Julinho 19/12/2021
Kate Morton sempre trás referências literárias em seus livros, autores como Agatha Christie e Charles Dickens foram homenageados em sua obra. Em "O jardim secreto de Eliza", como o próprio título em português sugere, há claras referências ao livro escrito por Frances Hodgson Burnett ("The secret garden") - encontramos uma garota mimada e doente, "curada" por um jardim semeado por sua prima, uma garota órfã - existe mesmo uma passagem da autora do clássico "visitando" blackhurst manor, a propriedade onde transcorre a história.
No entanto, o livro é muito mais uma homenagem aos contos de fadas, com sua face assustadora (como a própria era vitoriana, com um pouco das suas mazelas retratadas): encontramos alguns dos contos escritos pela "Autora" uma das personagens principais do romance, o que é bem legal, pois os mesmos são importantes no desenvolvimento do enredo como se fossem uma narrativa em abismo, revelando segredos e antecipando o entendimento de coisas que apenas ficam claras no fim.
Gostei bastante do livro, como todos da autora são bem escritos, com personagens que parecem de carne e ossos e que são muito cativantes, mas esse livro também herda de seus irmãos um problema: nos livros da autora, sempre há uma forçação no final para tentar surpreender o leitor, são plots twists com situações e acontecimentos muito absurdos. Nesse nem me surpreendi, por que já tinha adivinhado esse plot twist, o que ela definitivamente não sabe construir. Isso não estragou o livro, até por que eu já fui com expectativa baixa em relação ao final, é um bom isso livro posso afirmar no final das contas.