Gisa 13/06/2016Vocês já se arrependeram de querer ler um livro? Pois eu já!
Quando eu vi essa capa maravilhosa, eu me senti na obrigação de ler. Tudo bem, eu não tinha curtido muito o livro anterior da autora (Uma Curva no Tempo), mas todo mundo merece uma segunda chance, certo? Errado!
Não sei porque deuses, pensei que esse livro seria diferente e me agradaria. Afinal ele tem tantas semelhanças com UCNT e muitas aparecem já na sinopse.
Temos uma mulher que foi salva de um acidente de carro? Sim!
Essa mulher fica com uma cicatriz no rosto? Sim!
Essa mulher tem um noivo/namorado que ela ama e depois ela descobre que não o ama tanto assim? Sim!
Ela descobre que esse noivo/namorado é meio cafajeste? Sim!
Ela tem uma amiga vista como "piriguete"? Sim!
Um de seus pais está doente? Sim!
Um(a) grande amigo(a) morre? Sim!
Ela se afastou da cidade, mas teve que voltar para a terra natal? Sim!
Pôxa Dani, assim fica difícil te defender amiga. Vamos soltar a imaginação da próxima vez, ok?
Quando me dei conta dessas semelhanças, fiquei: "Meus deuses, o que eu fiz?" , mas resolvi seguir a leitura. Afinal, muitos livros possuem propostas semelhantes, mas desenvolvimentos completamente diferentes. Não tenho certeza se isso de fato aconteceu aqui.
A História de Nós Dois é narrado pela Emma, uma mulher de 27 anos que precisou retornar a sua cidade pois sua mãe está com Alzheimer. Aliás, esse é um ponto bem interessante da trama. Gostei de ver a doença sendo levantada. Embora tenha sentido muita raiva de Emma e de tudo o que ela queria fazer a sua mãe doente (internar, colocar em um asilo,...)
Assim que ela volta, resolve reatar com seu ex namorado. E em poucos meses, eles estão noivos. E claro, antes do casamento, todos precisam sair para comemorar o fim da vida poligâmica não é mesmo?
E é depois da despedida de solteiro que Emma e suas duas melhores amigas Amy e Carolina se acidentam.
Carolina e Emma são resgatadas por um homem misterioso. Mas a pobre Amy morre.
Quando você salva a vida de alguém, você se torna responsável por ela não é mesmo? Então é lógico que só por isso, o cara lá misterioso começa a seguir a Emma. Só que não né gente. A Carol ele nem lembra quem é.
E claro, a Emma fica toda balançada com esse seu herói. Quem não né?
E é aí que a história se desenvolve. Vamos para o velho, cansativo, inútil e previsível triângulo amoroso¹. E agora, com quem Emma ficará?
Apesar do enredo pra lá de clichê não foi isso que realmente me incomodou.
A Emma é uma personagem extremamente irritante. Galera, eu até entendo uma adolescente dizendo "Ô, ele me olha e não sei o motivo de seu interesse..." , mas uma mulher barbada e experiente, eu não aceito. Vá se catar Emma. Tudo estava ali na sua cara o tempo todo e você fingia não ver. Tinha medo de que alguém lesse seu livro é isso? Sem falar que ela tem umas atitudes bem ruins e não é nada coerente.
O tal herói misterioso também não é nada legal. Sabe quando um autor coloca todos as características boas em um personagem? Então! Acontece que isso não funciona. os autores precisam entender isso. E isso é tão verdade, que hora ou outra o personagem desliza. Como acontece em um trecho bem interessante, onde o herói e Emma estão quase lá e ele pergunta se ela tem certeza. Pois depois que ele começar, ele não vai parar, ela não poderá mais desistir. Galera, vamos deixar claro, que: Se uma mulher estiver transando com um cara e ela pedir para parar e ele não aceitar, ó a surpresa: É estupro. Então vamos parar de romantizar essas coisas galera. Sem falar que as frases que ele usa, que deveriam ser de efeito, são pra lá de clichês.
Do tal triângulo, o único personagem que me cativou foi o noivo de Emma. Ele não é perfeito. Ele é bom, educado, a ama, cuida dos pais dela, é carinhoso, mas claro, também erra. Mas sem dúvidas, é o personagem mais apaixonante e verdadeiro dessas páginas todas.
Ainda posso citar outros pontos negativos, como os estereótipos femininos, os maus exemplos, como dirigir embriagado e transar sem proteção com uma pessoa desconhecida, o velho clichê das revelações em sonhos², o velho costume de fazer um personagem comprar e declarar amor ao outro através de dinheiro, casas, carros, viagens e a preocupação incessante de destacar durante a narrativa que aquilo não é machista. Quando claramente é. Se não fosse, não seria necessário ressaltar isso. A narrativa é cansativa, a trama é enrolada e o final desnecessário e injusto.
Enfim, são inúmeros pontos que me fazem não querer indicar essa obra. Mas se tem uma coisa que eu aprendi com esses anos de blogueira, é que gosto é gosto, opinião é opinião e cada um tem a sua. Que bom! Então se você tem interesse, vá em frente e tenha sua própria experiência pessoal.
Se você, de alguma forma, ficou ofendido com a minha opinião peço desculpas. E indico que leia ESTA postagem.
¹- Eu adoro um triângulo, mas apenas quando ele é real e ambas as partes estão em igualdade. Essa coisa do cara bom e do cara mal não rola pra mim.
² - "Ah, mas você tem um livro em que a menina sonha com o futuro. " Sim, tenho, mas uma coisa nada tem relação com a outra. A Rita realmente sonha com o futuro. Estou falando que aqui, a pessoa tem um sonho qualquer e através dele desconfia e descobre as verdades. Avá!!!!!!
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