O Protegido

O Protegido Peter V. Brett




Resenhas - O Homem Pintado


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Helderjfl 28/08/2016

Muito bom, no estilo O Nome do Vento
Sendo um livro da Darkside, primeiramente temos que destacar a qualidade física do livro. Em capa dura com acabamento emborrachado, as folhas são amareladas e de boa gramatura, por isso, apesar de ser um livro de apenas 500 páginas ele é bem grande.A arte da capa, lombada e contracapa do livro são belíssimas, com acabamento em verniz. Por dentro há diversos detalhes das runas na primeira e última folha. Um projeto gráfico muito bonito. Há um marcador de página em tecido e ainda veio uma cartela com tatuagens temporárias.
Em relação ao texto, encontrei vários erros de português, certamente o livro se beneficiaria de uma revisão adicional, mas dá para relevar.

Sobre a história, é necessário primeiramente falar um pouco sobre o mundo criado pelo autor, que se passa em uma época medieval fantástica. Não me recordo se no livro fala o nome do mundo, mas ele se passa em uma região chamada Thesa, que possui diversas vilas e algumas fortalezas, onde as pessoas se concentram para sobreviver, estando praticamente aprisionadas nelas. Isso porque quando anoitece diversos demônios aparecem na superfície em busca de presas para se alimentar, incluindo humanos. A única proteção que os humanos possuem são proteções manifestadas por símbolos, que somente parte das pessoas sabem fazer. Infelizmente criar e manter essas proteções não é fácil, combinado com diversas circunstâncias, é comum que várias pessoas acabem sendo mortas por esses demônios.
O livro gira em torno de três personagens: Arlen, Rojer e Leesha. Os três com passados diferentes, mas com várias coisas em comum. O livro conta suas histórias partindo do momento em que são bem novos, com 10~13 anos, e passa por vários anos de suas vidas, chegando no ponto em que eles têm praticamente 30 anos, seguindo um pouco o estilo do livro "O Nome do Vento", mas com uma narrativa mais rápida.

Eu sinceramente gostei de todos os personagens, o mundo criado é bem interessante e a narrativa é cativante. Acabei lendo-o bem mais rápido do que de costume. É um livro realmente excelente.
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Frederico.Leite 26/02/2020

Um livro que de se torna viciante sem mesmo exaurir-se o primeiro capítulo.
O protegido entra hoje na minha estante, para ser colocado ao lado de consagrados como as pontas de Tolkien.
Fenomenal!!!
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LOHS 14/06/2017

Uma história incrível!
O Protegido, primeiro livro da série Ciclo das Trevas, é um daqueles títulos que desejei por muito, muito, muito tempo. Desde o momento que a DarkSide anunciou o lançamento, eu já estava com brilho nos olhos. Primeiramente, já fico querendo todos os livros dessa editora simplesmente pelo trabalho sensacional de design em cada uma das obras que publicam. Mas, confesso que o que me deixou louca para ler essa história foi a repercussão dos fãs internacionais dessa série.
Acredito que as maiores provas de sucesso da saga são: fóruns de discussão sobre a série, um wiki online sobre o universo criado e fanfics!! A galera simplesmente pirou nessa fantasia dark e eu não podia ver a hora de entrar de cabeça nesse livro.

Escrita pelo americano Peter V. Brett, a série tem quatro livros publicados fora do Brasil, sendo que quinto tem previsão de lançamento para 2017. Já foi traduzida para mais de 30 países, mas por enquanto a DarkSide publicou apenas os dois primeiros títulos da saga, O Protegido e A Lança do Deserto.
Quero aproveitar e deixar aqui um grande parabéns para a DarkSide. Este é um dos livros mais lindos que já tive o prazer de ler! E ainda acompanha uma cartela de tattoos temporárias com os símbolos mágicos apresentados na saga para nossa diversão.

O universo criado por Peter V. Brett nos mostra Thesa, ou o que restou da humanidade. São povoados pequenos e médios separados por distâncias cada vez maiores.
Isso porque demônios, chamados aqui de terraítas, emergem noite após noite para destruir e se alimentar de homens e mulheres. A única proteção descoberta até então são símbolos mágicos que criam escudos e impedem a aproximação desses seres malignos. Até então, nenhuma arma criada pela humanidade foi capaz de ferir e aniquilar esses monstros.

"- A Era da Ciência - disse o menestrel - foi nosso período mais grandioso, mas abrigava nessa grandiosidade nosso maior erro. Alguém aqui consegue me dizer qual foi?
As crianças mais velhas sabiam, mas Keerin sinalizou para eles se segurarem e deixarem que os mais novos respondessem.
- Porque esquecemos a magia - disse Gim Lenhador, limpando o nariz com as costas da mão.
- Muito bem! - disse Keerin, estalando os dedos. - Aprendemos um montão sobre como o mundo funcionava, sobre medicina e máquinas, mas esquecemos da magia e, pior, esquecemos os terraítas. Após três mil anos, ninguém acreditava que eles sequer haviam existido.
- E foi por isso - ele disse, sombrio - que estávamos despreparados quando eles voltaram. Os demônios haviam se multiplicado com o passar dos séculos, até que o mundo se esqueceu deles. Então, trezentos anos atrás, eles emergiram das Profundas numa noite, em número gigantesco, para tomá-lo de volta. Cidades inteiras foram destruídas naquela primeira noite, enquanto os terraítas celebravam seu retorno. Homens revidaram, mas mesmo as grandes armas da Era da Ciência eram uma defesa inútil contra os demônios. A Era da Ciência chegou ao fim e a Era da Destruição se instalou. A Segunda Guerra das Trevas teve início."
p. 55

Nessa triste realidade para os homens, conhecemos primeiramente o pequeno Arlen. Com seu pai e sua mãe, o garoto vivia no Riacho de Tibbet. Cuidava da fazenda da família e ajudava os vizinhos sempre que havia um ataque de terraítas por perto. Mas Arlen não ficava satisfeito com a maneira como vivia se escondendo dentro de casa. O menino acreditava que os homens deveriam lutar e matar os terraítas para poderem finalmente serem homens livres.
Ao conhecer o mensageiro Ragen, o desejo de conhecer as grandes cidades (em comparação ao pequeno povoado que vivia) apenas crescia.
Após um infeliz ataque de terraítas e um desentendimento familiar, Arlen foge e decide ser um homem melhor. Corajoso. Alguém que enfrentará os terraítas. Em uma aventura que quase custa sua vida, Arlen chega até o Forte Miln, onde pretende completar o treinamento para se tornar um mensageiro e conhecer todas as cidades que sobrevivem até hoje. Tudo isso para encontrar os símbolos mágicos perdidos, aqueles que permitem destruir os terraítas.

Em seguida vamos conhecer Leesha, uma jovem da Clareira do Lenhador que está prometida ao charmoso Gared. Vivendo com uma mãe que não a suporta, pois desejava um filho homem, Leesha não vê a hora de sangrar pela primeira vez e assim poder sair de casa com Gared. Só que algumas mentiras vão entrar no seu caminho, tornando a vida da garota muito difícil. E, por conta disso, Leesha se torna aprendiz da curandeira Bruna.
Leesha é extremamente inteligente e está sempre a procura de novos conhecimentos, a garota aprendeu muito bem tudo o que a velha Bruna lhe ensinou. Mas antes de finalizar seu treinamento, Leesha parte para Forte Angiers, onde pretende ajudar uma antiga aluna de Bruna a cuidar de casos difíceis no hospital da cidade.

Por fim, conhecemos o quase bebê Rojer. Seus pais, donos de uma hospedaria em Pontefluente, tinham uma vida confortável e feliz. Mas a chegada do menestrel do duque de Angiers, Arrick, na cidade, marca também um trágico acontecimento. Piter, que era responsável por manter todas as construções da cidade com símbolos mágicos protegidos e renovados, não cumpriu seu dever por conta de futilidades. Assim sendo, o povoado foi completamente destruído. Os únicos sobreviventes foram Arrick e Rojer, que ficaram escondidos durante o ataque.
Anos depois, vivendo em Forte Angiers, Rojer é um aprendiz de menestrel. Arrick, quem o criou, é seu mestre. Mas o alcoolismo do artista faz com ambos vivam praticamente na miséria.
Além disso, durante o ataque em Pontefluente, Rojer perdeu alguns dedos de sua mão e, por isso, não consegue dominar todas as artes de um menestrel, como o malabarismo. Porém, Rojer Faltadedo descobriu um dom ainda melhor: seu talento com a rabeca (parece um violino para nós), que poderá torná-lo um grande menestrel, segundo Arrick.

Entre idas e vindas, os três protagonistas terão seus caminhos cruzados e, juntos, poderão ser a última esperança da humanidade para sobreviver aos terraítas.

Arlen se tornará um mensageiro e viajará o mundo habitado pelos homens. Ele irá até o deserto e ao Forte Krasia, onde homens lutam contra os demônios e as mulheres escondem seus rostos.
Arlen se fortalecerá e criará amigos, mas também será traído e deixado para morrer sozinho no deserto. Ele se tornará um homem diferente, distante, mas com o conhecimento necessário para que a humanidade enfim seja capaz de retalhar os temidos terraítas. Ele se transformará no Protegido.

Leesha será uma grande curandeira, talvez até melhor que Bruna. Ela aprenderá sobre os conhecimentos da ciência perdida, um segredo que sua mestra dividiu apenas com ela.
Mas também carregará grandes traumas. Sua vida não será fácil e, como mulher, é ainda mais difícil estar sempre a salvo. Afinal, homens podem ser tão terríveis quanto terraítas.

"Estou salvando este homem dele mesmo, pensava ela a cada vez que batizava sua comida. Que homem desejava ser um estuprador? Mas a verdade era que sentia pouco remorso. Não tinha prazer em usar suas habilidades para baixar a arma dele, mas lá no fundo havia uma satisfação gélida, como se todas as suas ancestrais através de incontáveis eras, desde que o primeiro homem forçou uma mulher a se deitar com ele, estivessem acenando com a cabeça numa aprovação lúgubre enquanto ela acabava com sua virilidade antes que ele pudesse acabar com sua virgindade."
Leesha, p. 279

Já o adolescente Rojer descobrirá com sua rabeca que, assim como os homens, os terraítas também podem ser afetados pela música. De maneira quase inacreditável, Rojer terá o poder de fazer com que os demônios dancem de acordo com a sua própria música.

O Protegido não é uma leitura alegre. Na maior parte da história, pessoas são mortas e atacadas - por terraítas ou por outros homens. A humanidade está sofrendo o perigo de extinção e poucos são os homens que enxergam o conhecimento como arma, já que a ignorância predomina em todos os lugares.
Além disso - e talvez por isso também -, todos os nossos protagonistas vão sofrer perdas irreparáveis. Cada um terá uma jornada solo, amadurecendo e se tornando alguém necessário ao mundo. E depois, quando se encontrarem, a esperança para a humanidade poderá começar a renascer.

Arlen se tornou um homem que não confia em ninguém. Seu objetivo na vida é matar todos os demônios e livrar a humanidade desse terror. Mas, em sua trajetória de lutas, seu corpo foi alterado tanto externamente quanto internamente, e a cada capítulo que passa ele se sente menos humano e mais próximo das sombras.
É impossível não sentir grande empatia por tudo o que Arlen passou e todas as suas decisões de vida. Arlen é um homem perdido. É poderoso e com conhecimentos importantes para a humanidade, mas no meio do caminho ele esqueceu que o ser humano necessita viver com outros e se relacionar.
As mudanças sofridas durante essa trajetória o impedem de abrir os olhos e perceber como a vida poderia ser ao viver novamente entre iguais.
A verdade é, na minha humilde opinião, que Arlen tem medo de abrir seu coração novamente e depois perder pessoas amadas mais uma vez.

Minha protagonista favorita é Leesha. Ela é uma mulher maravilhosa. Ela é extremamente inteligente e uma pessoa acima dos outros. Não é que ela se ache melhor que os outros. É que ela é melhor que os outros. Mesmo quando outras pessoas fazem maldade com ela, Leesha sofre sozinha. Afinal, “mesmo o pior ser humano é ainda melhor que um terraíta”. Essa garota poderia ter evitado um grande sofrimento para si mesma se utilizasse seus conhecimentos de curandeira e machucasse outros, mas ela não o fez. Simplesmente porque ela é esse tipo de ser humano.
Embora esse livro não seja um romance, estou shippando eternamente Arlen e Leesha porque tenho certeza que ela será o ar fresco e a calmaria que a alma perdida e enlouquecida dele necessita. Simplesmente por ser quem é.

Já o jovem Rojer também não teve uma vida fácil. Embora sua habilidade com a rabeca seja única e incrivelmente poderosa na luta contra os terraítas, ele não percebe o quão importante realmente é. Por não ter todos os dedos em uma mão e não conseguir realizar algumas artes básicas de um menestrel, sempre carregou um complexo de inferioridade.
Rojer perdeu muitas pessoas em sua breve vida, mas não quer perder mais ninguém. Ele também não foi capaz de proteger Leesha, por quem ele nutre uma paixão platônica, e por isso, desde o primeiro encontro com o Protegido, ele decide acompanhar o guerreiro na luta contra os terraítas e se tornar mais forte.

Enfim, O Protegido é muito mais do que essa simples resenha pode retratar.
É uma leitura incrível! Do tipo que faz os leitores amarem e sofrerem junto de cada um desses protagonistas tão bem construídos. Ninguém nessa história é perfeito, todos carregam seus traumas, suas qualidades e seus defeitos. E é isso que os torna mais humanos. É muito fácil se identificar com cada um deles e com a maioria de suas escolhas. Eles acertam e erram, como qualquer um de nós. Mas o que os torna especiais é a coragem de enfrentar os demônios para proteger outros - mesmo quando estão morrendo de medo por dentro.

Foi um prazer imenso acompanhar a jornada de Arlen, Leesha e Rojer. Um daqueles sentimentos que queremos dividir com todos a nossa volta. Então, vá começar essa série para que possamos discutir mais em breve, por favor! ;)

site: http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br/2016/12/ii-mes-da-fantasia-o-protegido-ciclo.html
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Paulo 11/06/2017

Ter esperança é um luxo quando um mundo vive apenas em um frequente medo sobre coisas aterradoras. Neste livro, Peter V. Brett fala de um medo assolador e cada página é repleta de desesperança. Mas, o homem não é um ser que goste de ficar preso em um pequeno muro para o resto da vida. Ele anseia pela liberdade, pela possibilidade de caminhar livremente pelos campos. E é este anseio que moverá a obsessão de um homem.

A vida de Arlen muda completamente do dia para noite. Todos os dias ele e o pai traçam proteções nas casas de forma a que as pessoas possam se proteger à noite contra os terraítas. Traçando símbolos misteriosos, eles são capazes de sobreviver mais um dia para contar a história. Mas, Arlen não suporta a vida de um prisioneiro em sua própria casa. Um determinado dia Arlen e sua mãe demoram um pouco para entrar em casa e são atacados ferozmente por demônios da madeira. Enquanto eles são atacados, seu pai, Jeph, nada faz para salvá-lo e sua mãe. A partir daí, Arlen abandona a vila e jura matar todos os terraítas que encontrar. O menino é adotado por Ragen, um mensageiro de Miln que é conhecido por ser destemido. Ragen irá ensiná-lo a ser um homem responsável, mas ao mesmo tempo procura dissuadi-lo de tentar ser um mensageiro. A vida de um é muito difícil, já que eles precisam atravessar os campos infestados de demônios para levar mensagens entre as vilas. Leesha é uma menina de Clareira do Lenhador que está prometida ao belo e forte Gared. Ela tenta viver sua vida ao lado de sua odiosa mãe Elona e seu gentil pai Erny. Leesha desconfia da infidelidade de sua mãe, mas ainda não havia pego sua mãe em flagrante. Tudo muda quando Gared e seu pai Steave precisam passar algum tempo em sua casa após um ataque de terraítas. É então que toda a rede de mentiras irá se desvencilhar e uma pequena mentira de Gared fará a vida de Leesha virar de cabeça para baixo. Ela será acolhida pela misteriosa Bruna, uma ervanária que guarda os segredos dos antigos. Já Roger é um jovem menino de Pontefluente que mora junto de seus pais em uma estalagem. Um dia, as proteções da vila falham e os demônios entram com fome, devorando pessoas a torto e a direito. O menestrel Arrick, que estava na vila a mando de um duque, acaba se envolvendo de forma negativa no ataque, mas acaba salvando o menino. A partir de então, a vida de Arrick e Rojer, que perdera seus pais durante o ataque em Pontefluente, precisarão aprender em conjunto.

O Protegido possui uma escrita fantástica. O autor imprime um ritmo muito bom na história. Ele é um livro grande o qual o leitor não sente o tamanho do mesmo. Eu buscava sempre arrumar um pouco de tempo para continuar minha leitura. Não são todos os livros que possuem essa peculiaridade. E o vocabulário usado pelo leitor é simples, então logo conseguimos nos acostumar com os jargões usados ao longo da história. Uma escrita também muito suave e ritmada que conduz o leitor por centenas de páginas. Brett usa o esquema dos Pontos de Vista: temos a história sendo contada por Arlen (o protagonista), Lessha e Rojer. O grosso da história fica a cargo de Arlen, mas temos bons momentos com os demais personagens. A narrativa da história é em terceira pessoa, onisciente. O autor descreve tudo o que acontece ao seu redor, mas deixa uma brecha para que o leitor possa imaginar aquilo que está sendo escrito nos capítulos.

Eu adorei a história. Mas, acredito que o livro seja um pouco lento o que acaba prejudicando um pouco sua avaliação final para mim. Ele sofre do mal do primeiro volume. Para poder desenvolver os personagens e apresentar o mundo, o autor se vê sacrificando o plot central. Aliás, não há exatamente um enredo central. Podemos dizer que o objetivo final era conseguir um meio para destruir os terraítas. Sim, eu entendo, mas eu senti que este primeiro volume é muito mais uma apresentação, uma grande introdução para os eventos vindouros. Os três personagens são muito bem construídos e suas histórias de fundo são muito interessantes. Quando o leitor consegue gravar os nomes daqueles que circundam os personagens no passado, é sinal de que o autor fez um trabalho bem competente. Dois terços do livro são empregados para mostrar o crescimento e o amadurecimento dos mesmos ao lado de algum tipo de mentor: Ragen para Arlen, Bruna para Leesha e Arrick para Rojer. Na minha modesta opinião, a história de Leesha é a melhor das três. Entendo que toda a jornada de Arlen em busca do poder de derrotar demônios seja a típica jornada do herói, mas a história de Leesha envolve vários elementos interessantes como o bullying, a violência doméstica, a virgindade, o estupro. O autor toca em temas bem pesados com ela. Já a história de Rojer é a mais fraca. Não senti muita empatia pelo personagem, apesar de ele crescer nos capítulos finais da trama. O triângulo amoroso não funcionou e o leitor sabe a quem Leesha irá dirigir o seu afeto eventualmente.

Queria falar de alguns temas bacanas trabalhados ao longo da trama. O mais óbvio é a desesperança. Os humanos são caçados pelos demônios há mais de trezentos anos na história. Eles perderam completamente a esperança de serem capazes de ferir ou até de matar um demônio. Eles se conformam em apenas sobreviver. Ou seja, os demônios se tornaram o topo da cadeia alimentar. O autor demonstra isso através de algumas cenas bem violentas: a morte dos pais de Arlen, o ataque em Pontefluente, a obsessão do Maneta por Arlen e até mesmo a invasão à cidade protegida de Miln. Todos são ilustrações do poder e do medo causado pelos demônios. Quando acontece posteriormente a batalha na Clareira do Lenhador, o leitor suspira finalmente com a capacidade de vencer estes demônios. Mas, ao longo de três quartos da história, Brett nos mostra o lado covarde do homem. O que ele faz para poder sobreviver chega a ser repulsivo em algumas situações: Arrick empurrando os pais de Rojer e causando a morte dos mesmos; Jeph abandonando sua família para salvar sua pele, ou o duque abandonando os mais necessitados para servirem de alimento aos demônios. A fúria de Arlen faz sentido; a grande questão é quando esta se torna o seu objetivo de vida. Ele deixa de viver, principalmente depois de ser traído, para se tornar uma máquina de matar demônios. A desesperança se torna em obsessão; o medo se torna ódio. Só que Arlen está tão possuído pelo ódio que ele não percebe que se tornou aquilo que ele mais temia: um demônio tanto quanto os demônios que ele caça. Não um demônio no sentido literal, com chifres ou cuspindo fogo, mas na sua psiquê. Ele passa a ver os humanos como tolos e medrosos, e sua companhia apenas lhe incomoda. O próprio Arlen se alija da sociedade.

Já a história de Leesha é mais complexa. Com uma mãe abusiva, tudo o que ela deseja é poder fazer suas próprias escolhas. E esta capacidade lhe é retirada pelo simples capricho de um macho querendo provar que o é para seus colegas. A partir de então, Leesha passa a ser comparada à sua mãe, o que para ela é terrível. Elona é vista como um mal para a jovem. É tudo o que há de errado em sua vida. Ela quer poder escolher o que fazer de sua vida, a quem dar sua virgindade, com quem se casar. Bruna irá lhe devolver essa capacidade, mas não sem alguns sacrifícios. O irônico de tudo é que a vida irá novamente lhe tirar o que ela quer, mas ela precisará se conformar com o fato de que não podemos ter tudo o que queremos. Nesse processo de amadurecimento, com todas as mazelas que ela vai passar, Leesha se tornará uma mulher melhor. Sabedora de suas habilidades, com confiança em si mesma e lidando com os problemas de cada dia.

A edição da DarkSide está muito bonita. Como sempre eles fizeram um acabamento em capa dura e com folhas em papel pólen. A folha de guarda tem símbolos que tem a ver com a história. Vir com uma folha por dentro com tatuagens que podem ser colocadas com aplicação na pele é uma iniciativa bacana que estimula o leitor a imergir na história. A fonte também é agradável aos olhos apesar de a costura do livro atrapalhar um pouco quando chegamos na metade do livro. A ilustração de capa é feita em relevo o que dá uma brilho especial para o mesmo. Mais uma vez a editora se supera na apresentação de seu livro. E isso conta muito na hora de adquirir o mesmo.

O Protegido é uma interessante história de dark fantasy. Nos apresenta um mundo diferente, tomado por demônios onde uma pessoa pode ser morta em um piscar de olhos. Os personagens apresentados são bem desenvolvidos ao longo da trama, mas o livro sofre do fato de ter de fazer muitas apresentações ao longo de sua história. Não há necessariamente um plot central, sendo que a justificativa pela busca da habilidade de ferir monstros uma justificativa muito vaga para centrar a história. A batalha final é muito bem desenvolvida e emocionante. Isso demonstra que o autor sabe construir momentos de tensão. A história pode ser encarada como fechada, já que ele encerra bem o enredo, deixando alguns pontos a serem trabalhados em volumes futuros.

site: www.ficcoeshumanas.com
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GabrielGSM 07/05/2017

Vai lhe surpreender não importando quantas resenhas você leia!!
Eu fiz uma aposta muito arriscada ao comprar esse livro quando paguei 130 reais no Primeiro e Segundo volume da saga o Protegido. Mas como faz parte da minha natureza eu paguei uma quantia exorbitante somente em dois livros que não sabia se eram bons e contava somente com as palavras de uns amigos e do funcionário que me vendeu o mesmo e por isso fiquei com um pavor pós compra de que eu poderia não gostar da obra e me arrepender profundamente...




Eu não podia estar mais errado. Caso você seja um leitor que já tenha lido uma quantidade relativamente grande de livros ou achado aquele especial você com certeza já se deparou com aquela obra que faz com que você afunde completamente na historia e lhe prenda de uma maneria viciante lendo direto e sem pausa, percebendo depois que já se passaram horas desde que começou a ler. Esse foi o meu caso, eu li ele em 3 dias sem parar e absorvendo completamente a historia e minhas expectativas foram muito mais que recompensadas e sim elevadas muito acima.



A historia se passa em um universo apocalítico numa época medieval onde a humanidade se encontra a merce de Demônios que surgem de debaixo da terra no momento em que o sol se põe matando e destruindo tudo pelo caminho, e por essa razão, a humanidade se refugia atrás de símbolos que pintam para a própria proteção fazendo com que se torne um escudo na escuridão. Nos somos apresentado a 3 personagens diferentes que são o Arlen, Leesa e Rojer mostrando seus pontos de vista separadamente. Esse é um dos melhores acertos do livro: a construção. Durante o livro ele ira desenvolver totalmente nossos personagens de uma maneira incrível mostrando da sua infância ate a fase adulta com todos os seus temores, sonhos, desejos e medos e é impossível você não se envolver com eles. Do momento em que é iniciada a historia separadamente de cada um e até os três se encontrarem é feito todo um caminho de uma maneria genial e quando finalmente acontece é impossível não ir a loucura. (A melhor coisa é descobrir os personagens por si só pois são peculiares cada um de sua maneira por isso não irei escrever nada sobre eles aqui afinal é uma construção bem longa e complexa.)



Esse livro é uma sincronia entre diversos gêneros e consegue se manter muito bem do começo ao fim e encerrando de uma maneira perfeita não fazendo com que você fique completamente louco pelo segundo e mesmo assim criando aquela expectativa enorme do que está por vir. Eu recomendo a todos que gostem do gênero de fantasia pois ela é um prato cheio de tudo de melhor e principalmente a aqueles que amam algo mais Dark do que o normal pois isso a Darkside faz um trabalha excelente trazendo pro Brasil.

(Comprem o livro físico se possível pois a edição é maravilhoso e a mais incrível que já vi e e com um acabamento de primeira linha.)
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Na Nossa Estante 05/03/2017

O protegido
O que faz um livro de fantasia se tornar épico? O herói corajoso e abnegado que coloca a vida de outros a frente da sua própria? Batalhas épicas contra os inimigos? A união de diferentes povos contra um inimigo comum?

É verdade que em O Protegido, primeiro volume do Ciclo das Trevas, escrito por Peter V Brett, publicado no Brasil pela Darkside Books, podemos encontrar tudo isso, mas me surpreendi durante a leitura ao perceber que o autor não se limitou a contar a jornada apenas daquele herói que enfrenta os perigos de frente, mas também daqueles heróis que agem confortando, curando ou trazendo um alento para as pessoas. E mais importante, dando a importância que essas pessoas merecem.

Nesta jornada vamos acompanhar a trajetória de três personagens desde a infância até a fase adulta. Arlen, natural do Riacho de Tibbet, que com apenas 11 anos já sabe desenhar proteções melhor do que muitos aprendizes da função de protetor e mensageiros experientes, é filho de fazendeiros. Leesha, natural da Clareira do Lenhador, filha de um fabricante de papel e uma dona de casa, que sonha em se casar com seu prometido. E por último, mas não menos importante, o mais jovem dos três, Rojer, natural de Pontefluente, filho de estalajadeiros, que começa sua jornada com apenas 3 anos.

Teoricamente, a vida dos três já está traçada, os filhos seguem a profissão dos pais com frequência nestes pequenos vilarejos. Porém, a vida destas crianças não tem nada de comum, pois elas vivem em um mundo assolado por terraítas, seres equivalentes a demônios, que se dividem em várias espécies, tais como, pedra, fogo, vento, água, areia e madeira. Estes demônios têm como prato favorito a carne humana, e todos os dias após o pôr do sol, se erguem da terra para se alimentar de pessoas desprotegidas. A única forma de se proteger é colocando proteções em suas construções ou no terreno, mas a menor falha é capaz de causar grandes tragédias, e com isso a humanidade se torna refém do medo de serem consumidos por estes seres misteriosos.

Há alguns séculos surgiu um Salvador, que conseguiu não apenas se defender, mas atacar os demônios através da magia das proteções e liderar exércitos de homens. Após levar a considerada extinção dos terraítas, a humanidade deixa de ter um inimigo em comum e passa a lutar entre si pelo poder. O Salvador foi então convocado a liderar exércitos nesta guerra, porém se recusou e preferiu desaparecer. Após um longo período de batalhas, os homens se espalharam pela terra e deu-se início um período conhecido como Era da Ciência, em que o principal erro foi deixar a magia de lado.

Três mil anos se passaram sem que um terraíta fosse avistado, e o homem chegou ao ponto de duvidar que esses seres realmente existiram. No entanto, como nem tudo é tão bom o quanto parece, eles apenas estavam juntando forças para se reerguerem mais fortes do que nunca, e como os seres humanos achavam estar livres dos demônios, a maior parte do conhecimento sobre proteção se perdeu, e o máximo que o homem consegue mais de trezentos anos Depois do Retorno é se trancar em suas casas e torcer para que as proteções aguentem durante a noite, aguardando o dia em que um Salvador irá se levantar e liderar novamente os humanos contra o inimigo.

A mitologia criada pelo autor se assemelha muito com a teologia judaico-cristã-muçulmana, não somente nesta questão do Messias, o Salvador, mas também no que se refere ao papel do homem e da mulher na sociedade, e na culpa da humanidade por seu sofrimento. Os sacerdotes deixam claro que a fé deles acredita que os terraítas foram enviados pelo Criador, por conta dos pecados da humanidade. O autor não nos poupa de personagens e situações em que o machismo se mostra de forma intensa, principalmente enquanto nos conta a história de Leesha.

No começo eu estranhei um pouco essa questão de meninas de 13 anos grávidas, sendo tratada como algo comum, mas então entendi com o que o autor estava trabalhando, alta taxa de mortalidade, seja pelos ataques dos terraítas ou por doenças, e baixa taxa de natalidade, e vi que poderia muito bem acontecer isso mesmo, os jovens serem incentivados a se casarem e terem filhos bem cedo.

Diversos personagens me marcaram durante a leitura, mas preciso destacar Bruna, ervanária da Clareira do Lenhador e professora de Leesha. Além de garantir momentos hilários, a personagem nos faz refletir sobre a forma como julgamos o próximo e como deixamos certos conceitos morais, mas principalmente religiosos e patriarcais ditarem os rumos de nossa sexualidade, principalmente a feminina. O próprio Arlen é uma personagem que se mostra feminista em diversas situações, especialmente durante sua estadia em Krasia, o que me fez gostar dele um pouco mais.

A construção de mundo é perfeita, descritiva sem ser cansativa, e os diálogos muito bem construídos. Apesar de estranhar nos primeiros capítulos a forma como as crianças falam, tive de abrir a minha mente e levar em consideração que apesar da pouca idade, essas pequenas pessoas já viram muito coisa e são criados para se tornar independentes muito cedo, então comecei a entender o porquê de apesar de serem crianças, não serem personagens infantis.

Nossos protagonistas são assolados quando seus lares sofrem ataques dos demônios, muitas perdas, sejam das vidas de pessoas queridas ou da inocência com relação aos que os cercam, irão ajudar a traçar seus caminhos. Arlen deixa o lar e o futuro como fazendeiro para se tornar aprendiz de mensageiro, Leesha irá se tornar aprendiz de ervanária, e Rojer, aprendiz de menestrel. Essas três profissões são de extrema importância neste mundo, pois a única forma de comunicação é através dos mensageiros, que dormem muitas vezes ao ar livre durante a noite para chegar a cidades distantes e levar mensagens e fazer comércio de alimentos e outros produtos, as ervanárias são curandeiras e parteiras, e os menestréis, trazem um pouco de alegria e distração dos problemas, pois são artistas que contam histórias, tocam músicas e divertem as pessoas de diversas formas.

Quando o caminho dos três finalmente se cruza, foi no momento de maior tristeza para mim no livro. Chorei e tive que tomar um tempo para retomar a leitura, pois como já acontece na parte final da história deste primeiro volume, eu já estava me sentindo muito próxima das personagens. Neste momento também começa a ser traçado o novo caminho que se mostra para os três, que parece já estar claro, mas a reunião de suas forças traz novas possibilidades e novas formas de lutar contra os terraítas e ajudar realmente a humanidade. É bacana ver que além do sofrimento, o grupo passa a compartilhar a fé em derrotar estes seres malignos, não confiando em um Salvador, mas na força da humanidade.

O Protegido foi mais que uma simples leitura para mim, foi uma experiência, o tipo de livro que mais me motiva a entender as entrelinhas e buscar realmente a entender as ações e palavras das personagens, mas também consegue entreter de forma mais do que satisfatória. Se a história virar filme, torço para ser uma adaptação bem fiel e bem produzida, pois este livro merece.

site: http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2017/03/o-protegido-resenha-literaria.html
Bruna Araujo 19/03/2017minha estante
O que me desanimou da leitura são esses aspectos feministas, não dá pra mim, sério! Esse ponto é muito forte na trama? Pq se for, já desisto agora!




Marina Garcia ( 03/02/2017

O Protegido (Ciclo das Trevas #01) escrito por Peter V Brett (Publicado pelo blog Um Reino Muito Distante)
O Protegido, obra de estreia no mercado editorial do autor Peter V. Brett, nos narra a história de um mundo dominado pelo medo da noite, momento em que surge uma misteriosa ruptura entre essa e outra dimensão, permitindo com que criaturas demoníacas submersas nas profundezas da escuridão brotem da terra para devastarem pequenas vilas e manterem cidades livres dentro de muros protetores.

A únicas armas, até então conhecidas, contra essas criaturas são antigas Runas de proteção desenhadas por todos os cantos, mas, mesmo elas, não são mais capazes de deter os cruéis monstros que se multiplicam dia após dia.

"Desesperada e temerosa, Leesha fez a única coisa que podia. Chorou. Chorou pelos mortos, pelos feridos e por si mesma. Em uma aldeia com pouco mais de quatrocentas pessoas, não havia ninguém cuja morte não a ferisse."

Em meio a esse cenário de desespero somos apresentados a três figuras protagonistas. Arlen que vive sob a proteção dos seus pais e que se recusou a abandonar sua coragem, uma vez que se agarrou a ela no momento em que precisou proteger sua família e depois quando decidiu partir em busca de ensinamentos. Leesha que após suas desavenças com a mãe descobriu sob a orientação de Bruna, a velha ervanária de sua vila, o prazer de ajudar aos feridos e buscar por mais conhecimentos. E, ainda temos, Rojer que perdeu seus pais quando tinha três anos de idade e foi criado por um menestrel, uma rapaz novo com um talento peculiar para a música mesmo que esteja lhe faltando um dedo da mão.

Preciso ir diretamente para o ponto que mais me encantou nesse livro: Os personagens. Pessoas comuns, que vivem em um mundo marcado pelo medo constante das criaturas que surgem assim que chega a noite, eles estão em meio a uma multidão de pessoas que perderam as suas esperanças e apenas tem a certeza de que a morte chega uma hora mais cedo ou mais tarde. Arlen, Leesha e Rojer, são jovens sobreviventes que optaram por lutar, aprenderam, estudaram e batalharam para adquirir todo conhecimento que podiam sobre o seu papel, seja para se tornar um exímio guerreiro, curandeiro ou menestrel.

"Estive tão ocupado pensando contra o que estava lutando que esqueci do motivo pelo qual lutava. Durante toda a vida não sonhei com nada além de matar demônios, mas do que adianta acabar com eles nas florestas e ermos, e ignorar aqueles que assombram os homens todas as noites?"

O Protegido é um livro com muitas cenas de ação empolgante e personagens carismáticos, a leitura flui rapidamente entre um capítulo e outro sem perder o ritmo. É prazeroso e divertido.

Sabe aquele ditado "nunca julgue um livro pela capa"? Puf... Em tempos de DarkSide dá gosto folhear um livro desses. Capa dura de material aveludado e verniz localizado, papel amarelo de ótima qualidade e até mesmo uma daquelas fitas para marcar a página. É cuidadoso o trabalho gráfico da editora e contribui para tornar a leitura o mais prazerosa possível, mas peca na questão da finalização e revisão do texto, letras faltando, um parágrafo ali no meio um tanto quanto mal redigido, não chega a atrapalhar o momento da leitura, mas alguns leitores mais exigentes podem se incomodar com isso. Contudo, não dá para deixar um livro desses de lado.

site: http://umreinomuitodistante.blogspot.com.br/2017/02/o-protegido-ciclo-das-trevas-01-escrito.html
Kelly Martins 06/02/2017minha estante
Acabei de comprar a edição. Ótima resenha!!


Marina Garcia ( 07/02/2017minha estante
:) Oba! Espero que curta a leitura




souza 31/12/2016

Ficção fantástica de primeira qualidade
O PROTEGIDO, de Peter V. Brett nos leva a conhecer um mundo que é assaltado todas as noites por demônios . Essas bestas da noite são elementos demoníacos que podem ser mantidos à distância pelo uso de proteções; Símbolos mágicos desenhados. Assim, a sociedade é composta de aglomerados populacionais apertados que se escondem atrás de suas proteções, que são apenas de natureza defensiva.

A lenda diz que as proteções ofensivas existiram uma vez ... mas elas foram esquecidas ao longo das eras.


O protagonista, Arlen, está cansado de viver atrás de proteções , de não lutar contra os demônios que continuam a abater a população decadente de sua Vila.Depois de uma tragédia, Arlen decide partir em busca das cidades livres,afim de se tornar um mensageiro,os homens que ele julga mais corajosos.

A viagem de Arlen parece guiá-lo direto para a outra protagonista da novela, Leesha. Arlen é ferido, Leesha é uma curandeira, e Arlen está tropeçando através da floresta para uma curandeira de grande reputação, que os leitores sabem ser o mentor de Leesha. No entanto, em vez de permitir que esses dois personagens se encontrem, Peter introduz um terceiro protagonista, chamado Rojer! E isso traz vantagens e desvantagens ao desenvolvimento da história.

A parte positiva é a mudança no tom,caminhando para o lado mais escuro da fantasia, onde nem tudo termina feliz e os bons morrem, porque o mundo pode ser um lugar difícil.

Considerado um dos grandes talentos recentes da fantasia, para muitos Peter V. Brett está na mesma turma de gente como Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie e Scott Lynch, entre outros. Apesar do óbvio talento do autor, esse livro de estréia peca em algumas coisinhas.

A força de "O Protegido" é definitivamente o mundo intrigante. Brett cria um cenário inovador e original que é muito bem estruturado e se comporta consistentemente ao longo da história. Brett faz um trabalho tão fantástico de estabelecer o estado desesperado, assustado e oprimido da humanidade que o meu desejo de ver o Protegido lutar contra a horda imparável de demônios me arrastou através das primeiras centenas de páginas. A antecipação para o maravilho desenvolvimento desse personagem foi suficiente para sustentar meu interesse por conta própria.

Infelizmente, o Protegido não é o único personagem principal. Os outros dois protagonistas de pontos de vista, Leesha e Roger, são mais fracos, tanto em termos de desenvolvimento quanto de valor e a interseção de seus arcos de complô parece tão artificial quando comparados com o arco do Protegido que acaba freando um pouco do ritmo de leitura . O artifício é necessário no entanto para configurar o clímax emocionante que irá catapultar a maioria dos leitores para o próximo livro da série.

Parece desnecessário desenvolver três personagens de grande ponto de vista, especialmente voltando à infância de cada um. Brett passou perto de fazer tudo desandar,mas ainda funciona!


O mundo é tão rico e o Protegido uma figura tão intrigante que você se vê vidrado na história desde o princípio. Tive a sensação que se fosse focada mais em Arlen a história seria ainda melhor.Eu acho que o que está em jogo aqui é que Leesha e Rojer são grandes personagens,mas que sofrem numa comparação com Arlen, um personagem estupendo.


Brett pode contar uma história como poucos, se deixe ser arrastado para o mundo do Protegido, vale muito a pena.


Visitem o meu novo Blog; http://cronistaindeciso.blogspot.com.br
Micael.Lopes 05/01/2017minha estante
Eu não senti isso que você sentiu a respeito do Leesha, com Rojer eu senti. Eu simplesmente amei o núcleo de Leesha, principalmente Bruna.


Gilvan L. 10/01/2017minha estante
Hahaha comecei a ler esse livro depois que terminei "O Temor do Sábio". Espero que seja bom.




Racestari 04/11/2020

Muito Bom
Estou surpreso sobre como a história me pegou! Muito bem escrita!
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Glau 21/12/2017

Que livroooooooooo
O Ciclo das Trevas conta a história de demônios que surgem no início da noite, das Profundezas, para caçar humanos. Nessa tragédia que acomete as cidades há centenas de anos, Arlen, Leesha e Roger passam pro provações desde criança e crescem rodeados de perdas e medos.

A mãe de Arlen é atacada pelos Terraítas, e o menino tenta a todo custo salvá-la das garras dos dos demônios, e quando conseguem se refugiar, pela covardia do pai, em poucos dias a mãe dele não resiste e morre. Arlen passa a nutrir um sentimento de repulsa pelo próprio pai, pelas atitudes tomadas posteriormente a morte da mãe e a covardia sem fim do homem. Acaba fugindo e aprendendo a se refugiar dos Terraítas.

Leesha é uma adolescente de 13 anos, filha de Elona, uma mulher de índole duvidosa, e extremamente rígida. É prometida de Gared, um rapaz de 15 anos, que a espera se tornar "moça" para realizarem o casamento, No entanto, Gared pisa na bola com ela e a decepciona de uma forma que Leesha não quer vê-lo nem pintado de ouro. Ela se refugia aos cuidados de Bruna, uma ervanária poderosa que cuida dos feridos atacados pelos Terraítas.

Roger perde os pais em um ataque dos Terraítas, com apenas 3 anos de idade, de uma forma brutal. Um conhecido deles, Arrick, fica responsável pela criação dele e ambos passam a viver de cidade em cidade como menestrel e assistente, para sobreviverem.

Os três protagonistas vão vivendo os anos a duras penas, adquirindo experiências específicas e particulares quem um dia vão os tornar únicos.

Apesar do livro ter 514 páginas, a leitura é bem fluida, os parágrafos não são extensos e contém pausas que não deixa a leitura cansativa. O autor usa várias referências associadas ao nosso mundo real, que facilita o nosso entendimento e torna a história mais interativa. O livro é repleto de ação, de ataques e luta pela sobrevivência. Apesar das 500 págs, ele se apresenta como uma introdução e preparação dos personagens para os próximos livros e tudo que ainda acontecerá.
Para que gosta de terrores noturnos e bastante ação, esse livro é um prato cheio.
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