A vida pela frente

A vida pela frente Émile Ajar (Romain Gary)




Resenhas - Toda a vida pela frente


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Carminha 30/04/2020

Já li mais interessante , este é cansativo , repetitivo e o início e fim não evolui, no mesmo em todo o desenrolar da história .
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Goimar 26/08/2020

Sensível e atual
Narrado em primeira pessoa, o romance se passa na Paris dos anos 60, mais precisamente em Belleville, bairro habitado por judeus, árabes e negros. A história é contada pelo menino Mohammed, conhecido como Momo. Criança sensível e inteligente a ponto de apresentar um discurso pautado por reflexões bastante filosóficas.
A relação de Momo com Madame Rosa, judia sobrevivente de Auschwitz, ex-prostituta, que, após aposentar-se, vive de cuidar de crianças em seu apartamento, é o ponto nevrálgico do livro. Desconheço, na literatura, um vínculo mais bonito, tocante e melancólico como a que se desenvolve entre esses dois protagonistas. Em boa parte da trama, o que vemos é uma relação maternal invertida, à medida que cabe a Momo dedicar cuidados intensivos à Madame Rosa, repleta de problemas de saúde.
O menino tem consciência de que é muito maduro para sua idade, construindo interações e diálogos de profundidade espantosa não só com Madame Rosa, mas também com outros personagens da narrativa. Dentre eles, o idoso Hammil, ex-vendedor de tapetes que jamais se separa de seu exemplar de Os miseráveis, e a travesti senegalesa Madame Lola.
Um livro tão poético quanto político uma vez que, a despeito de ter sido publicado na década de 70, aborda e/ou tangencia temas sempre atuais, como: imigração, situação dos marginalizados nas metrópoles, conflito entre judeus e árabes, preconceito racial, solidariedade, eutanásia.
Minha única ressalva à obra é a dificuldade em “comprar” a inteligência exacerbada de Momo. A meu ver, a maturidade e o intelecto dos personagens infantis de grandes obras beiram, no geral, ao inverossímil. Mas essa é, creio, uma implicância muito pessoal e não diminui em nada a beleza e a importância deste livro belíssimo.


site: https://www.instagram.com/goimar_dantas/
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Ana Cecília 26/08/2020

Com um título bem interessante, não é de todo ruim, mas, esperava mais.
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Paula.MTerra 21/08/2020

A vida pela frente
Livro lindo e cativante... conta a visão de um garoto inocente x a brutalidade do mundo.
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03/08/2020

Amor e abandono
Essa história foi um grande soco no estômago. A descrição do fundo do poço da humanidade feita pelos olhos de um menino de dez anos (ou um pouco mais) é sem igual: os adultos têm medo de falar do que realmente importa, mas as crianças o fazem com tranquilidade e honestidade, pois ainda não adquiriram as amarras que a vida impõe. Ainda assim, toda a minha leitura teve como pano de fundo um sentimento de angústia, por ser uma criança a me contar sobre drogas, morte, prostituição, violência e abandono; por ser um menino de dez anos a me dizer que nem sempre estar vivo é melhor do que estar morto, sobre o "direito sagrado de dispor de si mesmo". Em contraste com tudo isso há o amor, que é o que sustenta Momo quando todo o resto é incerto e sem o qual ele conclui que não seria possível viver.
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Camilla.Barros 22/07/2020

Conta a história de Momo, jovem muçulmano que vive na casa de Madame Rosa, uma ex-prostituta sobrevivente de Auschwitz.

É uma livro muito bem escrito e que trata de assuntos sensíveis e necessários: imigração, pobreza, velhice, abandono, eutanásia; tudo narrado por um garotinho.

Leitura que me surpreendeu e me emocionou muito!
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Silvia 20/07/2020

Lindo texto.
Nas palavras de uma criança, o Momo, descobrimos uma imensidão de amor puro e incondicional.
Sobre lágrimas: "Os velhotes não conseguem mais parar de escorrer."
É Momo, também "escorri" ao final dessa linda história. Recomendo!
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Mari 13/07/2020

Daqueles que você precisa reler de vez em quando
Pra mim esse livro é tipo Meu Pé de Laranja Lima com a linguagem do O Cortiço. Além, é claro, de expor a fragilidade social do contexto da época.

Momo é um garotinho muçulmano de 10 anos, com a vida pela frente, que parece ter no mínimo o dobro, tamanha sua maturidade e esperteza. Ele foi criado junto a outros meninos no orfanato informal de filhos de prostitutas por Madame Rosa, sobrevivente dos campos de concentração nazista e ex-prostituta.

Eles vivem num bairro periférico, cercados de judeus, árabes e africanos, com diferentes religião e cultura. No entanto, nessa teia, as relações se estreitam e eles incluem os excluídos.

Impressionante como esse livro nos ensina sobre tolerância, solidariedade, companheirismo e amor.
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jota 21/02/2018

Amor incondicional
Toda a Vida Pela Frente, a emocionante história do garoto árabe Momo e sua protetora, madame Rosa, já se tornou uma de minhas leituras favoritas do ano. Obra que Romain Gary (1914-1980), escritor francês nascido na Lituânia, escreveu sob o pseudônimo de Emile Ajar e que se tornou um grande sucesso literário a partir de sua publicação em 1975. Transposto para o cinema em 1977 deu à França o Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte.

Estamos em Paris, na década de 1970, numa parte nada charmosa da cidade, Belleville, habitada sobretudo por imigrantes árabes e africanos pobres. Muitos deles sem profissão definida, vivem de expedientes variados, inclusive prostituição e mesmo tráfico de drogas. Ali também mora uma idosa judia chamada madame Rosa (no cinema, Simone Signoret), uma sobrevivente de Auschwitz, que durante grande parte de sua vida foi prostituta e que agora, fisicamente decadente, ganha a vida tomando conta dos filhos pequenos de outras prostitutas das vizinhanças.

Madame Rosa tem um menino argelino aos seus cuidados, Mohammed, ou Momo, de dez anos, seu preferido, que a ajuda em diversas tarefas e que ela criou desde os quatro anos; seus pais nunca apareceram para visitá-lo, saber dele. Sempre que Momo pergunta pelos parentes, madame Rosa lhe dá respostas evasivas. No fundo, tanto a velha prostituta quanto o garoto tem apenas ao outro para dividir as pequenas alegrias e os dissabores da vida que levam, quase miserável.

Mas Toda a Vida Pela Frente não é um livro triste, ainda que seja pontuado por uma espécie de felicidade amarga, nada disso. O título em si é bastante positivo, demonstra esperança no futuro, e se refere a Momo, o narrador (na verdade, o livro é um imenso monólogo), que é um menino bastante esperto, que tem um modo próprio de ver a vida e as pessoas que o cercam, com muitos conhecidos curiosos na vizinhança, que pratica pequenos roubos, que ganha alguns trocados das prostitutas pois é um garoto bonito etc. E sobretudo Momo tem amor incondicional pela velha prostituta, cuida dela com o máximo empenho e carinho, com infinita ternura, o que torna essa história cativante página após página.

Conhecemos diversos personagens interessantes que participam da vida dos dois protagonistas, especialmente Lola, um travesti que no passado foi lutador de boxe. Sempre que pode Lola ajuda a velha senhora e Momo, especialmente fornecendo-lhes dinheiro pois aos poucos as prostitutas foram retirando seus filhos dali para entregá-los a outras cuidadoras, sem os problemas de madame Rosa. Com o passar do tempo ela se torna mais dependente de Momo, do doutor Katz, um velho médico seu amigo, de Lola e de outros vizinhos. Além dos problemas físicos a idosa também tem momentos em que se desliga da realidade e imagina que os nazistas ou a polícia estejam em busca dela para mandá-la de volta para o campo de concentração ou a prisão. Outras vezes imagina que está com câncer, vai morrer, mas não quer ser internada num hospital de modo algum. Não quer que os médicos prolonguem seu sofrimento, usem seu corpo como outros homens o usaram em outros tempos.

Nesse momento estamos próximos do final do livro e então a figura de Momo cresce grandemente através de seus esforços para que os últimos dias da velha senhora sejam menos sofríveis. Mas as coisas se complicam pois o dono do apartamento em que vivem, e que está sem receber o aluguel há três meses pois ficaram sem renda, exige o pagamento da dívida. Então Momo, contando com sua inteligência de menino sagaz, com sua sabedoria e conhecimento do mundo adulto, tem de se virar para arranjar uma solução que não moleste ainda mais madame Rosa.

Toda a Vida Pela Frente é daqueles livros que nos interessam o tempo todo, que nos comovem e também nos fazem rir (ou sorrir) e que nos falam mais diretamente ao coração do que ao cérebro, enfim uma leitura imperdível para esses tempos de desamor e tecnologia.

Lido entre 13 e 21/02/2018.




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Fe 19/06/2020

Perfeito!
Uma leitura leve e maravilhosa. A vida pós Auschwitz aos olhos de uma criança.
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Dri Ornellas 02/02/2020

A Amazon me indicou o livro A vida pela frente baseada nas minhas compras. Quando li a sinopse, o primeiro pensamento que me veio à mente é que esses franceses adoram um livrinho com personagens morando num mesmo prédio (pois o cenário me trouxe à lembrança o maravilhoso A elegância do ouriço); e juntou-se à essa boa referência o fato inusitado do autor usar um pseudônimo (ele já havia ganho um prêmio literário na França que não poderia concorrer novamente, então, usou um nome falso para o livro poder competir - e ganhou, de novo!).

O livro foi publicado em 1975, mas pode facilmente ser considerado atemporal, mesmo com todas as marcas identitárias e eventos históricos que traz ao contar a história de Mohammed, ou Momo, como ele prefere ser chamado. Um menino árabe de talvez 10 anos - não se saber ao certo porque ele não tem certidão de nascimento - criado por Madame Rosa, uma ex-prostituta judia já idosa. Em sua casa, Madame Rosa tem umas 10 crianças órfãs ou temporariamente abandonadas pelas mães prostitutas para poder trabalhar - e sobreviver. O livro é sobre pessoas que (sobre)vivem à margem da sociedade, aquelas que sobram.

A narrativa em primeira pessoa de Momo faz toda a diferença e torna a leitura única: Momo tem um olhar observador apurado sobre as circunstâncias em que vive, mas não as questiona, apesar de saber, por intuição, que não tem um futuro além do que consegue enxergar.

Após ser expulso da escola por entraves burocráticos por causa de sua (falta de) idade, ele vive pelas ruas de Paris nos arredores das zonas de prostituição fazendo pequenos roubos (para conseguir dinheiro para comer ou apenas chamar atenção, pois pode ser que sua mãe apareça se ele foi visto!). Mesmo sabendo-se árabe e sendo portador de toda a identidade que isso lhe concede, ele não sabe nada de seus pais, de onde veio ou que idade tem. Ele não tem importância! E, no entanto, ser árabe ou saber quantos anos tem não farão diferença em sua realidade, não mudará nada.

Madame Rosa é uma judia sobrevivente de Auschwitz. Foi prostituta por 35 anos, quando se aposentou, passou a adotar crianças órfãs para receber o dinheiro do seguro social. Ela e Momo desenvolvem uma relação especial e a história do livro gira em torno dos últimos dias de vida de Madame Rosa e as aflições de Momo que não sabe o que será de si mesmo quando ela morrer.

Os laços de amizade entre uma velha senhora judia ex-prostituta e um órfão delinquente árabe, ambos puídos pelo pior da vida, tentando apenas contornar as imposições de seu presente sem futuro para não morrer ou morrer com um pouco de dignidade. O livro é bem pesado, mas isso é muito bem disfarçado nas primeiras dezenas de páginas por ser narrado por uma criança. Até o momento em que você dispõem os personagens em suas devidas categorias e monta o quebra-cabeça do cenário contextual em que eles vivem, fica até com a impressão que será algum tipo de fábula. Depois disso, tudo pesa. Toda informação filtrada pelos olhos de Momo para palavras simples e diretas passam a ter outro sentido, porque você já pode traduzi-las social e historicamente. Esse é um mecanismo espontâneo que a narrativa causa no leitor e, no final, ocorre outro mecanismo que gira uma outra chave na história e, confesso, inesperada para mim. O inesperado não foi o desfecho da história, mas as palavras usadas para a conclusão de uma história tão triste.

Um livro pequeno que li nesses dois dias de fim de semana. Uma leitura pesada que se faz muito atual por tratar do limite de espaços e laços identitários e de comunidade; da nossa impossibilidade de fugir do nosso lugar histórico e social e da transitoriedade da vida, mas também da necessidade de às vezes simplesmente ignorarmos tudo isso e apostarmos em algo, no outro e em nós mesmos. Um pequeno grande livro que acabei já querendo reler daqui um ano ou dois ou tanto faz, mas sei que será uma história que trará novas percepções e sentimentos a partir de uma segunda leitura e num novo momento de vida do leitor. A transitoriedade da vida vale pra todo mundo, dentro e fora dos livros, né?
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Ana Rabelo 13/02/2020

Literatura Francesa
O livro é um clássico da literatura francesa e foi recentemente publicado pela Todavia. No livro conhecemos a história de Mohammed, o Momo, um menino que vive em Paris com uma senhora judia, chamada Madame Rosa, em um bairro habitado por árabes, judeus e negros. Uma história rica em aspectos culturais e dilemas da vida, narrada por Momo, que possui maneira única de olhar os acontecimentos ao seu redor. Sem dúvidas um dos melhores que já li!
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José 18/05/2020

O olhar inocente e duro de uma criança
Este livro me trouxe muitos sorrisos e reflexões em momentos que eu não esperava.
As observações dessa Paris crua e cruel que saem da boca do pequeno Maomé são de tanta inocência que por vezes são mais profundas do que qualquer livro em sua época poderia ser.
Livro lindo! De um carisma, simplicidade e inteligência cativantes!
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Clarissa.Ferraz 06/05/2020

Bom livro
Bom livro, traz uma boa reflexão, mas é importante dizer que talvez alguns o achem monótono (até pela proposta do livro), pois não há grandes acontecimentos.
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