Rafael 06/12/2023
Nada semelhantes
Quando o homem tenta explicar Deus ele falha miseravelmente. É essa a sensação que ficou após eu reler este livro. Na primeira leitura não me agradou muito. Resolvi dar uma nova chance antes de me desfazer dele e, novamente, não me surpreendeu. Apesar de ter algumas passagens bonitas e reflexões interessantes, a obra peca pela constante necessidade que o autor tem de doutrinar o leitor acerca da sua visão sobre Deus. Cheio de clichês, a aparente desconstrução que o autor faz para que se possa entender Deus é inócua, pois parte da equivocada premissa de que o homem é semelhante a Ele, isto é, que fomos feitos a Sua semelhança. Erro crasso, pois Deus, nem de perto, é similar ao homem, é dizer, o ser humano, nem de longe, é análogo a Deus. E Deus não pode ser explicado, mas, tão somente, sentido e vivido nos que Nele creem. Conceituar Deus é persistir no engodo primário de toda religião, pois é a partir daí que se iniciam as exclusões entre os seres humanos, esses sim, deveras semelhantes entre si. Obviamente respeito quem pensa o contrário e talvez seja esse ponto que me fez "desgostar" dessa leitura. No mais, se você se sente confortável com isso e curioso para ler essa obra que foi sucesso de vendas, divirta-se e vá em frente.