Flavio.Vinicius 04/10/2021
Ficção científica norueguesa e universal
O livro é muito bem escrito. O texto tem como característica as frases curtas e a ordem direta. Por isso a leitura flui facilmente. Porém, não é uma obra pobre. Pelo contrário, o livro levanta várias discussões interessantes: as relações entre pais e filhos, o machismo, a(s) crise(s) ambiental(is).
A estrutura do livro apresenta o ponto de vista de três personagens, com histórias que se conectam por elos comuns. Parece um pouco com a estrutura do Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz.
A única crítica que tenho é sobre o personagem William, do século XIX. Nessa parte da história a autora tentou repassar mais fortemente a importante discussão sobre o machismo. Porém, ela optou fazer de modo caricatural, de maneira que não ficou convincente, não parece um personagem real. Também há algumas inconsistências e anacronismos nas partes do William, como na parte em que o personagem usa luvas descartáveis, as comidas também não parecem ser comidas que alguém do século XIX comeria, as preocupações e a voz do personagem não parecem com o interior de alguém do século XIX. Enfim, o personagem não é convincente.
No entanto, esse defeito é muito pequeno. Essa é um obra maravilhosa, que deve ser lida. Já quero ler os demais livros da autora.