Catrine Vieira 22/04/2017
Realmente, mágicos e inesquecíveis!
No ano passado li a trilogia Splintered, composta por O Lado Mais Sombrio, Atrás do Espelho e Qualquer outro lugar, e fui completamente absorvida para dentro da história da tataraneta de Alice. Então, pouco tempo depois do lançamento de Sussurros do País das Maravilhas, corri para lê-lo, embora a resenha esteja saindo só hoje. Haha
Mas se é trilogia, e esse livro ai, hem? Então... Sussurros do País das Maravilhas trata-se de um spin-off de Slintered, que traz três contos – mágicos e inesquecível – para matar um pouco da nossa saudade. São eles: O Menino na Teia, A Mariposa no Espelho e Seis Coisas Impossíveis.
Vamos conhecê-los:
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O Menino na Teia
Quem leu a série, provavelmente, pelo título, já tem uma ideia do que se trata... Sabendo dos arrependimentos que Alisson ainda guarda no peito, Thomas decide que está na hora de ela visitar o passado, no Trem da Memória, para entender melhor tudo que aconteceu e poder, finalmente, se perdoar.
Quando tinha dezesseis anos, Alisson, mãe da protagonista da série, se deparou com uma toca no País das Maravilhas onde a Irmã Dois, uma aranha gigante, usava crianças para extrair seus sonhos, para manter o equilíbrio do reino interior. E Thomas era uma dessas crianças.
“Já é hora de se perdoar. Já é hora de você perceber o impacto positivo que teve sobre todos nós o fato de você deixar Morfeu e o País das Maravilhas entrarem na sua vida...”
Até então era só isso que sabíamos, que Alisson tinha renegado tudo, a coroa e o País das Maravilhas, e salvado Thomas, mas chegou a hora de obtermos mais respostas a cerca de como foi que isso aconteceu. E, como brinde, ainda descobrimos como foi que o País das Maravilhas começou a entrar na vida de Alisson, inclusive como foram os primeiros contatos com Morfeu etc.
“— Não importa se sou louca, desde que minha loucura me ajude a sobreviver.”
Nesse conto, além de o leitor conhecer mais sobre a história do casal, pais de Alyssa, visitaremos também a infância de Alisson, batendo de cara com as dificuldades pela qual ela passou.
“Quando nasci, ela saltou do segundo andar do hospital para testar as “asas de fada” que as vozes diziam que ela tinha. Ela caiu num arbusto de rosas e quebrou o pescoço.”
Gostei bastante do conto, está encantador; o amor que transborda dos pais da protagonista é encantador. Para quem tem curiosidade se saber como foi que Alisson salvou Thomas e como a vida dos dois ganhou cor depois disso, vale a pena a leitura.
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A Mariposa no Espelho
Li esse conto após ler O Lado Mais Sombrio, mas não foi nenhum problema relê-lo, apesar de ser o que menos gosto entre os três.
“Havia apenas seis meses que ela partira do País das Maravilhas, e ele não compreendia este vazio corrosivo que só poderia ser preenchido pelo toque dela, por seu perfume, sua voz. [...] Sua afeição e lealdade pertenciam ao agreste País das Maravilhas e a nada nem a ninguém mais.
Então o que ela havia feito para mudar isso?
Ultimamente, cada vez que ele via o próprio reflexo, não mais reconhecia a Mariposa no espelho. Estava incompleto, enfraquecido; e menosprezava isso.”
Assim como no primeiro conto, o Trem da Memória recebera outro visitante...
Nesse conto Morfeu irá embarcar nas memórias de Jebediah, buscando entender os motivos pelos quais Alyssa escolheu ele, um mero mortal, para amar, para, então, poder conquistá-la. Essas memórias se passaram durante O Lado Mais Sombrio, mas nós leitores não acompanhamos. Mas temos essa chance em A Mariposa no Espelho.
O fato de o conto girar em torno das memórias de Jeb provavelmente foi o culpado por eu não ter amado esse conto tanto quanto os outros, talvez, se fossem as memórias de Morfeu... Depois que Morfeu surgiu, Jeb perdeu o brilho para mim. Enquanto Jeb vive buscando proteger Alyssa, Morfeu mostra para ela a vida, as maravilhas, ensinando ela a se arriscar, às vezes, e a viver de verdade.
Porém, para os leitores amantes do Jeb, essa será uma leitura e tanto.
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Seis Coisas Impossíveis.
ÀS VEZES PENSO EM SEIS COISAS IMPOSSÍVEIS ANTES DO CAFÉ DA MANHÃ.
Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas
Esse mexeu com meu emocional fortemente!
“— Demorou um bocado para chegarmos aqui.[...]
— Obrigada por sua inabalável paciência.”
Sabemos que, no livro anterior, Alyssa escolheu viver uma vida na terra com Jeb, mas quando ele se fosse, ela iria para as asas da nossa mariposa, Morfeu, no País das Maravilhas.
“Dou as costas para o reino humano, encarando a toca do coelho a meus pés.
— Alyssa, meu amor. Salte.
Desta vez, não há dúvida quanto a quem está falando em minha mente. É a voz da minha Amada Mariposa.”
No fim de Qualquer outro Lugar acompanhamos o salto dela na toca do coelho em encontro a Morfeu, mas não passou disso. Já nesse conto, o leitor tem um pouco mais para se deliciar. Um pouco mais do antes e um pouco mais do depois, a partir desse ponto. Da sua vida com Jeb e a família que eles formaram à formação da sua família no País das maravilhas. Os pontos mais marcantes da história.
“— Boas coisas acontecem aos que esperam. [...]
— As melhores coisas. Coisas impossíveis. A mais impossível de todas é uma criatura solitária, que nunca precisou de outra alma viva, ter uma família pela qual morreria e mataria.”
Eu estava tão ansiosa para ler esse conto, que quando vi que ele tinha chegado, passei a ler com ainda mais carinho cada palavra. O conto é de tirar o fôlego e ao mesmo tempo delicado e emocionante, principalmente para quem, como eu, é apaixonado pela série e pelos personagens.
Morfeu e Alyssa é um casal pelo qual torci desde o primeiro segundo, e “vê-los” finalmente juntos foi fantástico. Essa leitura veio com uma mistura de nostalgia, tristeza por ser o fim, mas imensaaa satisfação pela forma que concluiu.
Creio que até a narrativa desse conto está melhor, talvez por ter mais da peculiaridade do País das Maravilhas – e de Morfeu.
Ah, lembram-se das visões do futuro que diziam do filho-sonho, fruto do amor Rei e Rainha do País das maravilhas, Morfeu e Alyssa, destinado a inspirar a imaginação das criaturas do reino e manter um equilíbrio eterno ao País das Maravilhas.
Eu temia que o conto não chegasse até a chegada dele, mas, para minha eterna gratidão a A. G. Howard, ele veio. E foi mágico, assim como tudo.
“— Eu o amo, Morfeu. Obrigada por me mostrar tudo o que posso ser. [...]
— Eu a amo. Mas este é só o começo. Ainda veremos tudo o que pode acontecer.”
O conto também conta com um pouco da infância de Morfeu e Alyssa. Quando ele levava ela até leva nos seus sonhos.
Mágica. Provavelmente é a melhor descrição para a série. A autora provou, com Splintered, que uma releitura pode ser original, e que, mesmo quando tem tudo para ser clichê, ela pode acabar sendo surpreendente e emocionante.
site: http://estantemineira.blogspot.com/2017/04/resenha-sussurros-do-pais-das-maravilhas-a-g-howard.html