fyveer 28/08/2020
As Primeiras Quinze Vidas de Harry August, Claire North.
"A criação está dentro de você. Você faz parte do sopro primordial que criou o universo, seu corpo é feito da poeira dos corpos que já se foram, e, quando morrer, seu corpo e seus feitos vão gerar vida. Você, por si mesmo, é Deus."
Encontrei essa obra da ficção científica de 1986 enquanto vagava pelas recomendações de uma outra plataforma de leituras e rapidamente encaixei o livro na minha lista de leitura anual, as resenhas publicadas por outros leitores também me influenciaram em começar o quanto antes a devorar esse livro e me surpreendi muito com o conteúdo.
Geralmente não leio sinopses e as resenhas que vejo são bem superficiais pois tenho muito medo de pegar uma informação que eu não desejo, não precisa necessariamente ser spoiler; sendo assim, eu estava esperando uma narrativa em que o protagonista relata os acontecimentos que somente a vida de um imortal pode oferecer, esperava festas e viagens mundias, recebi tudo isso e muitas outras surpresas.
Claire North criou um novo símbolo para a imortalidade na ficção, seu espaço literário permite ao protagonista renascer e morrer naturalmente da mesma forma, o destino é fixo para esses imortais limitados. Harry August, como todo bom herói, desafia algumas regras e se torna a exceção do extraordinário ? o mundo está acabando e ele precisa evitar o cataclisma!
Harry nos conta sobre sua família singular, sobre seus anos dedicados ao conhecimento do mundo e de como a imortalidade é horrível, um dom que vira seu inferno pessoal por séculos. Ele está condenado, assim como os outros "kalachakra", a reviver suas eras do nascimento a morte, porém, um de seus amigos mais ambiciosos desafia o plano universal e resolve construir uma máquina capaz de solucionar as questões da humanidade.
Harry, que já fora muitas coisas em suas vidas passadas, põe sua experiência secular a prova para tentar impedir seu inimigo de acabar com o mundo.
A narrativa em alguns pontos é bem confusa, mas depois desenrola com naturalidade e acabamos por nos apaixonarmos por pequenos detalhes. August é uma "divindade" que sempre busca seu lado mais humano para se manter são, alguns de seus diálogos internos são emocionantes. Essa se tornou uma das minhas obras favoritas.
Resenha postada em breve também no Pantalaimon Books, conta no instagram dedicada a livros!