Raquel 29/12/2021Leitura fácil que dá um nó na garganta....Em meio a um planeta totalmente arruinado, após uma catástrofe que não é revelada, pai e filho vagam num mundo de cinzas: sem vegetação, sem animais, sem sol, sem comida. A intenção dos dois é rumar para o sul, onde é mais quente, pois eles provavelmente não aguentariam mais um inverno. No caminho, enfrentam a desolação e o perigo, mas se mantém sempre unidos.
A Estrada é uma daquelas histórias magníficas, mas que te deixa mal depois que você a termina. A escrita é bem seca e muitas vezes crua. Os diálogos às vezes são praticamente monossilábicos. Nenhum personagem recebe um nome na história. Nem mesmo os protagonistas que são conhecidos apenas como o Homem e o Menino.
O Homem é protetor, rígido, de raciocínio rápido e sempre tossindo, provavelmente por causa dos anos de fuligem respirada. Já o Filho é a bondade do livro. Ele quer ajudar as pessoas que encontra, mesmo com pouco a dividir.
A jornada dos dois personagens é difícil e nas poucas oportunidades que eles têm de interagir com outros seres humanos, estes demonstram ser horríveis: são violentos, covardes e aproveitadores.
Pra manter a esperança do garoto, quando o mais fácil e óbvio seria desistir, o Pai lhe diz que eles estão “levando o fogo”. O fogo é a bondade, o resto de humanidade que possuem e o amor que sentem um pelo outro.
Curto, intenso e lindo!