Os despossuídos

Os despossuídos Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
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Resenhas - Os Despossuídos


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Carla Verçoza 14/01/2024

Essa foi uma releitura nessa edição da Aleph, e continuando adorando esse livro.
A história se divide entre dois mundos opostos, um capitalista e outro anarquista. Shevek, um físico que vive no mundo anarquista, tenta conhecer melhor o outro mundo e com isso conseguir alguma aproximação entre os povos.

"O indivíduo não pode barganhar com o Estado. O Estado não reconhece outra moeda senão o poder: e o próprio Estado cunha as moedas."

Partindo daí, a história alterna entre o presente (Shevek visitando o outro planeta) e o passado (ele em sua própria terra e os acontecimentos que o levaram até sua viagem).
A autora cria uma obra singular, com mundos e personagens bem elaborados, com suas políticas, suas falhas e acertos. Livraço!

"É o nosso sofrimento que nos une. Não é o amor. O amor não obedece à mente e transforma- se em ódio, quando forçado. O laço que nos une vai além da escolha. Somos irmãos. Somos irmãos naquilo que compartilhamos. Na dor, que cada um de nós deve sofrer sozinho, na fome, na pobreza, na esperança, sabemos que somos irmãos. Sabemos, pois tivemos de aprender. Sabemos que não há ajuda para nós exceto a ajuda mútua, que nenhuma mão vai nos salvar se não estendermos a nossa mão. E a mão que vocês estendem está vazia, como a minha mão está vazia. Vocês não têm nada. Não possuem nada. Não são donos de nada. Vocês são livres. Tudo o que vocês têm é aquilo que vocês são, e aquilo que dão."
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Patrick.Borges 10/01/2024

Somos os filhos do tempo
Já tinha me surpreendido com A Mão Esquerda da Escuridão da Ursula Le Guin, mas foi aqui em Os Despossuidos que encontrei um dos melhores livros que já li. Nessa história são apresentados dois mundos, Urras e Anarres, planetas onde a sociedade avançou de forma totalmente diferente. Em um deles, um espelho do planeta terra da guerra fria, dividido entre nações capitalistas e socialista, e em outro, uma utopia anarquista. E entre eles está Shevek, um físico teórico que quer divulgar suas ideias, e tentar aproximar esses dois mundos que tem um passado em comum.

Diferente dos outros livros de ficção científica, aqui não existe ação, guerras, batalhas épicas no espaço, mas uma reflexão muito profunda sobre o ser humano e a nossa sociedade. É incrível a forma que ela nos faz repensar sobre a estrutura social da humanidade, e brincar com uma outra possibilidade de organização.

Sociedade essa que preza pela liberdade individual acima de tudo, sem um governo central, onde cada ser tem seu papel a desenvolver. Uma sociedade onde não há propriedade privada, onde possuir é um pecado. Apesar dessa utopia apresentada, são levantados pontos de crítica, que apesar da liberdade de não haver um estado central, ainda há a opinião pública que persegue e condena quem pensa diferente do bem estar coletivo.

Além do tema de política e organização social, o livro aborda questões da física, onde a área de estudo do Shevek, a Teoria da Simultaneidade, busca explicar de uma forma como o tempo no universo funciona. Adorei todas as partes que ele explica a visão dele sobre o tempo, me lembrou o filme A Chegada, que também explora isso.

Apesar de ter gostado de A Mão Esquerda da Escuridão da Ursula, senti certa dificuldade de me envolver com os personagens e suas motivações. Aqui eu já me envolvi totalmente com a história de Shevek e todos os demais personagens que aparecem em sua jornada, levarei eles comigo por muito tempo. Vejo esse livro como um dos fundamentais para leitores de ficção científica, trazendo novas ideias e discussões muito pertinentes no mundo atual.
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Katharina.Pedrosa 01/01/2024

É uma obra que eu quero que mais pessoas conheçam
A narrativa transcorre em dois cenários distintos: o planeta Urras e sua lua Anarres. Urras abriga três grandes potências: A-Io (capitalista), Thu (socialista) e Benbili (ditatorial). Já Anarres foi colonizada por revolucionários que fugiram de Urras, estabelecendo um sistema anarco-comunista. Embora rica em minérios, Anarres carece de animais e enfrenta escassez na produção de alimentos. A relação entre Anarres e Urras é marcada por hostilidade, limitando-se ao comércio, no qual Anarres fornece minérios e Urras disponibiliza informações e recursos tecnológicos.

Em Anarres, a ausência de governo resulta em uma sociedade baseada na cooperação, embora ao longo da leitura percebamos que a coerção social está por trás desse aparente espírito colaborativo. Com a inexistência de dinheiro, a motivação para o trabalho é a responsabilidade pelo bem comum. Nesse contexto, tanto um agricultor quanto um cientista recebem o mesmo reconhecimento. A condição das mulheres em Anarres é notável, pois têm a liberdade de escolher seus trabalhos com base em interesses e disponibilidade de postos, em contraste com Urras, onde as mulheres são principalmente subjugadas aos homens.

A narrativa é conduzida pelo ponto de vista de Shevek, um físico de Anarres que viaja para Urras na tentativa de publicar sua teoria sobre simultaneidade. Essa teoria é crucial, pois possibilitaria a construção do ansível, uma tecnologia que zeraria o tempo de comunicação interplanetária. Shevek se depara com um mundo desconhecido em Urras, aprendendo sobre o sistema político, a posse, a necessidade de pagar por alimentação e moradia, a escassez de recursos básicos e a dinâmica entre homens e mulheres. A autora, ao abordar questões reais, sutilmente explora como esses problemas seriam resolvidos em uma sociedade alternativa.

Apesar de focar nas críticas a Urras, também são apresentadas críticas ao sistema político de Anarres, oferecendo ao leitor uma visão equilibrada dos dois sistemas, expondo suas fraquezas e virtudes. Além disso, a narrativa intercala capítulos que exploram os desafios enfrentados por Shevek em Anarres, desde a infância até a idade adulta. Essa alternância entre presente e passado quebra o ritmo da leitura, proporcionando uma visão abrangente do protagonista e do mundo ao seu redor.

Frase destaque: " Porque nossos homens e mulheres são livres...por não possuírem nada, são livres. E vocês, os possuidores, são possuídos. Vocês estão todos presos. Cada um sozinho, solitário, com um monte de coisas que possui. Vocês vivem na prisão, morrem na prisão. É tudo que consigo ver nos seus olhos..."





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souphiss 31/12/2023

Sim, eu lamberia o chão que a ursula passasse
100% minha autora de ficção científica favorita, mesmo tendo lido (agora) dois livros dela. nunca vi alguém que escrevesse sci-fi assim de um jeito tão bom, não inovando só em tecnologia, mas em sociedade e gênero, no outro livro que li dela.

esse aqui me fez observar duas sociedades completamente diferentes, uma anarquista em Anarres e uma sociedade mais similar a nossa em Urras. são dois mundos completamente distintos, em planetas geograficamente tão opostos, que a comparação fica muito mais divertida e interessante. faz pensar sobre outras formas de organização social, formas que eu já pensava sobre, mas é sempre um exercício fantástico ler sobre isso em ficção.

vai ser sempre um dos meus favoritos ??
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Daniel.Tschiedel 29/12/2023

Impossível não questionar nosso modo de viver
O livro é fantástico, muito mais palatável que A Mão Esquerda da Escuridão. Aqui eu consegui me apegar aos personagens principais e o livro não foi nem um pouco maçante.

Lendo sobre a sociedade de Anarres, apesar dos problemas que lá ocorrem, me parece um sonho poder viver em uma sociedade daquela (claro que não nas mesmas condições de planeta inóspito).

O livro te faz pensar o tempo todo sobre a desigualdade social do nosso mundo, do absurdo do consumismo, do porque uns vivem na miséria enquanto outros na fartura e mostra como seria uma sociedade onde todos fossem tratados de forma igualitária e fraterna, onde a ideia de posse não existe.

Vale a pena demais a leitura!
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Priscila.Freitas 29/12/2023

História interessante. Foi uma boa experiência de leitura. Um livro de ficção cientifica bem construído
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Larissa.Colares 28/12/2023

Incrível! Depois de pegar o ritmo da narrativa, o livro se torna uma leitura viciante. Me fez pensar muito sobre como sistema político-econômico tem forte influência em praticamente tudo na vida das pessoas: na forma que pensamos, que interagimos, que demonstramos amor, que trabalhamos, que fazemos ciência, que nos comunicamos?
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Aline 17/12/2023

As expectativas não foram atendidas
Eu criei muitas expectativas pelo fato da Ursula ser uma das poucas mulheres proeminentes nesse universo da ficção científica, mas achei o livro bastante maçante, as coisas não me pareceram muito bem amarradas e vc não consegue se conectar e criar laços com os personagens, me arrastei por muito tempo para concluir, os únicos momentos que salvam são trechos em que o personagem discursa sobre assuntos políticos e sociais que são uma crítica a nossa sociedade, sobre a situação das mulheres, da destruição do planeta, do trabalho e outros assuntos.
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Lucy 08/12/2023

Ser sustentada enquanto trabalho
O exercício de imaginação desse livro é tão grandioso quanto o de 1984 e admirável mundo novo, porém, com a possibilidade de abranger uma utopia e uma diatopia, uma teoria do tempo e uma narrativa que versa ao mesmo tempo metanarrativamente, pois é psicológica, em seu enredo pois tem os 3 mundos (anares, urras e terraahaha, esqueci o nome), assim como o anarco comunismo, o capitalismo e o depois coexistindo com a teoria de Shevek: a simultaneidade.
É um livro sobre "viagem no tempo", de certo.
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Juba 03/12/2023

Me senti 100% do tempo meio desconfortável ao ler esse livro hahaha o que é bom nesse caso, tirou da zona de conforto. Me fez refletir sobre questões que não tiveram conclusão NENHUMA e isso foi bem engraçado
Também foi grande parte do livro pensando "MANO ONDE DIABOS ISSO VAI DAR".
Gostei bastante, ótimo sci fi!
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Lilian.Cava 05/11/2023

Extremamente inteligente
Livro 5 - 2023: Os despossuídos, Úrsula K. Le Guin (Eua, 1974) ??

Finalmente consegui pegar um livro de uma das mais aclamadas autoras da ficção científica. Aqui temos uma história de dois planetas gêmeos (Um paralelo próximo seria a Terra e a Lua) que possuem características e sociedades completamente diferentes: um tem recursos naturais abundantes e uma grande desigualdade social; o outro é um país com poucos recursos naturais e um consolidado sistema anarquista.

Esse foi meu primeiro livro favoritado do ano, pois é uma leitura simplesmente incrível. É aquele tipo de livro que te cativa por te tirar da zona de conforto e fazer você refletir sobre os problemas do mundo e da humanidade. Apontando tanto os problemas da sociedade atual, quanto da utópica sociedade igualitária e comunista/anarquista, te faz sonhar com um futuro e uma organização que melhor dos dois sistemas pudesse ser combinado.

Não é uma leitura rápida e leve, no sentido de não ser entretenimento puro, pois a autora leva um tempo construindo a ambientação da história. Tem uma linguagem bem fácil de entender e até algumas reviravoltas legais. É uma história extremamente valiosa e inteligente. Já quero ler tudo que essa mulher publicou.

Nota: 5 ???
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naedellaparma 05/11/2023

Passado, presente e futuro numa coisa só
Imagina uma revolução feita por anarquistas, esses sendo retirados do planeta e sendo colocados na lua, para viver em miséria e escassez de matérias primas. É assim que vivem os anarrestis no planeta Anarres. Sua forma de organização social é digna de estudos. Os Despossuídos me lembrou A Utopia de Thomas More, a diferença aqui é a proximidade, a capacidade de ver nesse livro algo que realmente possa funcionar em algum lugar. O livro tem como principal base a teoria de tempo que um físico anarresti está propondo, uma teoria que poderia facilitar e/ou destruir tudo para todos os planetas já localizados. A genialidade da autora aqui é fazer com que a teoria seja exatamente colocada na distribuição dos capítulos, alternando entre passado, presente e futuro, te deixando confuso sobre o que é o quê no livro, ela vai tecendo a teoria de Shevek e deixando claro para a gente o que ele propõe.

O livro tem uma certa queda no dinamismo da narrativa ali por volta dos 3/4 do livro. Talvez também seja porque, atropelado pelas leituras da faculdade, precisei pausar a leitura desse livro, que fez a velocidade diminuir muito e me arrastar um pouco na leitura. Mas como o livro tratava exatamente de tempo, li isso não como um "perder tempo" mas como uma construção desse mesmo passado - presente - futuro. Nesse sentido, fui jogado no próprio fluxo temporal do livro.

Ursula é uma das poucas mulheres que conheço da ficção científica e vale com certeza a leitura.
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ED73LH 25/10/2023

Apenas leiam!
Com toda certeza o livro que fez eu me apaixonar por ficção científica. O livro traz debates sociais incríveis num universo muito rico.
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ArthurmalariA 24/10/2023

Além do comunismo!
Os despossuídos é o sexto livro publicado de Ursula Le Guin, lançado em 1974. Nos conta a história de duas luas irmãs, ou melhor, um planeta rico em recursos e uma lua mais seca (quase um paralelo entre nossa terra e a lua) onde no planeta se situam capitalistas e na lua os anarquistas. Muito além do comunismo, ou como a autora se refere aqui, o comunismo que foi além e deu certo, esse livro nos mostra uma sociedade ideal, anarquista, e responde aqui as perguntas sempre feitas pelos defensores do capitalismo "onde está a meritocracia?" ou "porque as pessoas fariam algo sem serem obrigadas". A educação e doutrinação pelo bem maior e a necessidade de sobrevivência é o ponto chave, aqui a autora nos apresenta também como a sociedade ideal começa a ruir com os egoizados, não nos apresenta uma solução definitiva, cabendo a discussão e estudo. O maior problema de ler esse livro foi identificar o porque não conseguir viver naquela sociedade, principalmente por ter sido criado fora dela e nao me adequar a muitas de suas maneiras de fazer as coisas. A desposse e coletividade apresentada no livro é um conceito inexistente em nossa forma de pensar e cultura, e acho que seriam as maiores resistências além da queda do capital e do patriarcado para uma mudança tão drástica, mas a leitura vale tanto a pena que nos leva a sonhar que algo assim pudesse existir de verdade. Indo além da ficção desse livro, talvez seja a nossa única saída num futuro frente ao aumento das inteligências artificiais cada vez mais evoluídas no nosso dia a dia. 10/10
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