Os despossuídos

Os despossuídos Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
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Ursula K. Le Guin




Resenhas - Os Despossuídos


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pseudoaries 01/07/2023

A banalidade do mal venceu
Um fato curioso sobre a Ursula K. Le Gin é que eu já vi muita gente citando o nome dela, mas nunca vi ninguém realmente discutindo a fundo os livros dela. Depois de ler um livro dela, eu finalmente entendi o motivo.

Ela constrói universos fictícios de uma maneira excepcional e a escrita dela também é muito boa, mas isso não impede esse livro de cometer o maior pecado que um livro pode cometer: ser entediante.

Que livro sem graça, que personagens sem sal!

O livro tem duas linhas do tempo, mas só um delas funcionou para mim e é a linha do tempo que recebe menos destaque.

O final é horrível, já que me pareceu que a autora não sabia como dar um final digno pra esse enredo complexo que ela mesma criou, então ela simplesmente escreveu qualquer coisa.
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ED73LH 25/10/2023

Apenas leiam!
Com toda certeza o livro que fez eu me apaixonar por ficção científica. O livro traz debates sociais incríveis num universo muito rico.
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Priscila.Freitas 29/12/2023

História interessante. Foi uma boa experiência de leitura. Um livro de ficção cientifica bem construído
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Tati Freitas 17/02/2024

Esse livro é extremamente interessante, principalmente pela discussão sociológica, mais até do que pelo sci fi, que eu acredito ser usado como um meio para um fim. O cerne do livro gira muito mais em torno das diferentes estruturas sociais, nesse caso o capitalismo e o socialismo/comunismo anarquista. Eu fiquei genuinamente impressionada com a capacidade da Ursula de colocar pontos e contrapontos na narrativa de uma maneira a destrinchar esses sistemas e mostrar que nenhum deles é, nem nunca será perfeito, principalmente por dependerem de pessoas imperfeitas. Ela consegue falar de feminismo e de sexualidade de uma forma tão natural e que ressoa com a nossa realidade hoje, e isso ainda na década de 70. Eu só tenho uma ressalva que me fez não dar cinco estrelas pra esse livro, que é uma cena de abuso sexual que me incomodou, não por ser pesada, mas por me parecer gratuita e vindo de um personagem que não faz sentido ter essa atitude, ainda estou me perguntando a razão desse momento estar no livro, o que a Ursula queria com isso? Talvez nos mostrar até que ponto o personagem foi deturpado? Não sei, mas isso não afeta a maestria e genialidade da narrativa da autora.
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Beatriz Santos 20/02/2024

Os Despossuídos ? [3,5/5]
Eu amo que os livros dessa autora te chama de burra em inúmeras línguas diferentes ao mesmo tempo que te faz refletir sobre diversos temas sociais que apesar de terem sido abordados anos atrás se enquadram corretamente no tema atual.
É uma leitura extremamente densa, com explicações longas e com diversas alegorias da física para exemplificar uma teoria do protagonista com o ambiente em que vive.
Recomendo que todo mundo leia os livros dessa autora pelo menos uma vez na vida, revezando com alguma leitura leve para acabar não abandonando no meio do caminho, é uma leitura que quando finalizado vai mudar o seu modo de pensar e de refletir sobre o mundo ao seu redor e sobre como a sociedade se relaciona como um todo.
Possui capítulos bem longos, tanto que 13 capítulos renderam mais de 300 páginas, como falei é uma leitura bem densa e complexa que exige muita paciência e foco do leitor para interpretar as explicações e o contexto do livro. Sinto como se tivesse acabado de correr uma maratona, cansada e pronta para dormir refletindo nesse livro.
O único ponto mesmo que prejudica a narrativa e que prejudica a narrativa é justamente a escrita maçante e grandiosidade dos capítulos, fica bem pesado para ler, ainda mais quando temos que interpretar tantas coisas e lidar com muita teoria física. Tem horas que a sua mente dá um nó no meio da explicações do Shevek e precisa ler duas ou três vezes para compreender.
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Nico 27/03/2024

Sem querer egoizar mas ja egoizando...
Que leitura fabulosa! Arrastada no início, com um ritmo dificil de acompanhar, como alguém que acorda dentro de um ônibus que está descendo uma serra: nao se sabe de que lado está vindo nem pra qual lado está o destino, mas sabe que a jornada o leva em direção ao mar.

Passadas as alienígenas primeiras impressões, somos apresentados a um cenário desafiador para a vida humana, mas por um olhar de quem o chama de lar: Anarres, a lua dos revolucionarios que, 160 anos antes de nossa história começar, decidiram abandonar seu planeta, Urras, para dar vida no espaço ao sonho de Odo: uma sociedade anarquista.

É nesse contexto que nosso protagonista, Shevek, nos é apresentado e com ele embarcamos numa história repleta de insights e provocações sobre os sentimentos humanos, dos mais mesquinhos aos mais altruístas, sobre o tempo, sobre a política, sobre o amor e as relações entre as mulheres, os homens e as coisas. Uma rica reflexão sobre o que nos limita e o que nos move, sobre os muros e as fronteiras construídas ao nosso redor, e em nós mesmos. Recomendo fortemente!
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e-zamprogno 07/05/2024

Em que mundo habita a liberdade?
O livro começa e termina de forma muito poética. Talvez tenha sido a disposição da autora de escrever sobre algo realmente profundo. Entre o começo e o fim o texto tem ares menos poéticos, mas continua tratando de assuntos densos e profundos.
O livro narra a biografia de Shevek, acho que posso colocar assim. Shevek é um físico proeminente de um planeta chamado Anarres que foi colonizado no passado por anarquistas. Na prática isso quer dizer que a sociedade que lá vive, anarco-socialista, tentando manter a "revolução" viva, rejeita a hierarquia, a propriedade privada e mesmo a existência de leis que regem a sociedade. Termos como "proprietário" e "hierarquista" são usados como ofensas, e mesmo pronomes possessivos são usados com sarcasmo. Apesar de ser chamado de "planeta" por ser habitado, na verdade trata-se do satélite natural de outro planeta, Urras, de onde vieram os colonizadores anarquistas há 170 anos. Ao contrário de Urras, sua lua é extremamente carente de recursos naturais.
Boa parte da história consiste na exposição do modo de operar desta sociedade, narrando a vida de Shevek, desde sua infância, mas não de modo linear. O livro começa de fato com a partida de Shevek para Urras, mas os motivos que o levaram a tomar esta decisão são esclarecidos completamente apenas no final. Um pouco devido aos ideais da comunidade mas aparentemente também devido à escassez de recursos, além da posse, tudo o que é supérfluo, sem uma finalidade utilitária, é mal visto e, como Shevek é um físico teórico, apesar de brilhante ele é visto com desconfiança por parte da sociedade. No melhor dos casos, as teorias nas quais ele trabalha despertam pouco interesse na sua sociedade. Deste modo, o intercâmbio com Urras abre a possibilidade dele conseguir publicar seu trabalho para o bem maior da Ciência. Parte da "biografia" de Shevek então se passa numa sociedade capitalista, do ponto de vista de uma pessoa que sequer sabe como usar dinheiro. E a narrativa vai assim se alternando entre sua aventura de descoberta das benesses de uma sociedade rica (mas desigual), e sua vida pregressa no seu mundo original. Há ainda outros dois mundos que têm uma participação pequena porém importante na história: a Terra e Hain, descrita como uma das "raças" mais antigas conhecidas, que portanto possui a mais longa história e a tecnologia mais desenvolvida. Mas se quiser saber que fim levou a teoria revolucionária de Shevek, terá que ler o livro.
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Karen580 17/05/2024

Bem cabeçudo
Além de trazer uma perspectiva do futuro da humanidade menos catastrófica, o livro questiona diversos costumes contemporâneos que, se olhados por uma lente alienígena, parecem bem antiquados.

o shevek atua como esse olhar alienígena pros costumes e estrutura da sociedade em Urras. entre eles:

- relação com mulher (está ali para servir, não trabalha nem tem perspectiva de outro papel na sociedade)

- relação com shoppings (nao se vê quem produz o que compramos, nem as fábricas. tudo é escondido para o consumo)

- relação com o ensino (só serve pra carreira, só serve pra dar status, não se aprende por aprender ou por realização pessoal)

- relação com casas particulares/quartos individuais (tudo é individualizado, ou ?egoizado?, como diriam em Anarres. as pessoas não se veem como comunidade)

- relação com o trabalho (incentivo apenas financeiro, lucro. ?mas onde não existe dinheiro as motivações reais ficam mais claras. as pessoas gostam de fazer as coisas?

foi uma leitura que me travou um pouco pela forma de escrita, mas que valeu muito a pena.
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erikali__ 19/05/2024

"(...) o senhor é uma ideia. E perigosa."
Esse livro foi um retrato sobre amor, uma reflexão filosófica e uma crítica política. É o segundo livro de Ursula que leio e sigo encantada com a escrita, ambientação, a apresentação de ideias e conceitos.

Os Depossuídos me prende pela forma como as ideias são apresentadas, principalmente como elas escalonam: não é apenas sobre uma teoria física! A leitura é um convite a ver o que fomos, somos e podemos ser - enquanto sociedade e indivíduo. A capacidade de criar conceitos e termos - egoizar, possuidores... - para ações/expressões que enquanto grupo nós tomamos é incrível, pois auxilia a torná-los concretos, a percebermos que os reproduzimos.

? DESTAQUES:

"Uma linha, uma ideia de limite"

"Havia muros em volta de seus pensamentos e ele parecia totalmente inconsciente disso, embora vivesse se escondendo atrás deles"

"A questão da superioridade e da inferioridade devia ser fundamental para a sociedade urrasti. Se para ter respeito próprio Kimoe precisava considerar metade da humanidade como inferior, o que faziam as mulheres para terem respeito por si mesmas?"

"A ausência de qualquer abuso ou imposição da autoridade deixava a autoridade real à mostra."

"Estou tentando dizer o que a fraternidade realmente significa. Ela começa... começa na dor que se partilha."

"(...) não queriam pensar sobre questões, mas escrever as respostas que tinham aprendido."

"A coação é o meio menos eficiente de se conseguir a ordem."

"Não pense, ele tinha dito, porque era mais fácil que dizer: Aceite-me por quem eu sou."

"Aqui se olha para jóias e lá para os olhos. E nos olhos pode-se ver o esplendor, o esplendor do espírito humano."

"Uma promessa é uma direção tomada, uma limitação voluntária da liberdade de escolha."

"? Há uma época, aí pelos vinte anos - disse Bedap -, em que se tem de escolher entre ser igual a todo mundo o resto da vida, ou fazer de suas peculiaridades uma virtude."

" (...) separação educa a gente, está certo, mas sua presença é a educação que eu quero."

"Mas e quando não havia o suficiente? Então a força entrava em ação; o poder prevalecia sobre o direito; o poder e sua arma, a violência, e seu mais fiel aliado, o olhar que se desvia."

"Quanta renúncia pode-se exigir de um homem?"

"(...) as escolhas de um ser social nunca são feitas na solidão."

"Naturalmente, ele pensa sem parar."

"O Estado não reconhece outra moeda senão o poder: e é o próprio Estado que emite as moedas."

"Não é apenas porque eles querem essa ideia sua. Mas porque o senhor é uma ideia. E perigosa."

"Quanto menos ele tinha, mais absoluta se tornava sua necessidade de ser."
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alinedeoliva 10/06/2024

Não se pode destruir ideias reprimindo-as
Ganhei esse livro de presente de aniversário de uma grande amiga. E que presente maravilhoso! (Obrigada Maiky!)
Uma utopia questionadora e esperançosa, que nos confronta e nos acolhe. O tipo de livro que te tira da realidade enquanto te faz questiona-lá constantemente.
Diferente do protagonista, que ao fim do livro retorna ao seu planeta acreditando que ?não tinha trazido nada?, finalizo esse livro e retorno à minha realidade com tanto?
5/5 com certeza. Ursula é brilhante!
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