Bia Santana | Viciados em Leitura 28/06/2015
Entrelinhas, Tammara Webber
Então, as meninas do whatsapp do Viciados e os meus amigos do facebook sabem que eu chiei, mais de uma vez, reclamando que Entrelinhas não andava, que a leitura simplesmente se arrastava. Talvez eu tenha pego para ler no momento errado ou, por eu ter amado Easy e mais ainda Breakable, eu tenha ido com muita sede ao pote. Eu acho que a segunda opção ganha. Muitas vezes eu pensei “nossa, talvez seja muito adolescente”, mas aí depois eu parava e pensava que Easy também é um livro de jovens, então, opa, a questão não é bem essa, até porque uma história é muito, é completamente diferente uma da outra.
Mas eu preciso dizer que ele não é um livro ruim, ele realmente não é. Tanto que depois que eu terminei de ler eu senti até um saudadezinha de alguns personagens que me cativaram e por incrível que pareça, eu fiquei com vontade e vou ler o segundo quando sair. Só que eu ainda acho que ele foi muito sem ação, sem aquele monte de acontecimentos que te faz comer o livro, que quando você precisa parar pra viver (rs), você simplesmente não consegue parar de pensar em voltar pro livro. Aí sabe quando isso aconteceu? Quase no final do livro! Lá no capítulo 37, mais precisamente na página 275, e olha que o livro tem 347 páginas. Vai vendo!
A história é a seguinte: Emma é um doce de menina. Ela tem só 17 anos, é atriz, porém nunca fez papéis importantes ou grandiosos e ela nem se importa muito com isso porque na verdade ela só queria ser uma garota normal, como sua melhor amiga Emily. Ela tem um pai distante desde a morte de sua mãe e uma madrasta que é um ser completamente irritante. Logo no começo da história ela é chamada para fazer um teste para o filme Orgulho estudantil, uma versão moderna e que se passa numa escola de ensino médio dos Estados Unidos de... sim, Orgulho e Preconceito, da espetacular Jane Austen. Este sim será o primeiro trabalho grande de Emma, isso porque ela fará o teste para ser Lizbeth Bennet ao lado do famoso e jovem ator Reid Alexander que interpretará Will Darcy.
"Eu devia ser grata, devia me sentir sortuda – e sou grata, me sinto sortuda. Mas, mesmo que você tenha tudo que todos desejam, se não for o que você deseja, não é o ponto-final. Uma versão de cinema no ensino médio de uma das melhores histórias de todos os tempos? Sério? A menos que Jane Austen seja fã de Reid Alexander, ela provavelmente está se revirando no túmulo."
Reid é o típico ator jovem, despreocupado, que usufrui muito bem da sua vida de riquinho famoso. Ele está sempre nas baladas, tem fãs correndo o tempo todo atrás dele. Pega uma ou duas por noite, sem romance, ele só quer curtir.
Quando eles se conhecem no teste de Emma, a química entre os dois é instantânea e ele nem precisa usar o seu poder de ator famoso que consegue tudo o que quer, inclusive suas parcerias de cena, pois Emma é boa no que faz e a química entre eles é notável pra qualquer um. Então ela consegue o papel e logo eles e todos os outros jovens atores do elenco estão viajando para Austin, no Texas, onde o filme será gravado.
"Treze, o número da sorte – Emma Pierce. Vamos avaliar mais duas garotas hoje e cinco amanhã, mas eu já sei que é ela. A faísca, a química – a gente tem. A fonte é inexplicável; é mais que simples atração, e muito diferente disso."
O livro basicamente se passa lá, no hotel, nas gravações. Reid ficou muito mexido com essa química com Emma, mas as coisas não são tão fáceis e ele vai, lentamente (até demais rs), tentando o que na real ele quer com ela, meio que cozinhando a garota no banho-maria, pois sabe que ela não é igual as outras que ele está acostumado. Só que no elenco tem outras duas pessoas que interferem nesse... “romance”. Brooke, uma atriz lindíssima com que Reid já teve uma história anos atrás e Graham, um ator gatinho que fazia filmes independentes e que mexe seriamente com Emma.
"- Bom, em qual desses dois caras você está interessada?
Penso no Graham ajeitando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha quando fugimos da tempestade, a sensação de seus dedos deslizando na minha pele, como ele me escutou quando eu contei que perdi minha mãe. Penso na fome estampada nos lindos olhos do Reid, na diferença quente do seu beijo fora da tela e no modo como ele me provoca.
- Eu gosto dos dois. Eles são... diferentes."
Agora imagina o livro todo nessa novela com esses quatro? Claro que tem outras histórias secundárias, tem os outros atores, tem família, mas o grande foco é neles. Emma dividida entre os dois, Reid querendo Emma, mas sem deixar o seu lado mulherengo de fora da parada, Graham e Brooke sempre no meio dando a entender coisas que talvez não sejam reais e nisso o livro vai... e vai... e você fica, ok, mas... e aí? Gravações... balada... gravações... balada e bebedeira... gravações e oh meus Deus, será que é Reid, Graham, mas tem a Brooke... aaaahhhhhh!!! Até que, o capítulo 37 chega!!!! Aleluia, irmãos!!!!! Segredos são revelados e aí sim alguma coisa realmente legal acontece e a partir daí o livro flui e consegue te prender até a última página!
Por fim, Entrelinhas não é de todo ruim, não. Por favor, não se assustem com essa resenha e deem uma chance, porque como eu falei no começo, talvez eu só tenha lido no momento errado. Até porque a escrita da Tammara é muito boa e fácil, intercalando narrativas ora por Reid, ora por Emma a cada capítulo. E eu fiquei muito, muito satisfeita com o final, tanto que eu vou querer ler o segundo porque eu adorei Graham. *-* Talvez a Tammara só tenha prolongado demais uma história que poderia ter sido mais enxuta.
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