Natália 04/07/2015Minha opinião sobre os três livros da coleçãoLer Stephanie Perkins é como flutuar — acho que nunca irei encontrar melhor definição para descrevê-la. Não, não é a leitura mais revolucionária de todos os tempos, se é por esse motivo que vocês acham que sou completamente apaixonada por todos os três — apenas — livros dela publicados aqui. A escrita, tanto quanto o enredo, é simples e tão fácil que um parágrafo depois, você já foi teletransportada para Paris — e já está agarrada aos braços de Étienne e Josh!
É tudo tão comum, tão normal. Não há personagens perfeitos — eles são, na verdade, bem reais. Nada do tipo: Zac Efron misturado com Sean Faris, como geralmente os personagens masculinos são descritos nos livros. Geralmente não, está mais para “sempre”. Mas Stephanie faz personagens com quem você imagina encontrar na rua — Étienne, por exemplo, foi o cara mais cheio de defeitos já descrito em um livro, com sua baixa estatura, seus dentes levemente tortos, a mania de roer as unhas e o insuportável medo de altura. Meu Deus, em que momento nos deparamos com personagens assim?
As personagens femininas, eu me vejo nelas. Consigo me ver em Anna, em Lola e em Isla (que, na verdade, se lê Aila: “ai” de aipo e “la” de lapiseira). Elas representam muito bem essa fase em que queremos apenas nos apaixonar, viver uma história de amor, ter o primeiro beijo ou o primeiro namorado. Em que suamos e ficamos nervosas, e, diferente das protagonistas que mesmo entrando em pânico, sabem formar respostas coerentes, as personagens de Stephanie agem de acordo com o esperado — elas entram em pânico de verdade e passam micos que eu provavelmente me vejo passando ou já passei.
Sem contar o enredo. É clichê sim, podem dizer o que quiser. É uma história totalmente comum. Tão comum que pode muito bem acontecer comigo, com você, com a sua melhor amiga ou com a sua irmã. Isso definitivamente é o que mais cativa na escrita dela. Ela não tenta “florear” o romance, como vários New Adult ou livros do gênero fazem. Ela apenas conta a história de adolescentes comuns, vivendo vidas relativamente comuns e que se veem apaixonados — como acontece com a maioria das pessoas!
O amor dela é fácil. Tem draminhas aqui e ali, mas são dramas comuns a grande maioria das pessoas. Isso é totalmente incrível nela. Eu não termino de ler o livro dela com aquela ideia “isso é impossível”, eu termino com aquele gostinho de “essa mulher sabe o que está escrevendo” — sabe como é de fato ser um adolescente cheio de hormônios, prestes a enlouquecer de amor.
Em "Isla e o Felizes Para Sempre", nos deparamos com Isla (dãã!), uma menina que guardou por muito tempo seu amor platônico por Josh, amigo de Étienne e Anna. Até que um dia se depara com ele em uma lanchonete em Nova York. Ela jamais se imaginaria falando com ele — se, claro, não estivesse dopada por causa dos analgésicos receitados pela retirada do siso. Meu Deus, nunca pensei que Josh fosse tão fofo — embora Étienne seja sempre meu favorito de todo o mundo! —; ele é doce, malicioso, divertido, tudo ao mesmo tempo. Enquanto lia, fui me apaixonando mais e mais por ele. E por Isla. E KURT! E mais ainda por Anna e Étienne. E Lola e Cricket. Fazia tanto tempo que não lia essa coleção, e me bateu uma saudade absurda de ler desde o livro um.
Josh é um garoto solitário, que se autossabota o tempo todo. Seu relacionamento com os pais é complicado e, depois da partida dos amigos da escola em Paris, ele parece ainda mais perdido. Até que começa a passar mais tempo com Isla, a menina que ele sempre foi interessado, mas que nunca cogitou alguma coisa pois pensava que já tinha um namorado.
Não quero soltar spoilers, mas eles são tão tudo-de-bom juntos que chega a dar invejinha — embora também sejam mais emocionalmente frágeis que os personagens dos livros anteriores. Eu já tava com altos papos putos da vida com Isla, ameaçando dar um tapas nela se chorasse de novo. Mas me vi em sua timidez e autocrítica — e, no final, comecei até a pensar sobre como esses pensamentos que intitulamos “realistas” não passam de pessimismo e pura falta de confiança em nós mesmos.
Não deixem de ler esse livro. Quem gostou dos dois primeiros, vai se reapaixonar pela França — e por outros lugares da Europa, leia-se Espanha! — e pelo romance cheio de altos e baixos de Stephanie, que, dessa vez, diferente das outras em que o foco era mais “como se chegou ao relacionamento”, ela mostra como é de fato estar em um relacionamento, com seus altos e baixos, à procura do seu final feliz.