Thaisa 16/11/2022
Uma história promissora, mas uma protagonista decepcionante
Em 1988, numa manhã após o Halloween, quatro garotas, entregadoras de jornais, se reúnem em suas bicicletas para cumprir mais um dia corriqueiro de funções: Mac, Tiff, KJ, e a mais nova adição ao grupo, Erin.
Tudo promete ser mais uma madrugada rotineira de trabalho quando pessoas bizarras cruzam o caminho das meninas; elas acreditam ser apenas alguns rapazes mais velhos pregando peças de Dia das Bruxas... Até encontrarem uma complexa máquina que parece ter saído direto de um filme de ficção científica. E como a curiosidade é grande, elas decidem investigar o exótico objeto. Mas quando elas o acionam acidentalmente, algo macabro ocorre: elas se verão em um mundo cheio de pterodáctilos e alta tecnologia. Pra piorar, se encontrarão bem no meio de uma guerra milenar!
Eu poderia continuar essa sinopse, mas tenho receio de entregar muitos spoilers. Assim, acho que isso é mais do que o suficiente para atiçar a curiosidade de muitos leitores, como foi no meu caso!
A arte de Chiang é simplesmente incrível: o que eu mais amei nesse quadrinho foi a coloração mais neon, principalmente o rosa, roxo e azul (que é meu esquema favorito de cores!). Quadro após quadro, eu fiquei obcecada com a beleza da junção de figuras cartunescas e da estética que reflete bem os anos 80.
A narrativa é ótima, colocando o leitor no meio desse grupo de garotas; e nós, assim como elas, não temos ideia do que está acontecendo, fazendo com que fiquemos instigados para saber, cada vez mais, o que está ocorrendo, quem são esses povos que estão guerreando entre si, onde ou quando elas estão...
Apesar de tudo isso, preciso pontuar algo que me decepcionou bastante na história - Mac, uma das protagonistas. Não foi só uma questão de não ter gostado da personagem, mas ser bombardeada, página após página, com tantas ofensas que ela profere às minorias me fez ter uma experiência de leitura muito menos agradável do que poderia ter sido...
Estou curiosa para acompanhar o resto da série, mas com um pé atrás por não imaginar que em uma graphic novel tão focada em girl power, teria que me deparar com preconceitos.
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