Ronaldo 27/12/2018
Foi um livro que me ganhou de várias maneiras. A começar pela construção dos personagens. Lily é uma anti-heroína fascinante, achei interessante seu senso moral, admirei sua ousadia e me arrepiei com sua frieza. Tive muita compaixão por Ted, infelizmente há homens que atraem o pior tipo de mulheres e me repugnei com a vadia da Miranda. Também amei a maneira como a história foi contada, a partir do ponto de vista de vários personagens, vítimas, algozes e a polícia, muitas vezes a mesma cena sendo narrada sob diversos ângulos. Mas o melhor de tudo foram as reviravoltas. A primeira delas taivez seja a mais chocante, pois além de trazer um acontecimento que me deixou sem chão, me fazendo desejar vingança contra os culpados, muda totalmente o rumo da história dando uma outra perspectiva. Mas isso não quer dizer que depois disso a trama se torne previsível. Pelo contrário, o livro todo é um grande jogo, onde à cada capítulo a vantagem está com um dos personagens. E qualquer vacilo pode colocar tudo a perder. Mas, apesar das narrativas serem em primeira pessoa, nem todas as intenções dos personagens são compartilhadas conosco, por isso somos pegos desprevenidos junto com seus adversários em alguns momentos. A leitura segue nesse ritmo intenso até as últimas cinquenta páginas, quando a ação diminui um pouco, dando lugar a cenas excessivamente descritivas, em sua maioria, as perambulações da protagonista. Mas em compensação, o desfecho é genial. No último parágrafo somos presenteados com uma informação inesperada que muda tudo o que parecia já estar certo. Apesar de ter preferido outro final, este teve uma certa justiça poética, afinal algumas pessoas até podem merecer a morte, mas nem sempre é assim que se resolvem as coisas.