Se eu fechar os olhos agora

Se eu fechar os olhos agora Edney Silvestre




Resenhas - Se eu fechar os olhos agora


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adjalina.menezes 28/01/2016

Um bom livro, e só. Mais de 190 páginas pra acontecer alguma coisa. Algumas passagens e diálogos do enredo foram inseridos para "enquadrar" no contexto histórico, mas é muito forçado. Esperava mais. Não sei como ganhou o prêmio Jabuti. Agora, e depois de ler "Leite Derramado" vejo que a obra de Chico é melhor, embora não tenha gostado muito de nenhuma das duas.
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Érica 05/01/2016

Globo e Jabuti nem sempre fazem um bom romance
Sempre que eu via esse livro, ficava intrigada com duas coisas: o autor, jornalista da Globo, e o título, que sempre me remeteu a algo misterioso, íntimo, profundo. E assim, quase que na cegueira, sem saber nada sobre o livro além de que o autor é jornalista da Globo, eu baixei no meu Kindle e comecei a ler Se eu Fechar os Olhos Agora (Editora Record, 2011, 304p.). E eu não gostei. Nem um pouco.

Primeiro porque o título é altamente enganoso, não se trata de um livro com reflexões, é um romance policial! E, como eu já andei dizendo por aqui, romances policiais definitivamente não são a minha praia: acho eles, em regra, entediantes, previsíveis, enfadonhos. Duras palavras, sim, mas é a minha opinião. E esse, realmente, não fugiu à (minha) regra.

A história é ambientada no interior do estado do Rio de Janeiro, e inicia-se com dois amigos, que, ao matar aula para ir nadar em um rio, encontram morta uma mulher, a comentada esposa do dentista da cidadezinha. A polícia credita o assassinato ao confesso marido, mas os garotos passam a investigar o caso por conta própria. No caminho, passar a contar com a ajuda de um morador do asilo da cidade. Desvendado o crime, toda a hipocrisia da elite cafeeira vem à tona.

Do que eu gostei? Gostei da abordagem de temas históricos e culturais da década de 60 como plano de fundo: a corrida espacial, a Era Vargas (adoro ler sobre a Era Vargas), a cultura e os barões do café, o "lugar" da mulher naquela sociedade. Gostei de que o Vale do Paraíba paulista tenha sido mencionado em razão da linha férrea. Gostei da amizade dos garotos. Gostei do final, que me emocionou.

Do que não gostei? Não gostei de ser um romance policial (mas aí a culpa é minha, não dele). Não gostei da conspiração criada para justificar o encobrimento do crime - ou o crime. Não gostei dos diálogos, que são bem pobres. Não gostei do ritmo do livro, que no início é extremamente maçante, começa a ter um fôlego e depois desacelera novamente, o que me faz pensar na própria fala do Edney Silvestre nas reportagens: a cadência dele sempre me irritou, sempre me deu aflição, mas não sei explicar o porque e, aparentemente, isso foi transferido à sua escrita.

Não sei se vou ler outro livro do autor. Não sei se ele deve seguir esse estilo. Não sei nem se ele deve continuar a escrever. Nem todo jornalista nasceu para escrever. Nem mesmo um Prêmio Jabuti é capaz de me convencer.


site: www.serleitora.com.br
adjalina.menezes 28/01/2016minha estante
Tem razão título enganoso.




Antonio 27/09/2015

Nada é o que parece ser
Em Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre, acompanhamos as diligências de dois garotos de doze anos – Paulo e Eduardo – na tentativa de desvendar um bárbaro crime ocorrido em uma pequena cidade da zona cafeeira do Rio de Janeiro. Cheios de curiosidade e inconformismo, os dois contam com a ajuda de um senhor que vê na investigação uma maneira de driblar o tédio a que é imposto diariamente vivendo em um asilo.

Na busca pela solução do mistério, os três se esbarram com interesses escusos dos agentes do poder: políticos, religiosos, policiais...

Mas Se eu fechar os olhos agora não é apenas a história da averiguação do delito. É um livro sobre crueldade, opressão, poder, hipocrisia, mentira. Bem armado, ambientado de forma coerente, com personagens complexas e apaixonantes, o primeiro romance de Edney Silvestre talvez deslize na construção dos diálogos – alguns até inverossímeis – e na conclusão, com um final decepcionantemente forçado.

Trecho do livro:
“Eduardo foi à penteadeira. Viu embalagens de cosméticos, caixas de pó, esponjas, vidros de esmalte e perfumes. Não eram diferentes dos que via na penteadeira de sua mãe. Exceto pelas cores: todos os batons e esmaltes da mulher assassinada eram de um vermelho denso como o de uma goiaba podre.” (p.38, E-book)


site: leioedoupitaco.blogspot.com.br
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R. R. Packer 03/08/2015

Um mergulho na história e cultura do Brasil nos anos 1960
A narrativa da história é maravilhosa, o primeiro parágrafo já deixa clara a capacidade de discrição de Edney Silvestre. Sua escrita sutil e agressiva ao mesmo tempo torna a leitura prazerosa, porém a história não possui a mesma força que suas palavras - algo que me levou a demorar um tempo a mais para terminar de ler o livro.
Achei que algumas lacunas apareceram no meio do desenrolar da trama, nada que pudesse comprometer o entendimento da obra, mas que talvez se usadas para incrementar o romance com mais intensidade e mistério atrairia um maior público.
Tive a oportunidade de conhecer o Edney pessoalmente em um evento, e ao autografar meu livro ele escreveu "... esta viajem pela história de nosso país e da vida de sonhadores." O que de fato é exatamente disto que o livro se trata, não só do assassinato da moça loura, mas sim da história do Brasil e de como era a vida em meados da década de 60 e seus resquícios culturais vivos até hoje nas entranhas do país.
"Se eu fechar os olhos agora" é um livro com um grande aprendizado sobre nossa cultura. E me faz querer ler outros livros do Edney Silvestre.
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Valério 27/07/2015

Aventura juvenil
Se eu fechar os olhos agora foi desses livros que me enganaram. No bom sentido. O início foi arrebatador. O estilo das primeiras páginas, o drama, a força. Imaginei que estaria defronte a um dos grandes livros produzidos por um brasileiro.
O livro é bom, não me entendam mal. Mas não é tão bom quanto suas primeiras incríveis páginas prometiam.
Tornou-se um livro de mistério, onde dois adolescentes se juntam a um ancião para desvendar um crime. Não sou um apaixonado por livros policias. Assim, mesmo este sendo um livro bem escrito, fiquei um pouco desapontado.
Me pareceu muito mais um livro para leitores recém saídos da adolescência - abaixo dos 20 anos.
Tem algumas sutilezas. E o final volta a ser forte como foi o início. Ou quase.
Um livro que não me arrependo de ter gasto algumas horas lendo.
Mas que não é a pérola que imaginava.
Bem escrito, mas a história, em si, um pouco maçante.

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Albarus Andreos 05/06/2015

Como pode ter sido tão premiado?
Esse é um daqueles livros que comprei e que aguardou pacientemente na minha estante o momento certo de ser lido. Uma escolha para quando estivesse um tanto enjoado de tanta literatura fantástica. Algo para “desintoxicar” da magia e dos dragões. Uma edição simples, com capa comportada como deve ser com os livros do mainstream. Um nome de prestígio, já que Edney Silvestre, estreando na literatura, é repórter e apresentador da RGT. Além disso, o livro tem oportunos comentários estampados na contracapa, de gente como Luiz Ruffato e Lya Luft, recomendando-o. Tendo-se em mente que Se Eu Fechar os Olhos Agora (Editora Record, 2009) foi o ganhador do Jabuti e do São Paulo de Literatura na categoria Autor Estreante, ambos em 2010, a expectativa era imensa. Uma boa escolha, não é? Não. Estou muito decepcionado com o livro.

Para um autor estreante a narrativa de Silvestre é bem calhada. Tem até boa desenvoltura em certos momentos. Mas não deixa de ser o texto típico do autor inexperiente. Diálogos confusos (e não ligeiros, como diz um dos seus chapas de contracapa), decisões desajeitadas, personagens com atuações mornas e muitas vezes inverossímeis, uma história um pouco só interessante e excessivas intervenções contextuais, onde Silvestre se esforça demais para datar o livro no ano de 1961, através de intertextualidades, de objetos, usos e costumes do dia a dia da época. Isso é conveniente, mas o autor pesou demais a mão. O excesso de referências e sua profundidade torna a narrativa enciclopédica. Perde-se objetividade. A linha narrativa tem de ser deixada de lado para que se insira frases do tipo “...você sabia que, em 1937, fulano fez tal coisa...?”. Elas acompanham o leitor pelo livro todo.

Paulo e Eduardo são dois meninos de 12 anos que dão o azar de tropeçar (literalmente) em um cadáver, numa tarde de ócio em que preferiram matar aula a enfrentar o diretor da escola, devido a uma travessura. Foram até uma represa, numa cidadezinha do interior fluminense, e acabaram encontrando o corpo de uma linda mulher loura, esposa do dentista da cidade. Os dois meninos denunciam o achado à polícia e, insatisfeitos com a confissão do marido da defunta, acabam decidindo investigar os fatos por si próprios.

O autor começa querendo caracterizar os garotos, arredondando-os psicológica e socialmente mas, sinceramente, não consegui ver dois meninos distintos, por mais que um seja negro, de criação precária e descuidada, e o outro um rapazinho branco, com todas as características de um bom filho estudioso de classe média. Faltou habilidade para incutir essas características nos personagens. Então, ao melhor estilo “contar é mais fácil que mostrar”, Silvestre não consegue fazer Eduardo parecer diferente de Paulo, e os próprios diálogos, rápidos e sem mostrar quem é que fala o quê, criam um confusão enorme. Aliás, não vi sequer dois meninos ali. Crianças de 12 anos são arteiras, um tanto dissimuladas, brincalhonas, irresponsáveis, sei lá... Isso não aparece no texto. Paulo e Eduardo são idealizados, mal planejados como arquétipos. Não são pessoas.

E causa impressão por quê dois moleques iriam se meter a investigar um crime, assim, de uma hora para outra, após achar um corpo cruelmente mutilado. Você faria isso? Pense só, você, pré-adolescente, achando um cadáver faltando pedaços, no meio do mato... Por acaso seria crível que dissesse, “olha, vamos investigar esse assassinato!”? Não há fantasia que resista à realidade. Faltou ao autor criar o clima em que essa decisão poderia ser uma aventura para os dois meninos, hiperativos, sem nada para fazer, ou inteligentes, nerds à procura de ação, sem se preocupar com mais nada, pura inconsequência, um ato que lhes mete os pés pelas mãos...

Na boa, se eu encontrasse um cadáver no mato eu ficaria uma semana sem sair de casa, tendo pesadelos todas as noites, achando que o assassino viria atrás de mim também, sei lá... Só eu sou cagão? Por isso, na minha opinião, o escritor falha na etapa de dar motivos plausíveis para que um fato tão sem noção pudesse se tornar o motor da narrativa. Que a assassinada fosse uma parente amada platonicamente por um dos meninos, ou a ex-namorada de um artista de rádio popular, ou alguém que um dia tivesse salvado o cachorrinho de um deles de ser atropelado... Melhor ainda se fosse tudo isso junto. Faltou uma boa razão para garotos bobocas se tornassem heróis de um livro. Lição de casa, Edney Silvestre: leia mais Stephen King (O Corpo – Coletânea Quatro Estações, de onde se originou o filme Conta Comigo, dirigido por Rob Reiner, 1986).

Como pequenos ladrões, Eduardo e Paulo, invadem a casa do dentista para procurar provas (oi?). Lá encontram um velho de cabelos brancos que também não tem nada melhor para fazer... (OI?). Essa cruzada de caminhos com o velho invoca a clássica Jornada do Herói, de Joseph Campbell. Edney Silvestre tinha que inserir um “mentor” para os dois, que pudesse servir de escada, para inserir explicações, ajudar nas deduções e criar missões, afim de termos conteúdo. Nada melhor que um misantropo, morador de um asilo de velhos, para poder misturar drama à inconsequência infanto-juvenil.

Só que de cara os dois meninos, após invadirem a casa do dentista durante a noite, vão roubar um hábito de padre para o velhote se disfarçar e visitar um orfanato (mal se conhecem!), onde a defunta teria passado sua infância, e depois invadem sorrateiramente a prefeitura, pelo telhado, à procura de documentos... Juro que achei que estava lendo uma obra do mainstream, mas do jeito que se mostra parece que é uma história de ninjas. O autor força demais a barra.

Em certo momentos Silvestre se acha “o Saramago” e mete os diálogos no meio da narrativa, sem travessão, misturados ao texto do narrador. Noutros, usa os travessões normalmente, e ficamos sem entender o que levou à mudança. Pura falta de coesão textual. Em alguns trechos ainda, usa pontos finais como milho jogado num galinheiro, ao léu. O que é que Silvestre tem contra a boa pontuação?

No meio do livro o autor decide revelar o nome do velho do asilo, que passa a ajudar ativamente os dois meninos na investigação do crime. Seu nome é Ubiratan. Ficamos sabendo que foi um cozinheiro em uma escola de Pernambuco, é comunista, sua esposa foi estuprada e morta pela ditadura de Getúlio Vargas. E o nome de Getúlio é citado em várias oportunidades, talvez uma fixação do autor com o tema, já que não há razão para invocá-lo tantas vezes na trama, sendo que uma coisa não tem nada a ver uma com a outra. Se queria escrever sobre Getúlio, deveria ter feito isso e pronto. A história em si prescinde de tantas referências a esse respeito.

É de se notar a erudição de um simples cozinheiro. O arquétipo pode e deve ser expandido mas... Se o cara é um cozinheiro, tem-se em mente um “tipo” e suas características quotidianas vem imediatamente. Então, se ele é culto, conhece história, gosta de ópera, ciência de foguetes ou engenharia genética, o autor deve reservar um tempo para explicar como ele possui esse conhecimento em especial. Silvestre não o faz, como se fosse a coisa mais comum do mundo um cozinheiro ouvir uma ópera e já identificar se é Verdi ou Puccini. Ficaria mais crível se fosse um professor, ao invés de um operário de ofícios. Um mínimo de pré-conceito facilita a vida do leitor. E, não! Ópera não é e nunca foi, em 1961 ou agora, uma coisa popular, que qualquer peão conhece.

O clima de complô generalizado com o prefeito, o diretor da escola, o bispo e outros poderosos, todos mancomunados, é excitante mas parece um tanto irreal também. Tem-se que criar uma pano de fundo convincente. O dentista assume o crime como se não fosse ele, mas não tivesse alternativa, e não é um crimezinho qualquer, é assassinato. Trinta aninhos de cana! Todo mundo que tem algum poder parece saber a “verdade” que só o leitor ainda não sabe, todos estão imbuídos, de alguma forma, em botar a panos quentes o assassinato da esposa do dentista. Como se fosse um clube secreto de nazistas, uma seita satânica ou algo do tipo. Por quê? Que encobrissem uns aos outros até aceito, já que eram deturpados sexualmente, mas o texto extrapola. Por que permitiriam ser fotografados se se importassem em ser reconhecidos? Que babaquice sem sentido! Mais sem sentido ainda o final, quando ficamos sabendo quem foi o assassino.

O processo de identificar a vítima, sua história pregressa, até que é bom, existe uma boa escrita que surge aqui e ali, bons parágrafos mais para o final, depois das resoluções do plot. Mas até aí, conclusões são tiradas de fatos inconclusivos como que por mágica, e Eduardo ficar corrigindo o português de Paulo como se fosse um professor e o outro “Oh! Obrigado amigo!”? Nada a ver! Que crianças são assim? E faltou tensão ao texto, faltou o clima de thriller americano, pontas soltas aqui que fossem bem amarradas lá na frente (e foram muito mal amarradas, por sinal), algo de Truman Capote. O péssimo final, quando todos os fatos são explicitados, lembra uma história em quadrinhos de super-heróis, em que o vilão, tendo o herói sob seu raio laser mortal, fica vinte minutos explicando todas as suas maldades e porquês, em vez de acabar logo com o trouxa.

Se Eu Fechar os Olhos Agora é um livro policial sem se render ao gênero, envergonhado de pertencer a ele (preconceito?), mas sem conseguir se livrar do enquadramento. Nem aqui nem lá, retido no limbo dentre realidades.

Deu. Preciso urgentemente de um livro de fantasia (para desintoxicar). A maioria deles traz enredos melhor planejados e mais críveis. E viva o Jabuti e o Prêmio São Paulo de Literatura! Faça-me o favor...

site: www.meninadabahia.com.br
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Bonini 26/05/2015

Imperdível
Excelente narrativa. Em todos os âmbitos: escrita, história, representação da realidade brasileira do início dos anos 60 e paralelo com a história do país. Esse último item foi o que mais me chamou atenção. É incrível como Edney Silvestre consegue criar reflexões muito pertinentes sobre nossa pátria em um romance policial. E com um estilo de escrita rápido, inteligente, rico e marcado pelos ótimos diálogos (também rápidos, orais, verdadeiros). "Se eu fechar os olhos agora" não apenas prova o talento do autor, como também a engenhosidade e o poder intrínsecos do romance policial.
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thais 22/08/2014

Se eu fechar os olhos agora
Achei a capa desse livro bem bonita, e posso dizer que o escolhi para ler por conta dela.
O começo do livro começa meio lento e parecendo estoria desconexa, mas na metade do livro as coisas vão se encaixando e realmente tem um final bem legal esse livro.
Um ponto que achei interessante, foi a inclusão de fatos verídicos da historia do Brasil nesse livro, ja que o enredo se passa em 1961, após suicídio de Getúlio Vargas.
Gostei
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Rafa 13/08/2014

Se eu fechar os olhos agora
Livro ganhador de dois prêmios importantes da literatura Brasileira sendo eles: Premio Jabuti de melhor romance em 2010 e Prêmio São Paulo de literatura melhor livro de autor estreante em 2010. Um livro surpreendente que leva o leitor pelos anos de 1961.

O jornalista e escritor Edney Silvestre usa uma linguagem bem dinâmica que prende o leitor de início na leitura, com seus personagens bem descritos e nos leva em certo momento a pensar se realmente eles existiram de tão elaborado que é.

Paulo e Eduardo têm suas vidas mudadas quando decidem brincar e então encontram um corpo mutilado de uma mulher, de imediato eles avisam para polícia que os indiciam como principais suspeitos da morte dela. No decorrer da história os dois meninos conhecem um senhor que constantemente foge do asilo para poder saber das novidades do lado de fora do muro, o senhor Ubiratan acaba entrando em uma investigação com os meninos para tentarem esclarecer quem foi o assassino da mulher.

Edney Silvestre procurou construir todo o cenário em volta dos acontecimentos que os três personagens principais estavam passando, um exemplo claro no livro é sobre Iuri Gagarin que em 1961 foi o primeiro homem a viajar no espaço. A trama acontece no Rio de Janeiro e um ponto que gostei foi os detalhes dos casarões mencionados no livro, temos uma ideia de como seria na época.

site: http://leitorcabuloso.com.br/2014/08/resenha-se-eu-fechar-os-olhos-agora-edney-silvestre/
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Mataol 29/09/2013

Mais ou menos
O livro é bom, a linguagem é ágil e acessível. No entanto, me incomodou a forma como as crianças dialogam, mostrando infantilidade quando matraqueiam de maneira a atropelar a conversa, mas sempre demonstrando uma agilidade de pensamento que parece inverossímil à idade.
A história cumpre com a função de prender o leitor, mas peca por se estender em cenas que acabam tendo um desfecho previsível.
Vale a pena para quem gosta da já batida ambientação pré-ditadura.
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Paula 16/08/2013

Mais que um romance policial
Todos os elogios a Edney Silvestre por "Se eu fechar os olhos agora" são muito bem vindos: tive uma bela surpresa com este livro, como há muito não tinha com um autor brasileiro recente.
Já expressei aqui minha predileção pela prosa poética, mas resolvi sair do costumeiro e encarar um romance policial de ritmo acelerado, pois há muito tinha ouvido que Edney Silvestre não só era um jornalista excepcional, mas um autor digno de atenção.
No início do livro, somos impactados por uma cena na qual dois amigos acham o corpo brutalmente assassinado de Anita, uma mulher aparentemente comum e excepcionalmente bonita. A partir disso e gradualmente - e aqui chamo atenção para a habilidade de Edney de apresentar os fatos necessários na hora exata para manter o suspense -, somos apresentados a Paulo e Eduardo, ambos adolescentes de 12 anos de famílias distintas unidos por uma amizade invejável. Paulo, menino pobre, negro, acostumado a uma inferioridade imposta por um pai severo e um irmão vazio e vaidoso. Eduardo, de família distinta, branco, inteligentíssimo, sensível. É assim que ambos inicialmente são descritos; superficialmente. Por ser ambientado num Brasil dos anos 60 - JK, crescimento de indústrias, êxodo rural, desigualdade -, os contrastes acima eram de fato relevantes. Com a ajuda de Ubiratan, idoso residente em um asilo, os dois amigos vão em buscam de pistas que possam desvendar o assassinato da jovem.
Engana-se, porém, quem pensa que esse é um romance puramente policial. Muito pelo contrário; Edney evidencia muito mais a questão psicológica do amadurecimento dos personagens do que qualquer interrogatório. Comecei a leitura achando que a narrativa da perspectiva das crianças pudesse atrapalhar a profundidade da história, mas felizmente me enganei profundamente. Acompanhamos justamente o abandono da inocência de um mundo justo fantasiado na cabeça dos jovens para a percepção de um Brasil cheio de falhas, no qual o poder prevalece ante a qualquer outra questão.
O livro traz denúncias sociais, um recorte histórico muito bem feito e ilustrado - no qual ficção e realidade se mesclam - , o questionamento da democracia, a questão do machismo muito bem levantada, dentre outras abordagens.
Quando me aproximei do final, confesso que senti que o romance perdeu um pouco de seu ritmo e me vi confusa com algumas questões de parentesco embutidas na história. Edney, porém, retomou minha atenção com um final muito interessante (e passível de arrancar umas lágrimas), o que me fez dar 5 estrelas pro livro.
Recomendo muito. Escrita não muito rebuscada, ritmo bom, história muito bem construída.
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Andre 06/03/2013

Fiquei sabendo depois de comprar que o livro ganhou o Prêmio Jabuti de Melhor Romance em 2010, que pra mim sinceramente não diz nada. Nem foi por isso que comprei, na verdade tava comprando outros e pra aproveitar a promoção do meu aniversário deu vontade de ler esse também.
O livro começa com a frase do título, quando um menino de 12 anos(Paulo) relembra o corpo que encontrou às margens de um rio numa cidade do interior do Rio de Janeiro nos anos sessenta.

Sem poder voltar para a casa antes do fim das aulas Paulo e seu amigo Eduardo, foram tomar banho de rio após terem sido expulsos da sala de aula por mal comportamento. Ao sair da água Paulo tropeçou no corpo. Comunicaram a localização do corpo de uma mulher aparentemente loira, com várias marcas de facada a polícia, sendo que foram até mesmo acusados no primeiro momento.

Os dois, contudo, foram liberados depois que o marido da vítima, um dentista da cidade, confessou o crime. Paulo, porém, não escapou da surra dada pelo pai (porque a gente sempre apanhava dos pais mesmo não sendo culpados?).

Os meninos não acreditaram na história contada pelo dentista e decidem investigar o crime por conta própria. Durante a investigação, fazem outras descobertas e se envolvem em tramas de infidelidade conjugal. incesto, racismo, política e religião.

Não vou contar o final, mas posso dizer que me surpreendeu...o livro é bem confuso e a fala insistente e nervosa dos meninos, chega a irritar. Ainda assim, vale a pena ler principalmente com a atualização da vida dos meninos protagonistas nos últimos capítulos, essa parte é muito legal e chega a emocionar quando lembramos das pessoas que passam pela vida da gente e nunca mais temos contato.
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Amanda 13/01/2013

Apesar de ter como pano de fundo a tensão pré-ditadura militar, o enredo me lembrou um pouco as histórias da Coleção Vagalume. Não gostei muito do sentimento de aventura infantojuvenil, mas me agrada o clima de investigação policial, que o autor traz da experiência como jornalista.
Amanda 13/01/2013minha estante
Mas eu AMO o título do livro!




Victor Simião 08/01/2013

Edney Silvestre: um grande da literatura nacional
“Se eu fechar os olhos agora” foi escrito pelo jornalista Edney Silvestre. Sim. Aquele que foi o primeiro repórter brasileiro a cobrir a tragédia das torres gêmeas no dia 11 de setembro de 2011.

Ele que, além de ser repórter especial da Globo, apresenta na Globo News um programa que todos vocês, caros amantes da literatura e do blog, deveriam assistir. O programa se chama “Globo News Literatura”, e fala sobre lançamentos, eventos literários, e muitas outras coisas com relação ao mundo dos livros no Brasil e no mundo.

A história de “Se eu fechar os olhos agora” envolve dois garotos, Paulo e Eduardo, de apenas 12 anos, que encontraram o corpo de uma mulher jogado às margens de um lago. Tudo aconteceu por mera coincidência, já que Paulo e Eduardo haviam sido expulsos da sala de aula por levarem uma revista de mulher pelada, e decidiram pegar suas bicicletas e foram mergulhar em um lago próximo, para poderem aguardar o tempo de suas aulas e voltarem para suas casas, como nos dias comuns.

Entretanto, algo inesperado aconteceu. Eles encontraram um corpo de uma mulher jogado na beira do rio. Uma mulher loira e muito bonita. Uma mulher que, mais tarde, descobriram que se chamava Anita, ou melhor, Aparecida.

Mas espere aí! Você deve estar se perguntando o porquê dela ter primeiramente um nome e depois outro. Pois bem. Essa resposta, o livro poderá te dar. Achou que eu ia te dar essa de mão beijada, né?! Se enganou (risos).

Paulo e Eduardo, então, vão até a polícia e são interrogados. Seriam presos se o marido da mulher, o dentista da cidade, não tivesse confessado o crime.

Os garotos acham aquilo muito estranho. Acham que o marido não tem culpa. Acham que há algo por trás do crime. Decidem, então, como gente grande, investigar o caso. É durante as madrugadas de investigação que conhecem Ubiratan, um idoso comunista, ex-preso político na ditadura de Vargas, que também está interessado em averiguar o acontecido.

Durante a investigação, Ubiratan, Eduardo e Paulo descobrem coisas que não poderiam imaginar. Se envolvem com pessoas que nunca antes pensaram em se envolver, conhecem histórias que jamais pensariam em ouvir.

O clímax do livro é garantia de emoções fortes. "Haja coração", já diria um locutor esportivo popularmente conhecido por sua chatice se lesse o livro.

Outra certeza que posso lhe dar, é que você não conseguirá parar de ler enquanto não devorar todas as páginas e souber o que Ubiratan, Eduardo e Paulo descobrem.

Com seu romance de estreia, Edney Silvestre mostra o porquê foi considerado pelo jornal “O Globo”, uma das revelações da literatura nacional, levo o prêmio São Paulo de Literatura, além do Jabuti.

Resenha publicada originalmente no blog literário Caçadora de Livros.

http://www.cacadoradelivros.com/2012/11/resenha-se-eu-fechar-os-olhos-agora_5.html
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