Sempre vivemos no castelo

Sempre vivemos no castelo Shirley Jackson




Resenhas - Sempre Vivemos No Castelo


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Micha 06/05/2018

Angustiante
Precursora de mestres do suspense como Stephen King, Shirley Jackson merecia mais destaque na mídia, segue como um achado meio "garimpado" apenas entre os leitores mais ávidos, como eu. Vale a pena conferir a atmosfera claustrofóbica desse enredo, que tem toques de literatura infanto-juvenil, mas um enredo bem adulto e de tirar o fôlego. Merece uma adaptação cinematográfica, para quem sabe assim ser apresentado ao grande público que não teve o prazer de conhecer a escrita de Shirley.
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ReinaldoFerraz 10/05/2018

Uma história sobre duas moças muito estranhas
Uma historia cativante de personagens complexos e com um grau de sadismo e macabro bem delicado. O desenrolar da história é mais gostoso e divertido do que a sua conclusão. A descrição dos personagens e suas características principalmente psicológicas são o que fazem esse livro uma boa leitura.
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Lorena Alhadeff 12/08/2019

Ai, que loucura!
Livro que tive dificuldade de iniciar e dar continuidade, do início para o meio achei a história maçante, boba, repetitiva. A partir do meio do livro me deixei encolver pela complexidade de Marricat e Constance, personagens bem densas! Esse é um livro que tem seu mistério entregue logo início, mas a história não é tão óbvia quanto esperamos... se gostei? Sim. Se indicaria ou releria, não sei. Mas que é uma história perturbadora, isso é...
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Pandora 16/06/2018

Eu amei este livro! Me lembrou muito "A menina no fim da rua?", de Laird Koenig. Um clima sinistro de mistério e excentricidade. Personagens ao mesmo tempo inocentes e perversos. O isolamento que provoca fofocas, intrigas, rejeições, maledicências. E muita curiosidade. Uma narrativa que deve ser relida algumas vezes, porque sempre haverá um detalhe antes não percebido, uma frase do início que fará sentido mais adiante, uma nova interpretação.

Psicológico, sombrio e cheio de simbolismos, é um livro cuja mescla de tensão e ironia com uma pitada de humor negro nos deixam permanentemente envolvidos.

Imperdível para quem adora o estranho, o incomum e o inexplicável.

Para leitores que buscam normalidade, coerência e sanidade, sugiro buscar outras alternativas. ;)
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Lovett (@bloglariteratura) 26/06/2018

Primeiro Contato
Hoje vim falar desse livrinho que resolvi ler por indicação do Stephen King. Vira e mexe ele cita os livros da Shirley Jackson e fala sobre o quanto as histórias dela foram importantes para seu desenvolvimento como escritor.

Desde que vi King mencioná-la pela primeira vez, procurei livros dela para comprar, mas eram bem difíceis de encontrar aqui no Brasil. Graças a Deus, nossa querida @editorasuma resolveu publicar alguns deles (“A Assombração na Casa da Colina” também já foi lançado) e, ainda por cima, nessas edições lindas de morrer.

A história tem um ritmo muito diferente do que estou acostumada, o que a princípio foi um desafio. É complicado pegar no tranco quando já de cara você percebe que não vai simpatizar muito com a personagem que narra a história, né? Porém, segui em frente e não me arrependi.
O Tio Julian e as irmãs Constance e Merricat Blackwood vivem momentos humilhantes e tensos, me fazendo crer que sentiria empatia por algum deles. Isso aconteceu em pouquíssimas ocasiões. Acredito que o mais interessante é justamente ver como determinadas situações podem nos gerar sentimentos diferentes, dependendo da pessoa que os vivenciou. Deu pra entender o que eu quis dizer? Hahaha.

Durante o desenrolar da história, Shirley nos alimenta com migalhas esparsas sobre as circunstâncias que as mortes aconteceram, quais foram as motivações das mesmas e, por fim, a revelação do assassino (que a gente meio que desconfiava de quem era o tempo todo).

Apesar disso, o livro constrói um clima desconfortável e ligeiramente agoniante, fatores que deixam qualquer livro do gênero muito mais instigante.

Recomendo a leitura para os fãs do próprio Stephen King e para qualquer um que goste de um mistério ligeiramente incomum.


site: http://lariteratura.com.br
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Biblioteca Álvaro Guerra 26/09/2018

“Meu nome é Mary Katerine Blackwood. Tenho dezoito anos e moro com a minha irmã Constance. Volta e meia penso que se tivesse sorte teria nascido lobisomem, porque os dois dedos médios das minhas mãos são do mesmo tamanho, mas tenho de me contentar com o que tenho. Não gosto de tomar banho, nem de cachorros nem de barulho. Gosto de minha irmã Constance, e de Richard Plantagenet, e de Amanita phalloides, o cogumelo chapéu-da-morte. Todo o resto da minha família morreu.”

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/978-85-5651-032-7
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Karini.Couto 28/10/2017

Quando vi esse lançamento fiquei doida por ele, e quando recebi o livro fiquei doida na edição linda e caprichada da editora.
Quem me conhece, sabe que leio bastante e gêneros variados, mas tenho um "tombo" por terror, horror e psiquê; então imaginem que fiquei em êxtase com esse lançamento que posso adiantar que AMEI!

Vamos a história: Aqui vamos conhecer o passado e presente da família Blackwood ou o que testou dela! Antes eram sete, hoje são apenas três. Parte da família foi envenenada com arsênico em um açucareiro e apenas três dos Blackwood sobreviveram. Constance era quem lidava com a alimentação da família e por isso acusada do crime de assassinar seus parentes, mas por falta de provas foi inocentada; mas o vilarejo não a acha inocente e demonstra isso de maneiras diversas que beiram a crueldade até. Causando em Constance medo de sair em público e com isso os três Blackwood sobreviventes passam a viver isolados em seu castelo.

Quem conta os fatos é a peculiar e incrível Merricat (Mary Katherine) que tem dezoito anos agora, mas na época das mortes tinha apenas doze anos. Talvez ela só tenha sobrevivido devido ao castigo que a deixou sem jantar. Merricat ama à sua maneira Constance e é ela quem vai ao vilarejo em busca do necessário para que possam sobreviver no castelo e nessas incursões pelo vilarejo Merricat sofre com a crueldade da população que não esqueceu a tragédia de sua família. Ninguém parece interessado em deixar o passado de lado. E sempre relembram Merricat do que aconteceu!

Mas uma visita muda o rumo das coisas, Charles - um primo; filho de um irmão que manteve distância da peculiar família, após a tragédia e morte de parte deles.

Charles faz com que pensemos que sua aparição recente é devido a morte de seu pai que o mantinha longe da outra parte de sua família; ele logo se interessa por Constance e mantém uma relação muito próxima com tio Julian; mas será que é isso mesmo? Ou ele tem intenções ocultas?

Merricat parece ser a única a ver o que ninguém mais vê; uma ameaça! E com base nisso ela fará seu melhor ou pior para proteger aqueles com quem vive. Charles parece como um carrapato disposto a grudar neles, mas Merricat está disposta a não permitir que esse fosrasteiro perturbe a dinâmica dos Blackwood.

Ela é peculiar; tem seu mundo particular em sua mente deturpada e ao mesmo tempo apesar dos seus dezoito anos é infantil ou parou no tempo devido, talvez, ao isolamento da sociedade ao redor e conviver apenas com duas pessoas. Ela fala com seu gato, tem atitudes infantis e até bizarras para a idade e tudo piora com a chegada do primo Charles.as percebo que mesmo antes da tragédia ela já era diferente, por assim dizer!

O passado que tanto evitam parece estar de volta e todo o horror vivenciado a espreita dos Blackwood. Será que mais tragédias estão por vir? Ou é apenas instinto de preservação?

Essa história nos traz um misto de sentimentos perturbadores, que a princípio não percebemos exatamente o que ou quem incomoda mais; e nos traz coisas como fobias, "compulsões", medos, maldades, e doenças mentais somado a um humor negro que beira ao incômodo de tão perturbador!

Engana-se quem pensa que se trata de algo sobrenatural (sim amo sobrenatural), porém o que amo ainda mais? A mente humana e um bom conto de horror psicológico. Tenho um interesse quase insano pela mente humana e ler "Sempre Vivemos no Castelo" me fez perceber ainda mais como esse tipo de leitura e enredo me pega de jeito sempre!

Não consigo explicar essa paixão pela mente humana e suas loucuras, só posso dizer que isso me atrai irremediavelmente! E que quanto mais leio, mais me sinto próxima da loucura de algumas mentes humanas e da forma como elas "pensam" tentando analisar pelo ponto de vista insano suas atitudes e assim desvendar seus mais sombrios sentimentos em uma espécie de análise por assim dizer. Na tentativa de entender como mentes deturpadas funcionam e o principal.. Por qual motivo são como são!

Shirley Jackson entrou para a minha "listinha negra de autores macabros que amo". Uma das coisas mais interessantes é que tem muita coisa pessoal envolvida nesse enredo criado por Shirley Jackson e isso perturba ainda mais conforme tomamos conhecimento. Talvez por isso ela tenha alcançado um " tom" tão real e perturbador.

Ler "Sempre Vivemos no Castelo" foi como me sentir presa em um espelho e não conseguir sair. Um livro com poucas páginas que tem tanto no enredo e nos deixa pairando em um inverso de insanidade e loucura.

A pergunta que me fiz o tempo todo.. Constance de fato envenenou sua família? Ou teria sido sua irmã na época tão jovem, aparentemente tão inocente apesar de já aparentar ser um pouco diferente do normal?
Sem contar na histeria que envolve toda uma cidade capaz de cometer atos cruéis e nos mostrando que a lpucura ou maldade pode ser contagiosa dependendo das circunstâncias.

Tem tantas coisas discutíveis nessa história se deixar fico aqui falando e falando.. Sobre a mente, sobre fobias, doenças, crueldades, medos, anseios, loucura, histeria, sarcasmo, mas também de amor.. Por mais bizarro que ele possa parecer!

Gente! Leiam logo esse livro! É incrível!
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Leila de Carvalho e Gonçalves 19/10/2017

Insólito E Perturbador
Nomeado um dos melhores romances de 1962 pela Times e Goodreads, "Sempre Vivemos no Castelo" foi o último livro publicado em vida por Shirley Jackson. Muito acima do peso, viciada em anfetaminas e fumante inveterada, a escritora faleceu em 1965, aos 48 anos, de um ataque cardíaco.

Quem apresenta a narrativa é Mary Katherine Blackwood ou simplesmente Merricat, uma jovem de 18 anos que vive com a irmã Constance e o tio Julian num pequeno vilarejo no estado de Vermont. Eles são os únicos sobreviventes de uma tragédia familiar, ocorrida há seis anos e, desde então, vivem praticamente isolados, evitando contato com a comunidade local, entretanto, uma inesperada visita pode alterar esta rotina.

O que aconteceu no passado e suas consequências são as forças motrizes de uma trama insólita, marcada pela atmosfera gótica, que aborda temas como amor e devoção, sociopatia e agorafobia além de perversidade e segregação. Em linhas gerais, colocando em pauta a moralidade, trata-se de uma perturbadora história de terror que, sem recorrer ao sobrenatural, disseca o lado sombrio da natureza humana.

Outro ponto interessante é a alteridade. A escritora afirma que se inspirou em suas filhas para criar as duas irmãs, contudo, de acordo com sua biógrafa, Judy Oppenheimer, as duas jovens são respectivamente o "yin e yang do próprio eu interno de Shirley: um, explorador e desafiante; o outro, doméstico e satisfeito". Por exemplo, enquanto Merricat revela-se obstinada, supersticiosa e ingênua; Constance é solícita e não se aventura além dos limites da propriedade da família.

Finalmente, pouco conhecida no Brasil, a escritora é autora de outros dois clássicos do terror: o polêmico conto "A Loteria" (1948), que revela um lado sinistro de uma bucólica aldeia americana, e a novela "A Assombração da Casa da Colina" (1959), considerada uma das melhores histórias sobre mansões assombradas já escritas, por sinal, o livro focou esgotado durante muitos anos e ele era vendido por um valor exorbitante em alguns sebos.

Nota: Adquiri o ebook que, com índice ativo, atendeu minhas expectatativas.
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Drikolina 08/01/2019

Uma leitura decepcionante
Li a sinopse desse livro e fiquei super empolgada, mas a decepção foi proporcional.
História sem sal e nem açúcar. Personagens que não conquistam o leitor.
A narrativa de "merricat" só te faz passar raiva.
É o tipo de história que não engrena. Quando você acha que vai acontecer algo, uma reviravolta.. nada.
Bem broxante.
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Bruna.Patti 27/01/2019

Sempre vivemos no castelos
Resenha

Livro: Sempre vivemos no castelo
Autora: Shirley Jackson
Número de páginas: 200
Ano da edição: 2017

Shirley Jackson foi uma autora que nasceu na Califórnia, nos Estados Unidos, e morreu precocemente as 47 anos de idade, vítima de problemas de coração. Era uma pessoa ansiosa, que lutava contra o peso, fumante inveterada e desenvolveu agorafobia, medo de sair de casa e encontrar pessoas. Os medicamentos para esses transtornos eram conflitantes entre si e desconfia-se que isso tenha sido um dos motivos de sua morte prematura. Inspirou grandes autores como Stephen King e Neil Gaiman. É autora de seis romances, sendo apenas dois deles traduzidos para português até o momento e inúmeros contos.

O livro conta com um enredo bastante simples. Narrado em primeira pessoa pela Mary Katherine ou Merricat, como é chamada pela família. Ela vive em sua casa com sua irmã Constance Blackwood e o tio Julian. A família continha sete componentes, mas após um homicídio, ficou reduzida à três pessoas. O assassinato ocorreu pois o açúcar usado pela família foi envenenado com arsênico. Constance sobrevive pois não ingere açúcar, Merricat estava de castigo no quarto e tio Julian uma pouca quantidade, que lhe permitiu sobreviver, mas deixando-o cadeirante e com outros comprometimentos físicos. Na época, por fazer as refeições da família, Constance foi acusada de homicídio, mas, por falta de provas foi inocentada. Nesse meio tempo do julgamento, Merricat ficou em um orfanato e aguardando.

A partir desse episódio, Merricat de apenas 18 anos e sua irmã de 28 passam a viver isoladas em sua mansão, juntamente com seu tio Julian, sendo felizes naquele refúgio que criaram. Constance desenvolveu agorafobia e não saia de casa, ficando a cargo de Merricat ir ao vilarejo comprar o que era necessário para sobreviver e trocar livros na biblioteca. Quando ela vai ao vilarejo tem que lidar com as "piadas" dos moradores que não acreditam na inocência de Constance em relação ao homicídio. Mas, mesmo antes de tudo isso ocorrer, já percebemos que a família vivia isolada do restante do vilarejo: o pai havia construído cercas em volta da casa com avisos de NÃO ULTRAPASSE, entre outras formas de proteção. Na minha opinião, isso acabou gerando um ressentimento da população em relação à família, por acharem que eles eram "ricos" demais para compartilhar a vida com o restante da população. Quando ocorre o homicídio, a ira contra eles aumenta. Se pensarmos que o livro se passa na década de , fica fácil imaginar a natureza dos insultos e sofrimento a que duas mulheres que vivem com um tio dependente tinham que passar.

Esse frágil equilíbrio parece ser quebrado com o simples toque de uma campainha: um primo chamado Charles surge para visitar a família. Merricat é a única a perceber as segundas intenções dele com essa chegada inesperada e faz de tudo para expurgá-lo, enterrando coisas no quinta,, pendurando objetos, em rituais meio macabros.

O interessante a pontuar no livro é a maestria com que a personalidade das personagens é construída. Constance é uma mulher doce, apesar de visivelmente transtornada com tudo que aconteceu. Dá sinais de que a qualquer momento vai conseguir sair de casa e enfrentar seus medos. Merricat se vê apavorada com essa possibilidade. Se a personagem não dissesse que tem 18 anos isso nunca poderia ser adivinhado, pois ela te comportamento infantil e visivelmente tem condição mental diferenciada. Ela parece ser um tanto quanto obcecada pela sua irmã e pela rotina que criaram, e faz de tudo para que isso se mantenha. Dona de pensamentos paranoicos e por vezes maldosos, que ela assume sem remorsos, como imaginar estar andando pelos cadáveres das pessoas do povoado ou pensar no tamanho dacova que seria suficiente para enterrar seu primo. Tio Julian é responsável por momentos de risadas ao longo da trama. Merricat Parece viver em um mundo encantado e de fantasias, que ela criou e se refugia, fazendo questão de não deixar a irmã também escapar desse local.

A narrativa é fluida e muito mais que um romance policial, na minha opinião, o mais importante é tentar desvendar o que existe na cabeça das personagens. A autora não nos dá nada de mão beijada, ficando a cargo do leitor tirar as próprias conclusões acerca dos fato que vão sendo apresentados. Vale muito a pena a leitura e posterior análise cuidados, pois à primeira vista pode parecer um romance simplista e sem muitas questões a desvendar, mas que esconde uma riqueza inigualável. Recomendo a leitura!

LINK DO MEU BLOG:

site: https://abiologaqueamavalivros.blogspot.com/2019/01/sempre-vivemos-no-castelo.html
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Na Nossa Estante 24/09/2017

Sempre Vivemos No Castelo
Publicado originalmente em 1962, Sempre vivemos no castelo conta a história de uma família marcada pela tragédia. Antigamente sete Blackwoods moravam na propriedade da família, até que um dia eles foram envenenados por arsênico posto no açucareiro, e então só restaram três, Mary Katherine, cujo apelido é Merricat, sua irmã mais velha Constance, e o tio Julian. Constance, a mais velha, era quem cuidava do preparo das refeições da família e por esse motivo foi acusada do crime, mas posteriormente inocentada passou a viver com medo de sair em público, sentimento que iria determinar como os três iriam viver os seus dias dali em diante.

Na época do crime, Merricat tinha apenas 12 anos e no fatídico dia tinha ficado sem o jantar como castigo por seu mau comportamento. Totalmente devotada a sua irmã Constance, é ela quem se encarrega de ir até a vila uma vez por semana para comprar os mantimentos necessários para a sobrevivência da família, mesmo sofrendo ataques constantes de seus moradores. Em uma das primeiras cenas do livro, algumas crianças cantam uma cantiga para provocá-la e podemos perceber como a comunidade é hostil a família Blackwood.

"Merricat, disse Connie, você não quer uma xícara de chá?
Ah, não, disse Merricat, você vai me envenenar. (...)"
Parte da canção, página 26.

A história do livro tem início quando ela já tem 18 anos, ou seja, já é quase uma adulta, mas acredito eu, devido a esse isolamento da sociedade, podemos ver um comportamento bastante infantil na personagem, que frequentemente conversa com seu gato, Jonas, enterra objetos pelo quintal, faz algumas birrinhas, entre outras atitudes que não condizem com sua idade, até que a chegada de um familiar faz tudo piorar.

Charles é primo das Blackwood, filho de um irmão que se distanciou totalmente da família após a tragédia. De início, este personagem dá a entender que só reatou os laços agora porque o pai, que acabou de falecer, o proibia de contatar as primas e tio Julian, mas aos poucos vamos descobrir suas intenções e elas não são nada boas. Merricat vê no primo uma ameaça ao equilíbrio da vida em família desde o primeiro momento, no entanto, apesar de inicialmente ter achado sua atitude muito estranha, percebi que há muito mais camadas na história da família Blackwood.

Apesar de estar na sinopse que a história tem um humor macabro, não esperava que fosse tanto. Em diversos momentos fiquei tentando diagnosticar Merricat, apesar de não ter o conhecimento para tal, pois a personagem claramente sofre de algum tipo de distúrbio anterior a tragédia que caiu sobre sua família, dando um ar meio de sonho psicodélico a leitura em alguns momentos. Pode ser que isso ocorra porque a própria autora era viciada em álcool e anfetaminas, dando vazão a sua criatividade de forma que muitas vezes não parece fazer muito sentido.

Assim que terminei a leitura fui pesquisar sobre a autora, e pude ver que mais alguns aspectos de sua vida pessoal podem ser observados no enredo, e principalmente na caracterização de Constance. Além dos vícios, Shirley Jackson também sofria de obesidade mórbida, ansiedade, depressão, e o que fica mais evidente na personagem, agorafobia. Durante a leitura vamos ver que o medo de Constance não é tão irracional assim, mas durante seis anos elas viveram sem nenhum incidente aterrorizante, e ela mesmo assim se negava a sair de casa.

Quando a tragédia chega mais uma vez para as Blackwood, era de se esperar que elas acordassem ou afundassem ainda mais, o que acaba acontecendo e é aí que a história fica ainda mais surreal. Para nós que vivemos em sociedade de forma relativamente normal, a situação parece totalmente absurda, até mesmo a falta de reação delas, mas é fácil julgar sem estar na pele de pessoas que vivem com algum tipo de distúrbio, por isso, ler Sempre vivemos no castelo também é um exercício de empatia.

Apesar de curto, o livro tem aproximadamente 190 páginas apenas, nada deixou de ser dito pela autora. É uma história rica em mistério, a gente só vai saber se Constance envenenou a família ou não bem depois da metade livro, mas também em lições sofre amor e relação familiar, pré-julgamento, amadurecimento, como uma comunidade pode enlouquecer de forma coletiva e não se dar conta do que o que faz é errado e só perceber muito tempo depois, e ainda sobre o medo racional e irracional, e muito mais.

Sobre a edição, o que dizer minha gente? É um livro lindo, não apenas por ser capa dura, mas pelo conjunto de fatores como as cores, imagens, a textura, e até as folhas de guarda, que apesar de serem inteiramente azuis, deram um charme a mais para o produto. A fonte é a mesma da maioria dos livros da Suma, que poderia escolher uma fonte maior, mas também não é das mais desagradáveis de se ler e o papel é o meu amado pólen soft, que não irrita minha rinite ou minha vista míope.


site: http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2017/09/sempre-vivemos-no-castelo-resenha.html
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lara 20/06/2019

Esse livro foi... peculiar. Não estou acostumada a esse tipo de narrativa, portanto foi uma experiência interessante. No entanto, apesar da leitura fluir facilmente, a narrativa não me cativou muito. Mas valeu a experiência.
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Aline Teodosio @leituras.da.aline 23/06/2019

Após uma terrível desgraça no seio familiar dos Blackwoods, Marricat, sua irmã Constance, seu tio Julian e o fiel gato Jonas se refugiam na antiga casa onde tudo aconteceu, vivendo quase que isolados do restante do vilarejo. Depois de períodos tumultuados de revolta local, os sobreviventes conseguem instaurar no lar uma certa paz. Tudo, no entanto, começa a mudar com a chegada de um primo, Charles Blackwood.

A trama consegue envolver o leitor desde as primeiras páginas num clima sombrio de mistério e loucura. A carismática Marricat, narradora da história, nos delicia com pitadas de um humor mórbido e sarcástico. Por vezes nos conduz pelo caminho emaranhado dos seus pensamentos perturbados, por vezes nos perdemos divagando sobre o que pensa sua irmã Constance com suas atitudes surrealmente suspeitas, por vezes damos trela aos discursos desconexos de tio Julian.


Mas por traz de todo aquele castelo de felicidade paira a obscuridade da obsessão mascarada de amor incondicional por parte das irmãs. É um verdadeiro castelo de ilusões construído sobre bases sentimentais perfeitas demais para serem consideradas normais. É arrepiantemente medonho, assombrosamente inquietante! O tempo inteiro o leitor é jogado de um lado a outro tentando entender o porquê daquelas atitudes atípicas, entender o quê motivou o crime e de que lado nasce o transtorno e as paranoias (se é que realmente há um lado).

Uma escrita charmosamente macabra e deliciosamente psicopata!!!
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Sandrics 24/06/2019

Hoje é o dia em que Merricat vai até o vilarejo comprar mantimentos. Isso acontece duas vezes por semana e ela odeia. Odeia o vilarejo, odeia as pessoas, odeia as crianças. Todos são maus com ela. Ela só gosta da casa, de Constance, do tio Julian e do seu gato Jonas.
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Essa foi a última vez que ela foi ao vilarejo, mas ainda não sabia disso.
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A mansão Blackwood é evitada por todos do vilarejo e todos da mansão Blackwood evitam o mundo. Seis anos atrás vários membros da família morreram envenenados com arsênico durante o jantar. Constance foi a acusada mas foi absolvida no julgamento. Mas o vilarejo ainda a trata como assassina e ela nunca mais saiu de casa.
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Existe um equilíbrio que mantém a ordem na casa e esse equilíbrio é rompido com a chegada do primo Charles, de olho na grande quantia de dinheiro que sobrou para os últimos três membros da família. A partir daí, tudo sai dia trilhos e o caos se estabelece.
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Gente, que livro incrível, a narrativa meio louca dos pensamentos de Merricat. A agorafobia que destrói a vida de Constance e os devaneios de tio Julian sobre o dia do assassinato. Um dos melhores livros da vida, virou meu favorito.
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O melhor é que a adaptação cinematográfica foi lançada neste mês e conta com a minha maravilhosa Taissa Farmiga no papel de Merricat e Alexandra Dadario como Constance. Não vejo a hora de conhecer.
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E aí, ficou curioso?
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