Medéia

Medéia Eurípides




Resenhas - Medéia


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larevv 14/07/2023

A maior obra de Eurípides
Medéia é uma das personagens mais conhecidas da dramaturgia universal e a obra é definitivamente uma das mais icônicas da antiguidade grega. muitas tragédias têm mulheres como protagonistas, o que demonstra a curiosidade que a sociedade grega — absolutamente centrada na figura masculina — tinha em relação à condição da mulher. como vemos até a modernidade, o universo feminino foi sempre retratado sob o olhar masculino, o que tornou as personagens femininas rasas e sem personalidade. por isso, foi uma surpresa imensa ter encontrado, em uma obra de quase dois milênios e meio, uma personagem mulher tão bem delineada — sob os padrões da dramaturgia grega, é claro.

a protagonista é uma mulher que está absolutamente certa de que merece se vingar de seu marido, jasão. medéia cometeu inúmeras atrocidades por ele: traiu o pai, matou o irmão, incitou duas filhas a matarem o próprio pai... por isso, quando jasão aceita se casar com a filha do rei de corinto, medéia se revolta completamente contra a situação e decide ir ao extremo. a peça trás várias reflexões sobre a condição da mulher em um mundo dominado por homens, principalmente no que tange o casamento. a leitura é bem fácil e fica ainda melhor para quem já conhece a história de jasão. é talvez, o primeiro exemplo da chamada "female rage" — ou "raiva feminina" — hoje tão discutida entre as mulheres. super recomendo :)
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lena130 28/05/2023

A atualidade desse texto é absurda, é essa a potência de um clássico: sempre atemporal, arquetípico. Uma mulher igualada aos grandes deuses em 431 a.c é sim algo revolucionário na literatura grega.
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Yaruro 25/08/2023

Gostei da história! É bem completa e reúne o elemento básicos de uma tragédia. Não esperava esse final, más adorei, algo inesperado.
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mika 25/01/2023

esse livro é um tapa na cara da sociedade, assuntos tão atuais conseguimos enxergar em um livro que data de uma época em que nem imaginávamos e achávamos que hoje seriamos seres humanos melhores .
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Sofia136 09/02/2023

Algumas passagens
(trad. Cabral do Nascimento)
"[Medeia] já não alça a vista nem desprende do chão o olhar; parece uma rocha ou uma onda do mar quando ouve as consolações dos amigos."
"Terríveis são as paixões dos reis; obedecendo pouco, mandando sempre, é-lhes difícil temperar as suas cóleras. Mais vale habituar-se a viver na igualdade. Eu, pelo menos, quisera envelhecer em segurança, longe das grandezas do mundo. Mediocridade... eis a palavra mais bela, sem contestação, que se pode proferir."
"Ora, sobre mim, repentinamente, desabou uma desdita que me destroçou a alma."
"Vai até ao horrendo!"
"Ó Zeus, por que é que dotaste os homens de meios seguros para conhecer o ouro de mau quilate e deixaste o corpo humano sem marca natural com que distinguir os perversos?"
"Para mim o homem injusto, quando é hábil na elocução, merece o mais severo dos castigos."
"...mas a minha cólera é mais poderosa que a minha vontade"
"Entre os mortais, não há um homem feliz. A opulência, quando aflui, pode dar a um maior êxito que a outro, mas a felicidade não."
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Jady 27/02/2023

Nada sofreia o sofrimento que me abate.
É uma obra que demanda leitura e releitura para entender os pormenores. No começo confesso que me vi rindo um pouco de todo o draman de Medeia, e pensei que seria uma dramedia (comecei a ler sem procurar saber muito da obra), porém conforme se passam os versos, o drama e o leve suspense começa a aparecer. Será que Medeia irá mesmo seguir com seus planos? Nem ela tem certeza.

A edição que li da Editora 34 é ótima, com diversos comentários que nos ajudam a entender as referências aos mitos gregos (que pouco tenho conhecimento). Além disso, no final tem um "review" do livro muito interessante, que me fez pensar em diversas passagens sob outros olhos.

É um livro que lerei e relerei, pq percebo que você pode encontrar diversas interpretações para diversos versos, principalmente quando você começa a entender todos as palavras e jogos de palavras.

Recomendo demais, mas tem que ter paciência e não correr com a leitura, porque diversos versos podem ser difíceis de serem entendidos em uma primeira leitura.
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Nathalia184 28/02/2023

Medeia provavelmente é uma das minhas histórias favoritas dos mitos.
Ela é uma das poucas mulheres na mitologia que não foi punida e violada pelos deuses e sua ira, apesar de cega e implacável, é compreensível.

É uma das peças mais sangrentas que já li (não que eu tenha lido muitas), mas a imagem e o conflito ficam gravados na alma, uma maravilha.
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Otto 26/01/2016

Medéia é destruidora, filha do sol, tesourinha de ouro, bruxa, maldita e desgraçada. E me ensinou um insulto "vai enterrar tua mãe!".
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oliveiralauras 12/08/2021

.
este não é meu gênero de primeira escolhe literária. li para a faculdade também, tivemos uma longa discussão e após isso tive outra visão sobre a leitura.
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Kelvin 25/08/2021

A Karol Conká do teatro grego
Na última temporada de Game of Thrones, escutava-se por todo lado o uso da expressão deus ex machina para designar soluções fáceis de roteiro. Aristóteles, quando teve contato com a peça Medeia, de Eurípides, questionou o aparecimento de Egeu (um deus) na trama, para guiar o destino magicamente. Segundo o filósofo, o uso desse recurso é irracional, pois quebra o liame entre a ?necessidade e verossimilhança?. Entretanto, não podemos deixar de reconhecer que o uso desse recurso não toldou completamente as potencialidades criativas de Medeia da mesma forma que aconteceu com Game of Thrones. Eurípides era apelidado, entre as pessoas da sua época, como o ?filho do feirante?, não se sabe se essa informação é verdadeira, mas o fato é que as suas peças retratam, no geral, personagens dos extratos mais baixos da sociedade. A peça Medeia ficou conhecida como o primeiro drama burguês, retratando questões como o ciúme.
A história é sobre uma mulher chamada Medeia, tomada de ciúmes pelo marido, que a deixa para desposar a filha do Rei Creonte. Podemos observar como esse sentimento a corrói por dentro, a ponto de ela enxergar os próprios filhos com horror e tramar planos maquiavélicos para se vingar do ex-marido. Para não cair no lugar comum de condenar apenas a personagem principal, deve-se reconhecer que o personagem Jáson, pai dos filhos de Medeia, também não é flor que se cheire, e a própria Ama, que cuida das crianças, o reconhece. Além de ter rompido com os juramentos sagrados, Jáson reclama da necessidade de existirem mulheres para poder ter filhos. Ele é descrito, na tradição, como um herói, mas um herói problemático, que não se destaca por grandes façanhas físicas, e sim justamente pela covardia de seduzir e ludibriar mulheres. Mais do que isso, ele parece ter uma ideia hipócrita de que na verdade um grande benfeitor, algo que não corresponde às suas ações contraditórias.

?JÁSON: Invoco as divindades como testemunhas do meu desejo de fazer tudo por ti e pelos filhos. O bem de que sou capaz te desagrada e tua intransigência afasta os amigos de ti; sofrerás mais assim.?

A tradição cristã reconhece que as pessoas que se acreditam boas na verdade são más. A santidade, portanto, está em reconhecer a ideia do pecado original. Não percebemos isso nem em Medeia e nem em Jáson. A maldade de Medeia, no entanto, assume ares mais repugnantes apenas por ser mais expressa, enquanto que a maldade de Jáson, um pouco mais contida, pode passar batida, mas ambos sofrem do mesmo mal: acreditam cegamente em suas visões de mundo. A fúria irracional de Medeia, potencializada, vai levá-la a cometer atos vis, como envenenar a filha de Creonte e tramar o assassinato dos seus próprios filhos escorando-se na ideia de que estaria evitando que fossem mortos nas mãos de outros.
Na tragédia grega, partes tenebrosas da história eram trazidas ao palco pela ação de um mensageiro, é o que vemos acontecer, em especial, na cena do envenenamento da filha de Creonte, o mensageiro faz uma descrição horripilante que envolve uma boca espumando e uma cabeça dilacerada por chamas assassinas oriundas de um véu diáfano e da diadema de ouro, presentes encomendados por Medeia. Nessa cena, entendemos que a Arte do Feio é tão importante quanto a Arte do Belo, na medida em que, longe de negá-lo, ressalta-o mais ainda. Espetáculos terríveis como esse, quando aparecem de forma catártica, cumprem o papel da tragédia segundo Aristóteles.

?MENSAGEIRO: um espetáculo terrível se mostrou aos nossos olhos: sua cor mudou e o corpo dobrou-se; ela oscilou e seus formosos membros tremiam, e só teve tempo de voltar até o assento para não cair no chão.
Uma velha criada, pensando tratar-se de algum mal súbito mandado pelos deuses, pôs-se a fazer invocações em altos brados, até que da boca da jovem escorreu esbranquiçada espuma e as pupilas dela.
a infortunada moça abriu os belos olhos e recobrando a voz gemeu horrivelmente.
Exterminava-a dupla calamidade: do diadema de ouro em seus lindos cabelos saía uma torrente sobrenatural de chamas assassinas;o véu envolvente? presente de teus filhos? consumia, ávido,
as carnes alvas da infeliz. Ela inda pôde erguer-se e quis correr dali, envolta em fogo, movendo em todos os sentidos a cabeça no afã de se livrar do adorno flamejante, mas o diadema não saía do lugar
e quanto mais a moça agitava a cabeça mais se alastravam as devoradoras chamas.?

A racionalização freudiana dos atos e a incapacidade de assumir a responsabilidade por suas devassidões (Shakespeare) é o que marca as páginas finais, com Medeia culpando Jáson pelo assassinato de seus filhos, ato que na verdade foi orquestrado por ela mesma. Percebemos que, mesmo determinada a seguir em frente, trechos antes de ela cometer tal barbaridade chega a refletir sobre a imoralidade do ato, mas sem arredar o pé. Ante a tragédia, ela se reconhece como infeliz, mas menos infeliz do que seria quando vê que contribuiu para a infelicidade de Jáson, de quem queria se vingar. Sua felicidade está condicionada, portanto, à felicidade (ou ausência de) alheia, está em jogar na cara de Jáson, pai ausente, a morte dos filhos que, para ele, antes não pareciam tão importantes assim. A peça termina com Medeia sendo divinizada e ascendendo aos céus na carruagem do Sol, de Apolo, na sua felicidade infeliz, delirando e colocando Jáson como o responsável por tudo, ao mesmo tempo em que se regozija em acreditar nisso.

?MEDEIA: Chama-me agora, se quiseres, de leoa e monstro; quis apenas devolver os golpes de teu instável coração como podia.
JÁSON: Mas também sofres. Nossas dores são as mesmas.
MEDEIA: É claro, porém sofro menos se não ris.?

Medeia não deixa em nada a dever para os vilões mais ideológicos de histórias em quadrinhos, como o Thanos ou o Lex Luthor, que não conseguem assumir que são maus e atribuem todas as suas atitudes vis a uma necessidade incontornável em prol de um bem maior. Para muito além da ficção, quantas figuras da realidade, como a Karol Conká, recentemente eliminada do BBB com 99,9% de rejeição, não se assemelham a Medeia? É o tal do sentimentalismo tóxico (já comentado no meu podcast ?BBB 2021 e as consequências do sentimentalismo tóxico?). Quanto mais sentimental uma pessoa é, mais ela consegue achar que sua maldade é justificada e proporcional à maldade que lhe fizeram. Pessoas sentimentais não são inofensivas, é sabido que Hitler chorou com a morte do seu canário. E os exemplos são intermináveis.
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@entre.as.paginas 28/04/2022

Típico exemplo de como as mulheres eram taxadas de loucas por se revoltarem contra o desrespeito que sofrem. Medeia agiu de forma cruel? Sim, mas Jáson acabou com a vida dela e recebeu de volta a fúria.
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camille.aqui 28/06/2022

Linguagem difícil mas interessante, história parece de novela. Recomendo para os noveleiros e nerds de mitologia grega.
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Debora32 14/07/2022

Tragédia. (2/2)
A esposa que escolhe sem dificuldades encerrar com a vida da família após uma traição.
Medeia de cara leva a pensar no nosso eu obscuro, corrompido, que após uma enorme decepção pode nos levar a escolhas inimagináveis, escolhas que podem determinar drasticamente nosso futuro.
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