Dudu Menezes 11/03/2022
"Nunca se abandona a poesia; nem num parque, nem na vida"
Eu não queria apenas recomendar esse livro. Eu queria poder distribuí-lo para todas as pessoas possíveis. Convidar elas a se sentarem, comigo, em um banco de uma praça qualquer, para reencontrar - ou, talvez, encontrar pela primeira vez - os seus "poetas abandonados".
"Vamos comprar um Poeta", de Afonso Cruz, é um livro incrível! Certamente farei uma resenha para o canal do Sujeito Literário no YouTube, mas a sensação que eu tenho é que mesmo gravando o vídeo não vou conseguir esgotar tudo o que gostaria de falar sobre a obra.
A cultura liberta! A poesia liberta! Afonso Cruz, liberta! Sentar, em um banco de uma praça, liberta. Mas, para isso, é preciso conseguir olhar para além do número de carros e pessoas que por lá transitam. Enxergar adiante da distância que existe entre todos, os passos que gastamos para nos aproximarmos, ou nos afastarmos; enfim, todos os cálculos que fazemos, de forma inconsciente, e que nos aprisionam.
"Os que tenham ido
Olhando firme, ao reino outro da morte
Recordam-nos - se tanto - não como perdidos
De almas violentas, mas apenas
Como homens ocos
Os empalhados" (T.S. Eliot)
"Eu celebro a mim mesmo,
E o que assumo você vai assumir,
Pois cada átomo que pertence a mim pertence a você" (Walt Whitman)
"Tenho milhas a percorrer antes de dormir..."
Curiosamente, hoje, antes de ir trabalhar, "acordei" - se é que dormi - com uma frase na cabeça. Se era poesia, ou não, eu não sei, mas agradeço ao Afonso Cruz , porque certamente era uma inutilidade.
Tenho dormindo mal, ultimamente. Ontem não conseguia parar a leitura. E isso me fez bem. A primeira coisa que me veio à cabeça quando tive que dar jeito de começar mais um dia e ir para o trabalho foi que:
-Depois de tantas noites dormindo mal, eu NÃO preguei os olhos e, finalmente, pude sonhar...
Leiam!