Mari 18/10/2013Os 13 Porquês | Sem Querer me Intrometer Antes de começar, tenho que dizer que estou bastante animada em fazer a resenha de um livro que desejava ler desde 2010. Os 13 Porquês conseguiu me surpreender muito e, ao mesmo tempo, atender às minhas expectativas (que confesso, eram altas!).
No livro de Jay Asher, conhecemos Clay Jensen, um jovem estudante que acaba de receber em sua casa um estranho pacote sem remetente contendo sete fitas cassetes.
Ao ouvir a primeira fita, Clay descobre que elas foram gravadas por Hannah Baker, a garota por quem ele sempre foi apaixonado e que, infelizmente, cometeu suicídio há algumas semanas.
As fitas contêm as últimas palavras de Hannah antes de tirar sua própria vida, e ela explica aos ouvintes que todos aqueles que as receberem, assim como Clay, devem ouvi-las até o final e repassá-las ao próximo nome da lista.
Ao todo, 13 pessoas receberão as fitas e todas elas tiveram um impacto profundo na vida de Hannah, influenciando-a a tomar a decisão de se matar.
Enquanto ouve as fitas, Clay descobre quem são as outras pessoas que receberam (ou ainda receberão) as fitas gravadas por Hannah e passa a entender porquê elas marcaram a vida da menina. Baker conta, sobre cada um dos destinatários, uma história marcante e, na maioria das vezes, perturbadora que presenciou durante seu período escolar, revelando grandes segredos que muitos acreditavam terem morrido com ela.
Assim, no final do livro, finalmente podemos ligar todas as histórias e entender quais foram os treze porquês que levaram Hannah Baker ao suicídio.
O que me surpreendeu no livro é que Hannah não faz o tipo de garota que costuma ser associada à ideia de suicídio. A garota sempre foi bonita, inteligente, popular e bastante sociável, porém escondia dentro de si aflições e medos que eram alimentados pelas pessoas que não a respeitavam e a julgavam de maneira incorreta.
Os 13 Porquês conseguiu se manter infinitamente longe do clichê. Nenhuma estória que eu tenha lido ou assistido até hoje mostrou tão bem como as razões para que uma pessoa cometa suicídio possam ser tão... simples.
Muitas das situações contadas por Hannah são frequentemente vistas no nosso dia-a-dia sem que sequer percebamos o impacto que elas podem causar às pessoas que as vivem.
A obra traz uma Hannah Baker perfeitamente aprofundada psicologicamente. A descrição de seus desconfortos, temores e inseguranças é tão bem trabalhada que nos faz torcer por sua recuperação mental (nossa protagonista sofria de depressão), mesmo que já saibamos qual é o final da história que a menina conta em suas fitas.
Clay também é um personagem bastante interessante e tem a função de nos mostrar o outro lado da história. O lado de alguém que sempre admirou e amou Hannah mas, mesmo assim, não pode perceber como ela se sentia enquanto ainda estava viva.
A reação do rapaz diante das fitas e o percurso que ele traça enquanto as ouve traz doses extras de emoção à estória.
O livro consegue fazer o leitor refletir sobre pequenas ações, além de conter uma narrativa totalmente instigante, com vocabulário simples e informal, o que faz com que seja impossível parar de ler até a palavra final.
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