karine 17/12/2020Ficção histórica extremamente relevante.Faz um bom tempo que eu terminei esse livro (exatamente 15 dias na verdade), e tava na hora de vir falar dele aqui. Pachinko conta a história de cerca de 4 gerações de uma mesma família de coreanos e se passa no período da segunda guerra e simultaneamente no período de ocupação do Japão na Coreia. Inicialmente eu pensei que o livro pretendia abordar a vida deles, mas é mais do que um romance, o livro aborda de fato a relação Japão-Coreia e a história é muito bem retratada neste livro, pode não ser o meu favorito do ano, mas é, sem dúvidas, um dos mais relevantes. É incrível ver o nível de detalhes geográficos e históricos neste livro, além de ver as influências na vida dos personagens.
Vou falar primeiro das coisas que eu gostei. A escrita é linda, poética e acho que acrescenta tanto ao livro de tantas formas e mesmo que a autora chegue a ser um pouco prolixa, ela consegue fazer isso sem perder a fluidez da narrativa.
A base histórica que a autora nos oferece melhora infinitamente a experiência de ler esse livro, além de serem de extrema importância os assuntos abordados, como as consequências que a guerra trouxe para ambos os países principais citados, os preconceitos vividos, e a dificuldade dos tempos de guerra no geral.
Foi muito triste ler uma ficção histórica como essa sabendo que ela foi parte da história real de tantas e tantas famílias que viveram durante este período e isso foi o que tornou esse livro tão sofrido de ler, mas extremamente necessário pra sair da bolha.
Agora preciso falar do que eu não gostei (e espero que não desmotive ninguém kk).
Eu comecei a ler o livro sem ver resenhas, ouvir pessoas que leram recomendando ou coisas do tipo, fui pela sinopse e criei uma expectativa para esse livro em cima do que os primeiros capítulos me entregaram. Mas meio que essa expectativa foi quebrada, eu esperava acompanhar a história da Sunja, ler sobre toda a vida e dificuldades que ela passou, mas o livro aborda muitas gerações (umas 4 ou 5) e abrange muitos personagens (tipo sei lá, tem um capítulo sobre a filha da namorada do filho da Sunja, entendeu quão longe a autora chegou?) e isso dificultou demais com que eu me apegasse e me emocionasse com os personagens (só consegui me apegar com a Sunja e foi isso que permitiu com que eu me emocionasse com o livro).
Além disso a gente tem as passagens no tempo e que aumentam muito no segundo e terceiro livro, em quase todo capítulo havia um salto no tempo (e aí juntando isso com a quantidade de personagens...).
Eu recomendo ele para quem procura conhecimento e sair um pouco da bolha ocidental em que vivemos (porque quando falamos de guerra sempre entramos no eixo europeu quando se trata de livros), neste caso acho que esse pode ser o livro perfeito, mas se o que você procura é personagens para se apegar, um livro para chorar e romance, acho que esse não é bem o livro.
Conclusão (apesar de que eu não sei se cheguei em alguma ainda): eu gostei muito do livro, não como um romance mas como um livro histórico, ele me trouxe muito conhecimento importante e foi sem dúvidas um dos mais relevantes que eu li esse ano. Apesar de não ter conseguido me apegar à outros personagens exceto a Sunja, eu acabei me apegando a ler esse livro, que me acompanhou por mais de um mês e se tornou parte da minha rotina ler ele (então eu me considero real orfã de pachinko), ainda tenho saudade de ler ele e talvez um dia eu releia ele.