Tudo que deixamos para trás

Tudo que deixamos para trás Maja Lunde




Resenhas - Tudo Que Deixamos Para Trás


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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 02/06/2021

Já Li
"Tudo que Deixamos para Trás" foi publicado em 2017 e conta três histórias ao mesmo tempo, cada uma delas em uma época diferente. O ponto em comum entre as três épocas e os três protagonistas é que todos são apicultores e suas vidas giram em torno das abelhas.
Inglaterra, 1852, William: William tem uma família enorme (sete ou oito filhos e a esposa) e todos eles estão quase na miséria pois William não consegue mais trabalhar, aparentemente acometido por depressão. Depois de meses trancado no quarto sem sequer tomar banho, William reencontra seu próposito quando uma de suas filhas, Charlotte, propõe que ele retome os estudos das abelhas e construa um novo modelo de colméia.
Estados Unidos, 2007, George: George é um homem do campo, bastante prático e realista, às vezes rude e teimoso, que conduz um negócio como apicultor na zona rural do país. Seu negócio está sendo superado por fazendas de abelhas mais modernas e produtivas, mas ele se recusa a ceder à tecnologia, e prefere fazer as coisas "à moda antiga". George é um dos primeiros apicultores do mundo a presenciar o estranho fenônemo do desaparecimento das abelhas.
China, 2098, Tao: Tao, a única personagem feminina da história, é uma das trabalhadoras que artificalmente poliniza as flores, já que as abelhas não existem mais e os países precisaram encontrar formas de continuar com a polinização, para que a Humanidade não morresse de fome. Em um dia de folga, ela leva seu filho ao parque, onde ele sofre um acidente, é levado pelo Governo e desaparece misteriosamente da vida dela.

Por mais que o tema central da obra seja o desaparecimento da abelha e suas consequências, senti que a mensagem central do livro, na verdade, é sobre paternidade/maternidade. Os três protagonistas são péssimos nisso: William é completamente ausente da família e deixa todo o peso da vida doméstica para sua esposa, a quem culpa por seu estado de espírito; George não consegue se aproximar do filho, um jovem que busca a carreira de jornalista e não dá a mínima para o negócio da família, e cada tentativa de aproximação apenas afasta mais seu filho; Tao é uma mãe rígida que tenta forçar o filho a ser inteligente e estudioso, impedindo-o de se divertir e de experimentar o mundo.

William é um personagem entediante, para dizer o mínimo. Ele se ressente de não ter seguido no caminho das Ciências e coloca toda a culpa/responsabilidade na esposa "que não parava de gerar filhos". E, mesmo quando vê toda sua família passando fome - e, aliás, é sua esposa que ainda consegue manter todos vivos - ele não se importa com nenhum deles, só com seu antigo mentor que perdeu o respeito por ele quando seu primeiro filho nasceu.
Tao gerou zero conexão em mim. Eu até gostei quando ela resolve ir atrás do filho desaparecido, deixando para trás o marido apático e insosso, mas achei que ela não funcionou muito bem como a personagem que mostraria o futuro da Humanidade sem as abelhas. Maja usa sua busca como cenário para mostrar como o mundo ficou mas, como não me apeguei a Tao, também não consegui me conectar com a história em si.
E, por fim, George foi o mais interessante dos três. Senti dó dele, tentando se aproximar do filho e conseguindo exatamente o oposto. Vi um pouco da minha própria família nesta relação, então vai ver é por isso que gostei mais dele. Além disso, George tem um arco de desenvolvimento um pouco mais completo que os demais, o que me agradou.

Sobre a parte da ficção-especulativa em si, quando o livro terminou, fiquei com uma sensação de frustração, ficou faltando alguma coisa. Primeiro, porque a conexão entre os três persnagens é fraca e distante, não foi o suficiente para me surpreender ou me emocionar. Depois, porque o destino do filho de Tao é meio óbvio e acabou com o possível clímax. E, por fim, porque Maja não realmente aprofunda a especulação, que se limita a uma explicação no meio da história e algunas cenas com Tao.
Não é um livro ruim, até recomendo sua leitura, mas não é, nem de perto, incrível como li em algumas críticas.

site: https://perplexidadesilencio.blogspot.com/2021/06/ja-li-140-tudo-que-deixamos-para-tras.html
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Flavinha 11/04/2021

O tanto que o ser humano é capaz de modificar sua realidade, seu ambiente e o quanto isso afeta definitivamente. Um livro que nos traz pontos p vários questionamentos. Vale muito a leitura.
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delicategio 28/03/2021

sobre família e a função das abelhas
A primeira vez que li sobre o livro não entendi onde a pauta ''família'' se encaixava. Mas é o que mais pesa e ao decorrer da narração vai ficando tudo claro e significativo demais para se compreender de início. E aí você percebe em qual contexto as abelhas se encaixam...

Fazia tempo que uma história não me emocionava e essa cumpriu certinho o papel! Todos os personagens são cheios de atitudes e facetas. Cada um impulsionado por alguma coisa.

Terminar essa história foi ruim e libertador ao mesmo tempo. Demorei para digeri-la. Mesmo assim foi uma despedida dolorosa.
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Alan kleber 20/02/2021

Tocante.
Uma poderosa história sobre o relacionamento entre pais e filhos e o sacrifício que fazemos por nossas famílias.
Em 1852, William é um deprimido biólogo inglês, que deseja criar um novo tipo de colmeia capaz de trazer reconhecimento para sua família. Em 2007, George é um apicultor americano que luta para manter o negócio produtivo e acredita que seu filho pode ser a salvação de sua fazenda. Em uma China futurista, quando todas as abelhas desapareceram, Tao trabalha com polinização manual. Enquanto passa seus dias pendurada em árvores, deseja para seu filho uma educação e vida melhores do que a sua.
- Você não pode pensar assim - disse ela enfim. Então virou a cabeça e olhou para mim com seus olhos claros, cinzentos. - Já ganhei mais do que uma menina possa esperar. Mais do que qualquer outra menina que conheço. Tudo o que você me mostrou, me contou, de que você me deixou participar...
Todo o tempo que passamos juntos, todas a conversas, tudo o que você me ensinou... Para mim você é... eu...
Ela não concluiu a frase, apenas permaneceu sentada. Depois de um tempo, disse:
- Não poderia ter tido um pai melhor.
Um soluço escapou de mim, olhei para o ar, focando cegamente no nada, enquanto lutava contra a vontade de chorar.
Ficamos sentados, o tempo passou. A natureza estava em torno de nós, com todos os seus sons, o canto dos pássaros, o sopro do vento, o coaxo de uma rã. E as abelhas. Seu zunido brando acalmou-me.
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Derek 22/01/2021

Um dos melhores que já li
Uma escrita tocante com um vocabulário fácil de entender. Enredo que realmente prende o leitor e nos traz muitas reflexões: como o passado influencia o futuro.
Nossas ações têm muita influência na vida do outro de uma forma que nós nem sabemos, essa foi a lição que esse livro me deixou.
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Angélica Patriano 29/08/2020

As relações familiares e as abelhas.
Tudo que deixamos para trás é um livro que retrata a história de três pessoas abordando as questões e relações familiares, inseridos no contexto das abelhas.
Temos Tao, seu marido e filho em um mundo pós Colapso, por volta de 2098, quando não mais há abelhas e a polinização de árvores é feita manualmente pela população em turnos, com folgas somente quando decidem dar, onde a quebra de galhos gera punição com um desconto no salário, se o pólen acaba rápido demais há punição, se o pólen demora a ser utilizado há punição. Alimentos, eletricidade, transportes, vestuário... tudo se tornou difícil de ser adquirido, racionado, caros demais. Ela só quer juntar o valor necessário com seu marido, Kuan, para que eles consigam se mudar e tenham outro filho, e ensinar os números e palavras ao filho de três anos Wei Wen - independentemente da hora ou local -, para que ele se destaque e tenha uma vida melhor do que na polinização manual. Num dia de folga, o marido quer ir à cidade e ela não, então, eles acordam e vão para os campos, onde algo acontece próximo a floresta e nada será como antes.
William está na Inglaterra de 1852, é um naturalista que, por ter aquele lado nerd, sempre sofreu com a falta de atenção e menosprezo do pai. Tem uma loja de sementes e bulbos, muitos filhos e uma esposa, e novamente foi menosprezado, desta vez por seu orientador, ao qual tinha atribuído a figura paterna e onde buscava sempre aprovação. Dado o ocorrido, perde a paixão pela vida e fica acamado por vontade própria. Então, ele quer que seu filho Edmund se orgulhe dele, mas não sabe lidar com os filhos e não enxerga sua filha Charlotte, que se dedica ao pai e o acha o melhor pai do mundo. Entre encontros e desencontros com a paixão que o move, segue William, sempre dependendo da aprovação de uma figura masculina.
George está em 2007, é apicultor e tem muito orgulho de suas colmeias. É casado e, como todo pai fazendeiro e do campo, enviou seu filho para a faculdade acreditando que o mesmo iria aprender marketing e outras coisas para promover ainda mais o apiário, afinal, ele seu legado. O que acontece é que George não resolveu sua situação com Thom, o qual parece não ter interesse no apiário, e é uma relação complicada e que piora através dos primeiros indícios do Colapso, quando as abelhas começam a sumir.
Tendo como pano de fundo as abelhas, o livro adquire uma sensibilidade que em alguns momentos, quando você vê a vida dos personagens, àquilo ao qual se dedicaram a vida inteira, ?acabar?, é muito triste. E com as relações familiares, tudo o que é projetado e atribuído aos outros, as conversas necessários e adiadas, as mentes duras e turronas, o amor incondicional pelos filhos.
Para mim, um belo livro que não consegui largar até terminar.
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Nandara.Secco 06/08/2020

A força da comparação
Caramba! Quantas vezes, durante a leitura, tive que segurar o choro?

O livro me chamou a atenção pelo enredo e pelo prêmio ganhado, além de, é claro, ter nascido uma curiosidade, já que nunca havia lido nada de nenhum autor norueguês. A escritora, sendo mulher, me animou ainda mais para lê-lo. Ainda assim, não o comprei, ganhei de aniversário de alguém muito importante para mim, que o escolheu a dedo dentre os meus "desejados" aqui no Skoob. Que gata surpresa!

A vida corrida me fez dar uma longa pausa um pouco antes da metade do livro, já que a leitura se mostrava um pouco parada. Mas vi a pilha de livros se acumulando e resolvi retomar. Que bom que o fiz, realmente, a partir da experiência aparentemente normal de Tao - uma das personagens do livro - abateu-se sobre mim uma vontade voraz de terminar a leitura.

Uma história chocante, que nos alerta para um futuro previsível e terrível, mas que, na sua contrução, trata de um assunto tão delicado, profundo e sensível: as relações familiares e as escolhas que tomamos por conta dela. Incrível, sublime e, como são essas relações: complexo. Um enredo que se completa e se explica conforme avançamos para o final.

Por fim, o capítulo em que William explica como as abelhas morrem quando suas asas não suportam mais é uma das melhores analogias da vida que eu já li, poético, uma comparação perfeita do que acontece com nós, humanos, quando sentimos o peso do mundo nas costas.
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Isabel.Dornelles 20/07/2020

Tocante
Um livro profundo que nos faz refletir sobre o que é realmente importante.
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Jayne L. Oliveira 18/06/2020

O colapso das abelhas e as relações familiares
"Albert Einstein previu no século passado que, se as abelhas desaparecessem da superfície da Terra, o homem teria apenas mais quatro anos de vida." É assim que a Pública abre a reportagem publicada em março de 2019 sobre a morte de meio bilhão de abelhas em três meses no Brasil.

O sumiço das abelhas é assunto recorrente na mídia. Nos Estados Unidos, pesquisadores observam o fenômeno desde o início do século, mas no Brasil, o alerta só começou em 2005.

Agora, imagine um mundo sem abelhas em que a polinização é feita manualmente por pessoas que trabalham nos campos. "Tudo que deixamos para trás", da escritora norueguesa Maja Lunde, mostra esse cenário e vai além.
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Na China futurista de 2098, Tao passa seus dias pendurada em árvores, trabalhando com polinização manual enquanto deseja para o seu filho uma vida e educação melhores que a sua. Tudo muda quando, em um dia de folga, Wei-Wein vai brincar nos campos e acaba vítima de uma reação alérgica desconhecida.

Em 2007, George é um apicultor norte-americano que luta para manter o negócio da família produtivo enquanto lida com o desinteresse de seu filho e observa as abelhas desaparecem das fazendas vizinhas.

Apaixonado por observar a rotina de insetos cooperativos, William é um biólogo inglês deprimido que, em 1852, quer criar um novo tipo de colmeia e, assim, despertar em seu filho mais velho a paixão e o interesse nos estudos.

Mais do que uma história sobre o desaparecimento das abelhas e a escassez de recursos no mundo, "Tudo que deixamos para trás" é sobre relações familiares e as expectativas que os pais criam em cima dos filhos.
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Livro: Tudo que deixamos para trás
Autora: Maja Lunde
Tradutora: Kristin Lie Garrubo
Editora Morro Branco

site: https://apublica.org/2019/03/apicultores-brasileiros-encontram-meio-bilhao-de-abelhas-mortas-em-tres-meses/
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Caroline.Mestanza 25/04/2020

Livro incrível sobre abelhas e relações familiares
Comprei esse livro em uma feira somente pelo título, me apaixonei na hora!
Principalmente nos dias atuais, é importante falarmos sobre o que pode acontecer com as abelhas, pensando no massacre ao meio ambiente que estamos vivendo!
Em meio às abelhas, passamos por histórias bem diferentes entre pais e filhos!
Vale muito a pena a leitura!
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bernadete.dalla 24/03/2020

No início achei a leitura bem interessante, mas depois achei um pouco massante, mas me surpreendeu como as três histórias se entrelaçaram
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Vitor 20/01/2020

Tudo que deixamos para trás
Esse livro me atraiu pela capa, confesso, e que sorte que comprei. Tudo que deixamos para trás conta a história sobre a extinção das abelhas mais além disso também é sobre relacionamentos familiares. O livro é dividido em três épocas diferentes:

1852: O biólogo inglês William vive uma vida frustrada devido decepções acadêmicas e busca superar sua depressão inovando na forma de estudar as abelhas, criando uma colmeia que se diferencie das demais, buscando reconhecimento da família, principalmente do filho Edmund - cujo durante boa parte dedicou-se a conquistar o olhar do filho.
2007: O apicultor americano George dedica-se à criação das suas abelhas e na construção das próprias colmeias. Enfrenta um grande dilema com o filho Tom que está na faculdade e não demonstra inicialmente interesse na herança que herdaria, a apicultura.
2098: Em uma china futurista vive Tao com seu marido e seu filho. Tao trabalha com polinização manual já que não há mais abelhas para realizarem tal função, procurando que seu filho tenha uma vida melhor, dedica a educa-lo mesmo não sendo fácil. Tudo muda quando o seu filho sofre um incidente e a partir daí adentramos na caminhada de Tao em buscas de respostas sobre o que aconteceu com seu filho e ainda novas descobertas despertando o olhar para o desaparecimento das abelhas.

A forma como o livro é tão próximo da realidade que já vivemos hoje é assustador. Ao passar dos anos tomamos conhecimento de como as mais diversas espécies de animais vêm entrando em extinção e de fato só iremos sentir o peso disso quando nos atingirmos em escala global. Esse livro é uma distopia única e conta uma história que desperta o nosso olhar e como agimos nesse planeta.
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Cristine 20/05/2019

Esse é um livro de escrita solar, leve e cheio de imagens encantadoras que giram em torno da apicultura e do fantástico universo das abelhas. Ao mesmo tempo esse é um livro urgente e vertiginoso, que ganha muita importância no momento que vivemos hoje. A escritora norueguesa Maja Lunde olha para a crise que vivemos e usa a literatura para unir passado, presente e futuro. Usando esse recurso, ao unir três famílias com histórias análogas, Maja constrói uma reflexão profunda se apoiando com sensibilidade em dados reais e produzindo uma tese preciosa sobre a maneira como controlamos a natureza, sem lidar com a nossa própria natureza e hereditariedade. Uma distopia preciosa que deve ser lida por todos que realmente se importam com o futuro. Maja Lunde é uma roteirista de séries e escritora de YA e “Tudo Que Deixamos Para Trás” é seu primeiro romance lançado como adulto. Ainda assim é um livro excelente para ser lido por adolescentes e unir gerações que buscam um bom final para a história que estamos construindo pro futuro.
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