobre arte. Após Connie dizer que pensa em divórcio, Douglas acha que a viagem não fazia mais sentido, mas Connie insiste que façam e que deixem para resolver isso depois que retornarem.
Douglas decide que durante a viagem tentará reconquistar a esposa e o filho e com todas as incertezas, medos e mágoas que os rodeiam, eles iniciam O Grand Tour.
Nós, é a primeira obra que leio de David Nicholls, e é contado a partir da visão de Douglas, a relação dele com o filho é tocante, ele sempre tentou não ser como seu pai era, porém costumava comparar sua adolescência com a de Albie e talvez esse fosse seu erro. Já Connie é super protetora e para todos os deslises de Albie, coloca a culpa na adolescência ("deixe ele fazer o quiser, ele é adolescente).
Essa história não tem ação e aventura, as vezes parece até um pouco parado, mas isso era de se esperar, é um daqueles livros para relaxar, nos faz refletir sobre relacionamentos, marido e mulher, pais e filhos, amizades, sobre consequências de fatos do passado, medos do futuro, medos de mudanças. Não cheguei a chorar lendo, apesar de ter achado emocionante, mas ri bastante já que Douglas é um pouco atrapalhado e melodramático.
Mais um autor que virei fã.
Algumas das frases favoritas:
""Solitário" é uma palavra preocupante que não deve ser pronunciada de modo relevante. A palavra deixa as pessoas desconfortáveis, suscitando todo tipo de adjetivos mais severos, como "triste" ou "estranho".Sempre fui muito querido, creio, sempre fui benquisto e respeitado, mas ter poucos inimigos não é o meso que ter muitos amigos, e não havia como negar que eu era, se não "solitário", ao menos mais solitário do que eu esperava ser naquele momento."
"... o problema de dizer para as pessoas que elas podem fazer qualquer coisa que quiserem é que isso é, objetivamente, factualmente, impreciso."
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