Ju Neves 09/09/2011Quando eu vi esse livro pela primeira vez eu logo pensei "nossa, que livro é esse? Que capa estranha", me envergonho de não respeitar o ditado "não julgue um livro por sua capa", pois esse foi um dos melhores livros que já li. Um dos mais inteligentes, sem dúvida, e certamente um dos mais emocionantes.
A temática suicídio é algo que eu ainda não tinha me deparado. Pelo menos, não como o assunto principal do livro. O interessante foi o quanto ele prendeu minha atenção, mesmo que eu já soubesse do final. Eu queria saber de tudo, eu queria entender tudo o que estava passando na cabeça de Hannah a ponto de ela querer encerrar a própria vida, e eu queria saber o que Clay (o garoto que narra a história) tinha a ver com isso. Por que ele recebeu as fitas se ele aparentemente gostava tanto dela?
A narrativa fluiu tão naturalmente que eu nem percebia. Sempre alternando entre a voz de Hannah e os pensamentos simultâneos de Clay. As duas narrativas misturadas foi um grande risco que o autor correu, e deu muito certo. Além disso, não sou grande fã dos livros narrados no presente, sempre penso que no passado eles soam mais verdadeiros, como se a pessoa realmente estivesse narrando uma história, como se ela estivesse sentada na nossa frente, nos contando sobre sua vida. Mas no livro Os 13 Porquês a escolha pelo presente me pareceu mais adequada, era como se eu estivesse sentindo as reações do Clay pelas coisas que a Hannah contava.
Um livro bom como esse, porém, merecia uma capa melhor. Como eu, sei que outras pessoas ainda não leram por não ser tão atrativa. A capa brasileira pode ter mais relação com a história, por ser uma fita, mas a americana trás mais a sensação de melancolia, com a menina sentada no balanço, em um parque, onde a história toda começa.
Senti falta da descrição física dos personagens, mas isso não prejudicou o livro, foi apenas uma escolha do autor, uma característica dele. As aparências eram o que pouco importavam, uma vez que estamos tão compenetrados em conhecer o interior de Hannah e das pessoas que ela diz serem responsáveis pela sua decisão pelo suicídio.
É certamente um livro que eu esperaria ver muitas e muitas pessoas falando, de qualquer idade. Ele mostra realmente o que pequenos atos podem causar na vida de uma pessoa. A gente nunca sabe o que está se passando na cabeça de alguém, e, sem querer, podemos estar contribuindo para aumentar a "bola de neve", como a própria Hannah definia.
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