Dani 07/04/2016Resenha (#IDY): Ela Não É Invisível, Marcus SedgwickLaureth é uma adolescente de dezesseis anos, deficiente visual, que está embarcando em uma aventura que nem ela sabe como teve coragem. Ela recebeu um estranho e-mail de alguém que encontrou o precioso caderno de seu pai, um escritor famoso por algumas obras, que ultimamente andava obcecado por seu novo estudo: coincidências. O e-mail é de alguém de Nova York, e Laureth fica preocupada pois seu pai estaria pela Europa.
Quando ele não atende nem retorna suas ligações e sua mãe parecia não se importar com seu desaparecimento, a jovem decide roubar o cartão de crédito da mãe e pegar seu irmão de sete anos, Benjamin, para que os dois fossem para NY à procura de seu pai e das respostas para toda essa situação estranha.
Ela Não É Invisível me prendeu nas primeiras páginas. A estória é narrada por Laureth e é realmente leve e fácil de ler, flui bem e terminei o livro rapidamente. O mistério sobre o caderno e o pai da personagem prende até as últimas páginas mas, como acontece em muitas estórias, o livro não foca somente nisso; há bastantes passagens de memórias da personagem, contando sobre sua vida e seu pai. Felizmente, para quem não gosta, isso não deixa cansativo, apenas mais intrigante.
"(...) é inacreditável como as pessoas têm facilidade para ser maldosas."
Outro ponto muito positivo da leitura são os personagens, bem construídos e muito cativantes. Laureth me conquistou muito, mostrando como é ser uma pessoa com deficiência visual no mundo real, e mostra bastante de como é enfrentar as dificuldades causadas, na maioria das vezes, por causa das pessoas que sentem felicidade ao serem más. Ela é muito forte e é difícil não admirá-la. Benjamin também me agradou muito por estar sempre ajudando a irmã e por suas peculiaridades, e admito que achei muito fofa a relação dos dois.
Gostei muito mesmo da leitura, cheia de suspense sobre se os dois encontrarão o pai ou não, enquanto há anotações do caderno dele, com várias coisas interessantes sobre probabilidade, coincidência e autores famosos.
"Mas acho que, ás vezes, todos nós desejamos ser alguém que não somos."
Como bem diz a sinopse, o livro todo traz bastante reflexões cotidianas, não somente sobre deficiência visual, como é de se esperar ao saber o enredo, mas outras coisas muito importantes também.
O final pareceu um pouco inesperado e diferente, para mim, do que eu esperava mas ainda assim gostei bastante. Tudo foi bem fechado, quanto à estória, mas deixou uma reflexão bem legal no ar.
"Por que ás vezes nos esquecemos do quanto amamos uma pessoa, até que a perdemos? Por que somos tão idiotas? Não deveríamos sempre lembrar que as pessoas que amamos são mais importantes que qualquer outra coisa?"
Uma coisa que me decepcionou demais foi por ter lido a versão traduzida, da editora Galera. Não é culpa do autor, nem da editora, então não retiro nenhuma estrela, mas meio que estragou porque não ficou tão legal para nós, leitores brasileiros. No fim do livro há uma coisa super brilhante (não posso contar o que é, para não estragar) e acabou perdendo um pouco o sentido com a tradução, e há uma coisa ainda mais legal sobre o número de páginas do livro, mas não deu para colocar na nossa versão. Pesquisei a versão original e é realmente legal, então penso que a experiência seria muito melhor, lendo o original.
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