Vanessa @LarLiterario 28/10/2018Raso e mal trabalhado.Gostaria de dizer que gostei desse livro, mas infelizmente não rolou. Em 240 páginas nós temos inúmeros assuntos polêmicos tratados de maneira rasa e superficial. Foram muitas temáticas jogadas - sim, é o melhor termo que posso usar - diante do leitor e esquecidas logo em seguida.
Foram "abordados" nesse livro: racismo, relacionamento abusivo, lgbtqfobia, xenofobia, gordofobia, machismo, feminismo, e esses são só alguns assuntos. O principal deles é o abuso sexual e acredito que se a autora tivesse focado no tema principal e se aprofundado nele, trabalhando tanto na história quanto nos personagens poderia ter prestado um serviço ainda maior às mulheres e a sociedade em geral. Pam tem uma escrita leve e rápida, então o livro tinha tudo pra ser muito bom.
Os amigos que a Alina faz são personagens totalmente sem profundidade e além de nomes de personagens que são jogados do nada na história. Na questão lgbt, temos dois personagens no livro e os pais de ambos são horríveis, pra quê? às vezes só o que precisamos ao ler sobre essa temática é um pouco de empatia e esperança.
Coisas que eu achei absurdas de ler:
1. Uma pessoa que foi vítima de estupro frequentar festas dadas pelo seu estuprador, muitas vezes na cada dele.
2. Uma bissexual dizer "cansei de homens, agora só ficarei com mulheres", porque assim, sinto informar mas a bissexualidade não tem um botão pra você escolher qual será o gênero da vez, beleza?
3. Uma tentativa de romance onde o "casal' praticamente não interagia, não tinha amizade, cumplicidade... NADA! Só trocavam flertes com olhares intermináveis e quando finalmente alguém dá um toque na Alina ela me vem com um "Ah, ele me vê só como irmã." ou "Ele é bom demais pra mim." Me poupe.
4. "Amigos" que poderiam ter alertado Alina sobre o cara não confiável que ela estava saindo e se calaram. Só deixam rolar, se acontecer alguma coisa, azar dela né?
Se eu for listar mais das coisas absurdas que li nesse livro esse post não acaba. Há ótimas lições no livro, sim. Mas é uma pena ter sido perdidas numa bagunça ao tentar conquistar todos os nichos de pessoas.