Wynny0 03/01/2022
um tema importantíssimo!
desde que comecei a procurar por livros que trouxessem uma temática psicológica sobre luto e assuntos decorrentes, sempre me deparei com esse livro da Ana Claudia Quintana, e, confesso que só o título já me chamou muito a atenção.
A morte é um dia que vale a pena viver é um livro que me trouxe uma perspectiva diferente sobre o assunto 'morte', assim como a maioria das pessoas, fui inserida em uma pré determinação de um sistema social e cultural sobre o que seria a morte, luto e afins. mas, após sofrer o luto de perto, me deparei com a curiosidade de tentar entender o que isso significa para mim e tentar enxergar esse processo natural pelo qual passamos.
a autora é um médica geriatra, então ela traz bastante enfoque sobre Cuidados Paliativos, ela esclarece o que é isso de fato e a importância dele. confesso que não fazia ideia sobre do que se tratava esse assunto, mas em diversos capítulos o meu conhecimento se expandiu, e pesquisando mais, pude perceber a relevância desses cuidados nos momentos finais da vida de uma pessoa ? sem romantizar o assunto.
o livro me ajudou a entender melhor a visão sobre o fim da vida que muitos não têm, sobre entender o processo de luto ? por mais dolorido que seja ? e, principalmente, me fez questionar pontos da minha vida. sobre o legado que deixarei algum dia, sobre o desejo de viver intensamente, sobre liberar perdão, a importância de Deus na minha vida (ps. o livro não dita religião - é algo pessoal meu) e, do ponto de vista psicológico, o reconhecimento de enxergar esse tema como algo que faz parte de nossas vidas e refletirmos se estamos vivendo ou somente existindo.
"[...] vamos nos distanciando do "ser" pelo caminho do "fazer". Pensamos então que uma vida boa é uma vida que nos levou a ter coisas e a fazer coisas. Mas quando chega o tempo da doença não podemos mais fazer nada. E quando deixamos de fazer, pensamos que isso é morrer, mas não é ainda. A ideia de "ser" humano é simplesmente existir e fazer diferença no lugar onde estamos, por ser quem somos." p. 78