Sempre vivemos no castelo

Sempre vivemos no castelo Shirley Jackson




Resenhas - Sempre Vivemos No Castelo


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Vanessa Rodrigues @letrasdavanessa 17/02/2018

Sempre vivemos no castelo é um livro da Editora Suma de Letras, escrito por Shirley Jackson, que foi traduzida e publicada pela primeira vez no Brasil com esta obra.
Classificada como uma ficção de horror, esse livro é leitura obrigatória nas escolas norte-americanas e me causou um certo medinho, sim. Ele é narrado em primeira pessoa por Merricat Blackwood, uma menina de 18 anos infantilizada devido à tragédia que envolveu a morte misteriosa de sua família.
A trama é completamente original e se baseia na relação familiar dessas irmãs e do tio, reaprendendo a conviver. Embora seja um pouco introspectiva, também há muita ação e a história é muito bem amarrada e consistente. Sem contar no final que é surpreendente!
A narrativa é muito fluída e é possível ler páginas seguidas sem se cansar. Merricat é uma menina muito divertida e é delicioso ver o mundo de dentro da cabeça dela, pela visão dela. Os capítulos terminam sempre com um cliff hanger, o que faz com que o leitor devore as páginas em busca da resposta para solucionar o mistério da morte de quase todos os Blackwood. A linguagem é simples, mas não sem qualidade, é adequada a públicos de todas as idades, mas imagino que crianças (menos de 12) anos podem se impressionar um pouco com o enredo.
O grande trunfo dessa narrativa em primeira pessoa é a mente criativa e inventiva da narradora, qua adora jogos mentais e deixa o leitor constantemente em dúvida se os fatos estão realmente acontecendo como narrados, ou se a garota está apenas brincando de faz de contas.
Constance é muito madura para a sua idade, um pouco, provavelmente, devido às circunstâncias familiares e um tanto em decorrência dela ser a responsável por sua irmã caçula e seu tio que necessita de cuidados especiais. O primo Charles é quem desequilibra a rotina familiar deles com sua visão de mundo completamente destoante do que reina no castelo das Blackwood.
Ganhei esse livro de presente de amigo-secreto no #piqueniqueliteráriosjc da minha amiga Miriele e posso dizer que amei! Ele estava na minha lista de desejados, não só pela premissa de mistério, que eu adoro, mas também porque a capa é linda, hardcover, as páginas são amareladas e o projeto gráfico tem os melhores começos de capítulo que já li. Amor em cada página amarelada ❤
Com altas doses de humor negro, Sempre vivemos no castelo foi o último livro publicado em vida por Shirley Jackson, autora essa, aliás, que é admirada por escritores famosos como Stephen King e Neil Gaiman.
Recomendo essa leitura para os fãs de King e Gaiman, para os fãs de terror e mistério, para os que gostam de lindas capas e os que apreciam uma boa trama.

site: www.letrasdavanessa.com.br
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Renata (@renatac.arruda) 21/03/2018

As pessoas costumam dizer que esse livro é estranho e com razão. Demora um pouco a cair ficha sobre o que está acontecendo, temos uma narradora que não é que não seja confiável, mas que nos apresenta os fatos da forma como ela os percebe. Uma maneira que achei eficaz de ler é imaginar que se está em um hospital psiquiátrico ouvindo o relato de um paciente neuroatípico.

Embora muitas pessoas costumem associar o terror a monstros, sustos, serial killers e mortes violentas, isso nem sempre é verdade e, pra mim, o terror mais interessante é o psicológico, que utiliza o medo, a paranóia, a histeria e a loucura como fonte de tensão. Nesse livro Shirley Jackson constrói uma história sombria cujo horror não é oriundo de um grande mal perverso mas do transtorno mental e do medo. São duas irmãs e um tio idoso que vivem isolados do resto do vilarejo como fantasmas em vida e têm sua rotina perturbada com a chegada de um primo distante.

Há vários elementos simbólicos para a perda da inocência, os ritos de passagem e o crescimento como a morte dos pais, a casa, a chegada do homem, o fogo. Mas o principal mesmo é a união entre as duas mulheres e a forma como protegem uma a outra, mesmo que isso signifique abdicar para sempre do convívio com os outros.

@prosaespontanea https://www.instagram.com/p/Be5_i_uBLmn/

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Brina.nm 03/04/2018

Marricat, você não quer uma xícara de chá?
Sempre Vivemos No Castelo nos apresenta a família Blackwood, uma família bem estranha e rica de uma cidadezinha qualquer. Eles nunca foram bem vistos naquele lugar, sempre havia um morador ou outro cochichando sobre os Blackwood, e quando a filha mais velha Constance foi acusada de matar toda sua família em um café a cidade toda passou a temê-los e a hostiliza-los ainda mais.

Mas Constance não sai de casa, quem vê todo o ódio da cidade é Merricat, a garota de 18 anos que faz as compras para a irmã toda semana. Toda semana ela ouve os cochichos dos moradores, as ofensas das crianças maldosas, os múrmuros dos bêbados, e toda semana ela deseja que eles morram, e que não destruam a felicidade que ela tem com Constance e Tio Julian.

Mas um belo dia um dos seus amuletos caí, e trás com ele Charles, seu primo que chega tirando todos da rotina e mandando em Constance e Tio Julian. Merricat sabe que é ele que está acabando com a felicidade daquela casa, ma será que ela fará o necessário para defender sua família?

"Marricat, disse Connie, você não quer uma xícara de chá? Ah não, disse Marricat, você vai me envenenar. Marricat, disse Connie, você não quer dormir? Lá no cemitério, com a terra a te engolir?"

Sempre Vivemos No Castelo é um livro muito doido hahaha. Sério, um terror meio que psicológico, uma história que você sabe que existe algo errado mas não consegue identificar o que, só sabe que o 'errado' está no restante da família Blockwood, e que não iria querer um chá adoçado preparado pela Constance.

As personalidades dos três personagens são estranhas, sinistras e você fica desde a primeira página curioso para saber o que realmente aconteceu naquele café que matou quase toda a família, e também quem foi o responsável por isso. Tio Júlio é um velhinho que a todo momento relembra o acontecido, e é através das suas memórias, dos seus relatos que vamos entendendo realmente o que aconteceu ali, mas há sempre aquela pontinha de dúvida de quem realmente tem a ver com o desastre.

Constance e Merricat também, ambas são sinistras a sua maneira. Constance não sai mais de casa, não se importa da irmã pendurar um relógio de ouro e enterrar moedas de prata pelas terras da família, vive enfurnada na cozinha preparando o que a pessoa quiser pra comer e também é obcecada pela limpeza e organização da casa, mantendo tudo como os seus pais deixavam. Já Merricat é uma jovem de 18 anos com mentalidade bem infantil, ela passa o dia ajudando Constance, mas também adora ficar correndo por todo o lado com seu gato Jonas, enterrando e pendurando amuletos para manter a propriedade "segura".

É um livro bem fininho, e com uma escrita bem fluida que faz o leitor ficar preso naquelas páginas estranhas, porque queremos saber quem matou toda a família, queremos saber qualé o da Merricat e Constance, queremos saber o que Charles trará de desastre pra aquela família. É uma leitura viciante e original, e quando você mal vê já acabou aquela história e está olhando para o teto pensando em tudo que aconteceu e querendo mais livros da autora.

"A cova acomodaria com delicadeza a cabeça dele. Gargalhei quando descobri uma pedra redonda do tamanho certo, e desenhei um rosto com a unha e a enterrei no buraco. “Adeus Charles”, me despedi."

Em poucas páginas Shirley Jackson consegue nos apresentar um terror psicológico intenso e perturbador. Merricat não é nem um pouco confiável como narradora, mas ainda assim conseguimos entender seu amor por Constance, a união daquelas duas mulheres para tentar manter o que restou da família unidas. É perturbador também observar todo o ódio da cidade com aquela família, ver como as pessoas sempre são cruéis com o que é diferente e nessa parte desejei um final mais aterrorizante, mas consegui compreender tudo com as palavras da Constance: "É errado odiá-los”, Constance dissera, "só serve para enfraquecer você".

Esse não é um livro que todos vão amar, alguns vão achar meio fraco, outros vão achar sem pé nem cabeça, mas o consenso geral é que ele é estranho, os personagens são estranhos, e se você começar a olhar nas entrelinhas dessa história vai conseguir ver o quanto a autora é brilhante em construir uma história tão perturbadora e poética que aborda muito bem conceitos como a histeria coletiva, o medo do desconhecido, agorafobia e é claro as coisas que fazemos para nos manter unidos àqueles que amamos.

"Uma mulher que nasceu para a tragédia, talvez, apesar da tendência de ser meio boba."

site: http://www.stalker-literaria.com/2018/04/resenha-sempre-vivemos-no-castelo.html
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Micha 06/05/2018

Angustiante
Precursora de mestres do suspense como Stephen King, Shirley Jackson merecia mais destaque na mídia, segue como um achado meio "garimpado" apenas entre os leitores mais ávidos, como eu. Vale a pena conferir a atmosfera claustrofóbica desse enredo, que tem toques de literatura infanto-juvenil, mas um enredo bem adulto e de tirar o fôlego. Merece uma adaptação cinematográfica, para quem sabe assim ser apresentado ao grande público que não teve o prazer de conhecer a escrita de Shirley.
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ReinaldoFerraz 10/05/2018

Uma história sobre duas moças muito estranhas
Uma historia cativante de personagens complexos e com um grau de sadismo e macabro bem delicado. O desenrolar da história é mais gostoso e divertido do que a sua conclusão. A descrição dos personagens e suas características principalmente psicológicas são o que fazem esse livro uma boa leitura.
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Viviana 30/05/2018

O livro é narrado em primeira pessoa a partir da visão da caçula, Merricat Blackwood. No começo do livro nos é dito que ela tem 18 anos, mas logo percebemos que suas idéias e atitudes não são condizentes com esta idade, tanto que em vários momentos eu me recordei de O Sol é Para Todos... se fosse narrado a partir da perspectiva da casa dos Radley.
A autora desenvolve muito bem a personagem da Merricat, mas, por contar somente a perspectiva dela, e ela não ser uma narradora confiável, muitas coisas ficam soltas na narrativa.
Eu tenho dois problemas com terror: as finalizações e quando se justifica a trama porque os são personagens loucos. E foi o que me fez não gostar tanto deste livro. A autora faz uma excelente construção da personagem, consegue criar uma atmosfera envolvente de suspense e daí... o final é "meh". Este livro foi tão recomendado que eu sinceramente esperava mais. Mas eu gostei da autora e, se tiver oportunidade gostaria de ler outras obras dela.
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Pandora 16/06/2018

Eu amei este livro! Me lembrou muito "A menina no fim da rua?", de Laird Koenig. Um clima sinistro de mistério e excentricidade. Personagens ao mesmo tempo inocentes e perversos. O isolamento que provoca fofocas, intrigas, rejeições, maledicências. E muita curiosidade. Uma narrativa que deve ser relida algumas vezes, porque sempre haverá um detalhe antes não percebido, uma frase do início que fará sentido mais adiante, uma nova interpretação.

Psicológico, sombrio e cheio de simbolismos, é um livro cuja mescla de tensão e ironia com uma pitada de humor negro nos deixam permanentemente envolvidos.

Imperdível para quem adora o estranho, o incomum e o inexplicável.

Para leitores que buscam normalidade, coerência e sanidade, sugiro buscar outras alternativas. ;)
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Aline Teodosio @leituras.da.aline 23/06/2019

Após uma terrível desgraça no seio familiar dos Blackwoods, Marricat, sua irmã Constance, seu tio Julian e o fiel gato Jonas se refugiam na antiga casa onde tudo aconteceu, vivendo quase que isolados do restante do vilarejo. Depois de períodos tumultuados de revolta local, os sobreviventes conseguem instaurar no lar uma certa paz. Tudo, no entanto, começa a mudar com a chegada de um primo, Charles Blackwood.

A trama consegue envolver o leitor desde as primeiras páginas num clima sombrio de mistério e loucura. A carismática Marricat, narradora da história, nos delicia com pitadas de um humor mórbido e sarcástico. Por vezes nos conduz pelo caminho emaranhado dos seus pensamentos perturbados, por vezes nos perdemos divagando sobre o que pensa sua irmã Constance com suas atitudes surrealmente suspeitas, por vezes damos trela aos discursos desconexos de tio Julian.


Mas por traz de todo aquele castelo de felicidade paira a obscuridade da obsessão mascarada de amor incondicional por parte das irmãs. É um verdadeiro castelo de ilusões construído sobre bases sentimentais perfeitas demais para serem consideradas normais. É arrepiantemente medonho, assombrosamente inquietante! O tempo inteiro o leitor é jogado de um lado a outro tentando entender o porquê daquelas atitudes atípicas, entender o quê motivou o crime e de que lado nasce o transtorno e as paranoias (se é que realmente há um lado).

Uma escrita charmosamente macabra e deliciosamente psicopata!!!
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Dhiego Morais 16/11/2017

Sempre Vivemos no Castelo
Shirley Jackson, californiana nascida em 1916 é considerada uma das maiores expoentes da literatura de terror do século XX, sendo inclusive leitura obrigatória em diversas escolas americanas. Aclamada pelo público e pela crítica, a autora influenciou grandes nomes da atualidade, tais como Neil Gaiman e Stephen King. E, tendo em vista a minha queda pelas obras de King, não poderia perder a oportunidade de ler uma das autoras mais elogiadas pelo mestre.


Em Sempre Vivemos no Castelo conhecemos a história singular dos Blackwood que há algum tempo foram reduzidos drasticamente às figuras das irmãs Merricat e Constance, e de seu tio, Julian. Envenenados por uma dose de arsênico contida em um pote de açúcar, a família Blackwood, antes numerosa, rapidamente se transformou e se resume aos três personagens citados.

??Coitados dos desconhecidos?, eu disse. ?Eles têm tantos motivos para ter medo??.

Constance Blackwood, a irmã mais velha, logo é acusada de ter envenenado os demais familiares, já que a mesma havia sido responsável pela última refeição preparada. Porém, pouco depois é inocentada, quando acaba por retornar à mansão da família. Por outro lado temos a pequena Merricat, uma jovem um tanto quanto excêntrica, que no fatídico dia havia sido colocada de castigo.

A trama toda gira em torno das irmãs Blackwood e de seu relacionamento com o povoado que, após os assassinatos, mantém além de um desconfortável distanciamento, também um visível desprazer em possuí-las como parte da vizinhança. Desta forma, os últimos Blackwood tornam-se extremamente reservados, estranhos, dotados de uma aura sombria para a maioria, em meio a um caso irresoluto.

Quando Charles, um primo distante, resolve visitá-las, a vida aparentemente pacata, mas não menos curiosa de Constance e Merricat apresenta sinais de mudança. E é neste ponto que toda a trama se desenrola e a autora constrói o clímax da obra.

Sempre Vivemos no Castelo não se trata de uma obra de terror que abusa do sobrenatural para se erguer frente ao leitor, mas sim de uma obra de terror psicológico, em que a mente humana atribui todo o horror e bizarrice que tinge o romance, afinal, não há nada mais assustador do que a percepção de que o terror reside na mente de cada ser humano.

O que Shirley faz em um livro tão curto é assombroso, pois a sua construção de personagens é feita com exímia habilidade, e, junto à escrita fluida e deliciosa confere consistência e originalidade, principalmente se tomarmos a época em que foi escrito.

?A língua deles vai queimar, pensei, como se tivessem comido fogo. As gargantas vão queimar quando as palavras saírem, e na barriga vão sentir um tormento mais quente do que milhares de incêndios?.



Constance é uma personagem extremamente reservada; detentora de um medo absoluto em sair de seu ?castelo?. A Blackwood mais velha apresenta uma espécie de agorafobia, um distúrbio caracterizado pelo medo de lugares e situações que possam causar pânico, impotência e constrangimento. Para Constance, caminhar pelas ruas e ser alvo de um intenso olhar acusatório, bem como de fofocas e murmurinhos vis, configura uma das piores sensações pelas quais seria capaz de experimentar em vida.

Já Merricat Blackwood é talvez a personagem mais bem caracterizada da obra. Considerada uma jovem excêntrica, Merricat enterra objetos para afastar intrusos, conversa com Jonas, o gato e mantém um laço visceral com a irmã, quase uma espécie de fascínio egoísta por sua irmã, Constance. Em boa parte do livro é fácil se esquecer de que Merricat já não é mais criança, mas sim uma jovem de dezoito anos, já que sua mente intrincada é permeada por sintomas infantis.

Julian, o tio é agora um homem inválido, cuja mente e o corpo parecem ter sofrido permanentemente pelo arsênico. Incapaz de andar, Julian tem poucos momentos de lucidez, quando tece comentários valentes e perspicazes a respeito da noite do envenenamento, fato este no qual ele centra suas forças para redigir um livro que nunca se encerra. O velho tio é igualmente bem construído e confere certa descontração ao ritmo do texto de Jackson.

?Não consigo me segurar quando as pessoas têm medo; sempre tenho vontade de botar mais medo ainda nelas?.



Outro ponto que merece destaque no livro de Shirley é a capacidade exímia de ela apresentar versões realistas da mente humana, cheia de sombras e iniquidade. O povoado que cerca a mansão Blackwood atua como agente modificador na trama, demonstrando todo o preconceito, pré-julgamento e inimizade presente entre as partes. Há certa selvageria e brutalidade escondida em cada olhar por ali.

O que Shirley Jackson faz ao encerrar o livro pode agradar enormemente os leitores ou simplesmente fazê-los detestar a experiência. A questão do assassinato não é difícil de pescar, entretanto, a motivação dá o toque mórbido certo à história. A leitura de Sempre Vivemos no Castelo é a jogada de uma moeda, em que há a possibilidade de dar apenas um resultado ou outro, cara ou coroa, quase nunca um meio termo.

Jackson brinca com o leitor ao construir uma obra que dança silenciosamente com o inconsciente. A insanidade e a perversidade da mente humana são expostas ao longo da trama, em um romance cheio de suspense, cuja escrita demonstra toda a sua fluidez e força logo nos primeiros instantes em que respira. Sempre Vivemos no Castelo é sobre os efeitos do isolamento social sob a perspectiva de mentes perturbadas e irremediavelmente neuróticas.

O terror é sutil, mas poderoso. Hoje é dia de visitas na mansão das Blackwood. Acomode-se. Aceita uma xícara de chá?
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Drikolina 08/01/2019

Uma leitura decepcionante
Li a sinopse desse livro e fiquei super empolgada, mas a decepção foi proporcional.
História sem sal e nem açúcar. Personagens que não conquistam o leitor.
A narrativa de "merricat" só te faz passar raiva.
É o tipo de história que não engrena. Quando você acha que vai acontecer algo, uma reviravolta.. nada.
Bem broxante.
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Bruna.Patti 27/01/2019

Sempre vivemos no castelos
Resenha

Livro: Sempre vivemos no castelo
Autora: Shirley Jackson
Número de páginas: 200
Ano da edição: 2017

Shirley Jackson foi uma autora que nasceu na Califórnia, nos Estados Unidos, e morreu precocemente as 47 anos de idade, vítima de problemas de coração. Era uma pessoa ansiosa, que lutava contra o peso, fumante inveterada e desenvolveu agorafobia, medo de sair de casa e encontrar pessoas. Os medicamentos para esses transtornos eram conflitantes entre si e desconfia-se que isso tenha sido um dos motivos de sua morte prematura. Inspirou grandes autores como Stephen King e Neil Gaiman. É autora de seis romances, sendo apenas dois deles traduzidos para português até o momento e inúmeros contos.

O livro conta com um enredo bastante simples. Narrado em primeira pessoa pela Mary Katherine ou Merricat, como é chamada pela família. Ela vive em sua casa com sua irmã Constance Blackwood e o tio Julian. A família continha sete componentes, mas após um homicídio, ficou reduzida à três pessoas. O assassinato ocorreu pois o açúcar usado pela família foi envenenado com arsênico. Constance sobrevive pois não ingere açúcar, Merricat estava de castigo no quarto e tio Julian uma pouca quantidade, que lhe permitiu sobreviver, mas deixando-o cadeirante e com outros comprometimentos físicos. Na época, por fazer as refeições da família, Constance foi acusada de homicídio, mas, por falta de provas foi inocentada. Nesse meio tempo do julgamento, Merricat ficou em um orfanato e aguardando.

A partir desse episódio, Merricat de apenas 18 anos e sua irmã de 28 passam a viver isoladas em sua mansão, juntamente com seu tio Julian, sendo felizes naquele refúgio que criaram. Constance desenvolveu agorafobia e não saia de casa, ficando a cargo de Merricat ir ao vilarejo comprar o que era necessário para sobreviver e trocar livros na biblioteca. Quando ela vai ao vilarejo tem que lidar com as "piadas" dos moradores que não acreditam na inocência de Constance em relação ao homicídio. Mas, mesmo antes de tudo isso ocorrer, já percebemos que a família vivia isolada do restante do vilarejo: o pai havia construído cercas em volta da casa com avisos de NÃO ULTRAPASSE, entre outras formas de proteção. Na minha opinião, isso acabou gerando um ressentimento da população em relação à família, por acharem que eles eram "ricos" demais para compartilhar a vida com o restante da população. Quando ocorre o homicídio, a ira contra eles aumenta. Se pensarmos que o livro se passa na década de , fica fácil imaginar a natureza dos insultos e sofrimento a que duas mulheres que vivem com um tio dependente tinham que passar.

Esse frágil equilíbrio parece ser quebrado com o simples toque de uma campainha: um primo chamado Charles surge para visitar a família. Merricat é a única a perceber as segundas intenções dele com essa chegada inesperada e faz de tudo para expurgá-lo, enterrando coisas no quinta,, pendurando objetos, em rituais meio macabros.

O interessante a pontuar no livro é a maestria com que a personalidade das personagens é construída. Constance é uma mulher doce, apesar de visivelmente transtornada com tudo que aconteceu. Dá sinais de que a qualquer momento vai conseguir sair de casa e enfrentar seus medos. Merricat se vê apavorada com essa possibilidade. Se a personagem não dissesse que tem 18 anos isso nunca poderia ser adivinhado, pois ela te comportamento infantil e visivelmente tem condição mental diferenciada. Ela parece ser um tanto quanto obcecada pela sua irmã e pela rotina que criaram, e faz de tudo para que isso se mantenha. Dona de pensamentos paranoicos e por vezes maldosos, que ela assume sem remorsos, como imaginar estar andando pelos cadáveres das pessoas do povoado ou pensar no tamanho dacova que seria suficiente para enterrar seu primo. Tio Julian é responsável por momentos de risadas ao longo da trama. Merricat Parece viver em um mundo encantado e de fantasias, que ela criou e se refugia, fazendo questão de não deixar a irmã também escapar desse local.

A narrativa é fluida e muito mais que um romance policial, na minha opinião, o mais importante é tentar desvendar o que existe na cabeça das personagens. A autora não nos dá nada de mão beijada, ficando a cargo do leitor tirar as próprias conclusões acerca dos fato que vão sendo apresentados. Vale muito a pena a leitura e posterior análise cuidados, pois à primeira vista pode parecer um romance simplista e sem muitas questões a desvendar, mas que esconde uma riqueza inigualável. Recomendo a leitura!

LINK DO MEU BLOG:

site: https://abiologaqueamavalivros.blogspot.com/2019/01/sempre-vivemos-no-castelo.html
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Karini.Couto 28/10/2017

Quando vi esse lançamento fiquei doida por ele, e quando recebi o livro fiquei doida na edição linda e caprichada da editora.
Quem me conhece, sabe que leio bastante e gêneros variados, mas tenho um "tombo" por terror, horror e psiquê; então imaginem que fiquei em êxtase com esse lançamento que posso adiantar que AMEI!

Vamos a história: Aqui vamos conhecer o passado e presente da família Blackwood ou o que testou dela! Antes eram sete, hoje são apenas três. Parte da família foi envenenada com arsênico em um açucareiro e apenas três dos Blackwood sobreviveram. Constance era quem lidava com a alimentação da família e por isso acusada do crime de assassinar seus parentes, mas por falta de provas foi inocentada; mas o vilarejo não a acha inocente e demonstra isso de maneiras diversas que beiram a crueldade até. Causando em Constance medo de sair em público e com isso os três Blackwood sobreviventes passam a viver isolados em seu castelo.

Quem conta os fatos é a peculiar e incrível Merricat (Mary Katherine) que tem dezoito anos agora, mas na época das mortes tinha apenas doze anos. Talvez ela só tenha sobrevivido devido ao castigo que a deixou sem jantar. Merricat ama à sua maneira Constance e é ela quem vai ao vilarejo em busca do necessário para que possam sobreviver no castelo e nessas incursões pelo vilarejo Merricat sofre com a crueldade da população que não esqueceu a tragédia de sua família. Ninguém parece interessado em deixar o passado de lado. E sempre relembram Merricat do que aconteceu!

Mas uma visita muda o rumo das coisas, Charles - um primo; filho de um irmão que manteve distância da peculiar família, após a tragédia e morte de parte deles.

Charles faz com que pensemos que sua aparição recente é devido a morte de seu pai que o mantinha longe da outra parte de sua família; ele logo se interessa por Constance e mantém uma relação muito próxima com tio Julian; mas será que é isso mesmo? Ou ele tem intenções ocultas?

Merricat parece ser a única a ver o que ninguém mais vê; uma ameaça! E com base nisso ela fará seu melhor ou pior para proteger aqueles com quem vive. Charles parece como um carrapato disposto a grudar neles, mas Merricat está disposta a não permitir que esse fosrasteiro perturbe a dinâmica dos Blackwood.

Ela é peculiar; tem seu mundo particular em sua mente deturpada e ao mesmo tempo apesar dos seus dezoito anos é infantil ou parou no tempo devido, talvez, ao isolamento da sociedade ao redor e conviver apenas com duas pessoas. Ela fala com seu gato, tem atitudes infantis e até bizarras para a idade e tudo piora com a chegada do primo Charles.as percebo que mesmo antes da tragédia ela já era diferente, por assim dizer!

O passado que tanto evitam parece estar de volta e todo o horror vivenciado a espreita dos Blackwood. Será que mais tragédias estão por vir? Ou é apenas instinto de preservação?

Essa história nos traz um misto de sentimentos perturbadores, que a princípio não percebemos exatamente o que ou quem incomoda mais; e nos traz coisas como fobias, "compulsões", medos, maldades, e doenças mentais somado a um humor negro que beira ao incômodo de tão perturbador!

Engana-se quem pensa que se trata de algo sobrenatural (sim amo sobrenatural), porém o que amo ainda mais? A mente humana e um bom conto de horror psicológico. Tenho um interesse quase insano pela mente humana e ler "Sempre Vivemos no Castelo" me fez perceber ainda mais como esse tipo de leitura e enredo me pega de jeito sempre!

Não consigo explicar essa paixão pela mente humana e suas loucuras, só posso dizer que isso me atrai irremediavelmente! E que quanto mais leio, mais me sinto próxima da loucura de algumas mentes humanas e da forma como elas "pensam" tentando analisar pelo ponto de vista insano suas atitudes e assim desvendar seus mais sombrios sentimentos em uma espécie de análise por assim dizer. Na tentativa de entender como mentes deturpadas funcionam e o principal.. Por qual motivo são como são!

Shirley Jackson entrou para a minha "listinha negra de autores macabros que amo". Uma das coisas mais interessantes é que tem muita coisa pessoal envolvida nesse enredo criado por Shirley Jackson e isso perturba ainda mais conforme tomamos conhecimento. Talvez por isso ela tenha alcançado um " tom" tão real e perturbador.

Ler "Sempre Vivemos no Castelo" foi como me sentir presa em um espelho e não conseguir sair. Um livro com poucas páginas que tem tanto no enredo e nos deixa pairando em um inverso de insanidade e loucura.

A pergunta que me fiz o tempo todo.. Constance de fato envenenou sua família? Ou teria sido sua irmã na época tão jovem, aparentemente tão inocente apesar de já aparentar ser um pouco diferente do normal?
Sem contar na histeria que envolve toda uma cidade capaz de cometer atos cruéis e nos mostrando que a lpucura ou maldade pode ser contagiosa dependendo das circunstâncias.

Tem tantas coisas discutíveis nessa história se deixar fico aqui falando e falando.. Sobre a mente, sobre fobias, doenças, crueldades, medos, anseios, loucura, histeria, sarcasmo, mas também de amor.. Por mais bizarro que ele possa parecer!

Gente! Leiam logo esse livro! É incrível!
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Leila de Carvalho e Gonçalves 19/10/2017

Insólito E Perturbador
Nomeado um dos melhores romances de 1962 pela Times e Goodreads, "Sempre Vivemos no Castelo" foi o último livro publicado em vida por Shirley Jackson. Muito acima do peso, viciada em anfetaminas e fumante inveterada, a escritora faleceu em 1965, aos 48 anos, de um ataque cardíaco.

Quem apresenta a narrativa é Mary Katherine Blackwood ou simplesmente Merricat, uma jovem de 18 anos que vive com a irmã Constance e o tio Julian num pequeno vilarejo no estado de Vermont. Eles são os únicos sobreviventes de uma tragédia familiar, ocorrida há seis anos e, desde então, vivem praticamente isolados, evitando contato com a comunidade local, entretanto, uma inesperada visita pode alterar esta rotina.

O que aconteceu no passado e suas consequências são as forças motrizes de uma trama insólita, marcada pela atmosfera gótica, que aborda temas como amor e devoção, sociopatia e agorafobia além de perversidade e segregação. Em linhas gerais, colocando em pauta a moralidade, trata-se de uma perturbadora história de terror que, sem recorrer ao sobrenatural, disseca o lado sombrio da natureza humana.

Outro ponto interessante é a alteridade. A escritora afirma que se inspirou em suas filhas para criar as duas irmãs, contudo, de acordo com sua biógrafa, Judy Oppenheimer, as duas jovens são respectivamente o "yin e yang do próprio eu interno de Shirley: um, explorador e desafiante; o outro, doméstico e satisfeito". Por exemplo, enquanto Merricat revela-se obstinada, supersticiosa e ingênua; Constance é solícita e não se aventura além dos limites da propriedade da família.

Finalmente, pouco conhecida no Brasil, a escritora é autora de outros dois clássicos do terror: o polêmico conto "A Loteria" (1948), que revela um lado sinistro de uma bucólica aldeia americana, e a novela "A Assombração da Casa da Colina" (1959), considerada uma das melhores histórias sobre mansões assombradas já escritas, por sinal, o livro focou esgotado durante muitos anos e ele era vendido por um valor exorbitante em alguns sebos.

Nota: Adquiri o ebook que, com índice ativo, atendeu minhas expectatativas.
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