@thereader2408 20/10/2021Psicose (1960) com toda certeza é um dos filmes mais icônicos da história do cinema e ficou eternizado pela cena do chuveiro. Os 45 segundos de cena viraram uma aula de cinema nas mãos de Alexandre O Philippe no documentário "78/52" (2017), mas o que alguns não sabem é que o filme do Hitchcock foi inspirado no livro homônimo de Robert Bloch, herdeiro direto da literatura pulp.
Bloch se inspirou na história real de Edward Gein julgado e condenado em 1957 por assassinato, além de possuir uma coleção macabra de objetos feitos com pele e ossos humanos que roubava de cemitérios. Ed se tornou referência na cultura pop e serviu de inspiração para a criação de Norman Bates de Psicose, de Leatherface de O Massacre da Serra Elétrica, de Jame Gumb em O Silêncio dos inocentes e o Bloody Face da 2º temporada de American Horror Story.
Estudantes de psicanálise vão pirar nos conceitos freudianos apresentados no livro que são a base para o desenvolvimento da psique do protagonista. Além dos traumas que abalaram o desenvolvimento de seu aparelho psíquico (id, ego e superego) que culminaram em uma psicose, Norman Bates também desenvolveu um complexo de Édipo o que vai explicar muita coisa na história. A série "Bates motel" vai explorar isso lindamente.
O livro pode ser dividido em 3 partes, onde conhecemos Mary Crane e como ela chega ao "Bates Motel" e encontra o dono, o Norman, conhecemos também o conflito existente ente mãe e filho e logo nas páginas iniciais já temos um plot twist. Na segunda parte do livro conhecemos Sam Loomis e Lila Crane, namorado e irmã da Mary, também conheceremos o detetive Arbogast. Na 3º parte do livro temos o segundo plot twist e saberemos quem é o verdadeiro assassino da história. Incrível o talento narrativo do autor que nos manipula o livro inteiro até a surpresa final.
Psicose é o tipo de livro que diz muito mais nas entrelinhas do que de forma explícita, e é essa a satisfação de quem já viu o filme e já sabe o que vai acontecer. Não é apenas um suspense, é um romance de terror psicológico que se sustenta sozinho, mas que felizmente ficou mundialmente conhecido pela bela adaptação de 1960.
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