Leilane 22/12/2015
“O Último dos Canalhas” tem uma heroína super badass, ação do começo ao fim e um romance super divertido
A jornalista Lydia Greenville é uma mulher autossuficiente que não mede esforços para ajudar as pessoas e de quebra sempre consegue uma boa história na qual aplica sua escrita irreverente, direta e denunciativa. E é em um desses momentos no qual está literalmente salvando alguém de um destino terrível, que ela conhece o mulherengo duque de Ainswood, Vere Mallory, encontro que resulta na pessoa salva, a fuga do criminoso pela interrupção de Mallory, um beijo não desejado em Lydia – mas definitivamente sentido intensamente também – e em um soco – ainda menos desejado – em Vere. O começo turbulento só serve para incitar a curiosidade em ambos os lados e vai ser difícil não se mergulhar cada vez mais nos sentimentos que um desperta no outro.
Quando se pega um romance de época para ler, uma coisa é certa: vai ter romance; óbvio! O que surpreende é o que vem acompanhado, e neste caso foi muita diversão e ação, amei cada página. Acho que este é o romance de época mais divertido que já li! E para quem nos acompanha sabe que já li um bocado, então não é dito levianamente.
Lydia é uma daquelas personagens com luz própria e que acaba eclipsando o personagem masculino, não que Vere não seja um personagem interessante, ele só é mais um desses devassos que precisa de uma mulher ao seu lado para finalmente começar a perceber o que importa na vida, então não é novidade. Até que ele teve seus momentos antes, afinal ele foi marcado pelo sofrimento de muitas perdas, mas conseguiu se manter são e ainda tem um bom coração quando tem momentos para mostrá-lo, mas a Lydia, é a Lydia.
Loretta Chase criou uma super heroína do século XIX. Em meio a infortúnios, Lydia soube aproveitar as oportunidades que teve na vida e por seu talento conseguiu se tornar uma pessoa com meios suficientes para fazer o que ama, escrever, e ainda ajudar os outros – que ela ama mais ainda. Ela se disfarça, sabe dar um bom soco em autodefesa, e em ataque também, e se preocupa e tenta mudar a todo momento as injustiças da sociedade da época. Então, apesar de haver muito romance, de a capa ter a foto de um homem, de o título ser sobre o personagem principal, de o Vere incitar grande parte da diversão na história, não adianta, quem brilha nessa história é a Lydia – e lhes garanto que se o Vere pudesse ler isto que escrevi agora, ele concordaria comigo!
Uma outra característica interessante deste livro – e que dá um ótimo ritmo a história – é que ele é contando por diversos personagens, o enfoque é maior em Lydia e Vere, mas também há as sobrinhas dele, personagens secundários super fofos num romance paralelo e até dois vilões que são criminosos da cabeça aos pés; aliás, que agonia que tem um bastardo aí que continua firme desde o “O Príncipe dos Canalhas”! O que me leva a relembrar que comentei na resenha passada que esses livros fazem parte de uma série chamada “Scoudrouls” lá fora e que o lançamento começou pelo livro 3, mas, se eles ainda forem lançar os dois primeiros ou pelo menos o segundo, essa inversão foi boa, pois pelo que percebi lendo a sinopse, o 2 acontece depois do 3 e 4, pois tem relação com esse outro vilão bastardo!
Entretanto, tenho uma crítica, apesar da inversão inteligente da ordem dos lançamentos – e torço para que ela lance pelo menos mais o segundo no futuro –, a Arqueiro não deixa claro nas capas dos livros que eles fazem parte de uma série, por exemplo, neste só colocaram frases como “Autora de O Príncipe dos Canalhas” na capa e “Outros livros da autora” e vem a fotinho da capa do livro anterior. No Skoob, rede na qual o cadastro de livros é feito pelos próprios leitores, fizeram um esforço para deixar claro que é uma série – até eu fui editar nossa resenha do livro anterior para colocar a informação que é uma série também –, chamada “Canalhas”, sendo “O Príncipe dos Canalhas” o primeiro e “O Último dos Canalhas” o segundo. E é algo muito legal, mas não totalmente eficiente para um leitor que não acompanha redes sociais. E friso a importância de deixar claro que é uma série porque, pois o casal do primeiro livro aparece muito no segundo e tem muitas ligações com o novo casal! Já vi “sequências” nas quais os personagens anteriores eram apenas mencionados em uma passagem, não fazia diferença nenhuma ler na ordem ou não, mas nestes dois aqui faz e muita! Está bom de rever isso para as próximas edições, Arqueiro.
Tirando isso, este livro é perfeito, também amei o primeiro, mas este superou, também merecia um RITA, mas como “O Príncipe dos Canalhas” ganhou, acho que não quiseram dar mais um para a mesma série, rs.
site: http://lerimaginar.com.br/blog/2015/12/o-ultimo-dos-canalhas-tem-uma-heroina-super-badass-acao-do-comeco-ao-fim-e-um-romance-super-divertido/