Os despossuídos

Os despossuídos Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
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Ursula K. Le Guin




Resenhas - Os Despossuídos


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Anielson0 05/03/2023

A verdadeira jornada é o retorno
Um grande livro, não só de literatura de gênero, mas um romance em sua plenitude formal.
Precisaria de muito mais espaço pra destrinchar essa obra, mas, como esse é um espaço informal que eu reservei para praticar minha escrita sobre o que leio, vale a pena destacar algumas coisas:
- O romance é um excelente exercício de imaginação política, ao mostrar não só como podemos chegar a uma revolução, mas também a coragem de enfrentar os novos problemas que surgirão no pós-revolução;
- A crítica ao machismo, ao capitalismo e ao imperialismo são evidentes. No entanto, a grande proeza da prosa de Ursula Le Guin está em algo mais "formalista": é a construção aprofundada dos personagens (que deixa muita literatura "séria" no chinelo);
- A estrutura narrativa intercalando passado e futuro por capítulo é de uma originalidade incrível. Mas não como se fossem eventos paralelos, e sim pelo fato de estarem sendo vivenciados sob o Princípio da Simultaneidade. O romance em si parece ser o artefato (ansível) que o protagonista Shevek tenta construir.
Por final, entre os riscos, os fracassos e o tempo-espaço atravessado, voltamos pra casa, mas só porque casa é um lugar onde nunca estivemos. Era preciso partir para descobrir que a verdadeira jornada é o retorno.
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Ronan 25/02/2023

Eu amo demais a Ursula K. Le Guin e todos os livros que li dela até agora me encantaram demais, Os Despossuídos não foi uma exceção.
Eu sou encantado com esse mundo que ela criou e desenvolveu de uma maneira extraordinária, tanto neste livro quanto em a mão esquerda da escuridão, quero muito ler os outros livro do Hainish Cycle.
Eu gostei muito do Shevek, e acompanhar toda a jornada científica dele foi um deleite. Acredito que a Ursula consegue fazer muito bem essa ambientação da ciência nos seus livros de uma forma extremamente crível.
Outro ponto alto do livro é o relacionamento do Shevek com Takver, uma grande história de amor, com algumas cenas maravilhosamente emocionantes. Há uma linha em particular que, apesar de ser totalmente simples e discreta, trouxe lágrimas aos meus olhos. Em A curva do sonho ela já nos mostrou que sabe escrever sobre o amor.

O livro envolve os argumentos discretamente na narrativa e nunca os joga na sua cara, mas depois de um tempo você vê que são eles que unem todos os fios: a sociedade anarquista, a ciência, a história de amor, a política. Ele é extremamente profundo. Pra mim esse é um daqueles livros que mudam sua vida, espero relê-lo várias vezes ao longo da minha vida.
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Ana Barbalho 02/02/2023

Esse história tem tantas camadas e referências que tenho certeza que quando eu for reler, vou notar muita coisa que posso ter deixado passar. O texto é denso, mas nunca cansativo; sempre me manteve com vontade de continuar e apreciar cada nuance de Anarres, Urras e seus personagens. Ursula K. Le Guin é simplesmente genial.
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carolina715 26/01/2023

SENSACIONAL!
Ursula Le Guin, você sempre será famosa!
Candidato fortíssimo à minha melhor leitura de 2023. Reflexões profundas embrulhadas delicadamente numa história envolvente sobre uma sociedade desconhecida. Ainda mais interessante por ter sido inspirado na Guerra Fria!
Impressionante. Leitura fluida para quem já está habituado à leitura de distopias e ficções científicas.
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Robert 21/01/2023

Nova Fã de Ursula
Peguei esse livro pra ler por conta do Clube da Thais (pronomeint na twitch) e ontem a noite eu terminei o último capítulo.
Não é um livro longo, tem 400 páginas apenas, mas eu senti que tinha 800 páginas as vezes, tinha capítulos que fluiam rápido e fácil, outros já demoravam um pouco mais, mas todos os capítulos me seguravam a atenção da mesma forma, quando eu começava a ler eles não conseguia mais parar de ler na metade, precisava saber o que ia acontecer.
Esse é meu primeiro livro da Ursula, o jeito que ela escreve nesse livro podia ser facilmente um filme, todas as cenas do livro eu conseguia ver perfeitamente a cena na minha cabeça, como se eu tivesse vendo um filme.
Acho que todos deviam experiência "Os Despossuidos" alguma vez na vida.
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paulina 21/01/2023

Primeiro eu tive um certo desconforto com o estilo de escrita pelo fato de ele ser bem descritivo e minhas últimas leituras serem mais introspectivas. Segundo eu levei um bom tempo para compreender que um capítulo relata o passado em Anarres e o outro o presente em Urras.

Tirando esses dois desconfortos, foi uma leitura interessante. Anarres é um planeta (ou lua, como dizem) que foi colonizada por pessoas com ideais libertários e que implementaram o sistema anarquista. Aparentemente essa seria a utopia a qual a sinopse promete. Em Anarres há a inexistência de poder (seja poder como relação social, ou poder com relação a objetos), a sociedade segue o princípio de solidariedade que é o que viabiliza a eficácia desse sistema. Achei muito interessante que na narrativa fala-se a respeito dessa noção de hierarquia e propriedade serem conceitos desconhecidos empiricamente pelos anarrestis. No entanto, questões como as reflexões sobre liberdade de Shevek, situações em que cientistas usam de suas influências para "boicotar" Shevek, mostram que esse sistema tem suas falhas e que talvez não se trate de uma realidade utópica. E isso volta nas questões discutidas ao longo da obra: o que de fato é liberdade? É possível ter liberdade ou sempre seremos prisioneiros ou das leis, instituições ou dos costumes?

Por outro lado, Urras é um planeta que é o contrário de Anarresti, porque nele é possível ver a existência de Estados que exercem poder sobre as pessoas. Ao contrário do que a maioria das resenhas aqui dizem, Urras não é um planeta capitalista. O país A-Io é capitalista e Thu é socialista. E essa sutileza eu avalio como de extrema importância, porque apesar de terem princípios diferentes, tanto o socialismo quanto o capitalismo estão dentro de uma estrutura em que há uma lógica de poder (seja a burguesia no poder, seja o proletariado no poder), ao contrário do anarquismo, cujo princípio é ser contra toda forma de poder. Na vivência de Shevek em Urras, especificamente em A-Io, é possível ver uma sociedade capitalista, marcada pela desigualdade social e ausência de altruísmo.

Em meio aos contextos políticos em que Shevek está inserido, tem o desenvolvimento de sua teoria científica e um conflito moral quando o protagonista percebe que até a ciência (ou melhor, a divulgação científica e a aplicabilidade de um conhecimento científico) está estritamente vinculada a uma série de princípios ideológicos.

3 estrelas porque o estilo da escrita é cansativo, mas essa é uma opinião pessoal, não uma análise técnica do texto, porque, em conformidade com o gênero, faz todo sentido que seja mais descritivo. No início é ainda mais cansativo, mas depois a escrita vai melhorando.
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Carlos Souza 20/01/2023

"A pedra não pode chegar até a árvore."
Minha Nossa Senhora da Bicicletinha...
Mais uma vez, Ursula K Le Guin fez seu nome.
Eu já havia lido "A mão esquerda da escuridão" no ano passado, e, já na primeira experiência me tornei fã dos livros da autora. Nesse livro temos inúmeras discussões explícitas e implícitas. Ambos os tipos de debates são fantásticos, mesmo que cansativos em alguns momentos. Realmente, Ursula faz uso da sua metáfora mais conhecida, talvez, e, que moldou uma série de influências na Ficção Científica no geral, ou seja, refiro-me ao famoso texto sobre como os autores devem "mentir" o suficiente para, em seus respectivos universos, gestarem verdades e críticas sociais.
Em "Os despossuídos" temos uma trama direcionada ao cenário científico e que reflete/problematiza os embates realizados nos "micro-cosmos" de cada campo disciplinar. O personagem principal em si, demonstra-nos até que ponto um pesquisador moldado e versado em ideias "humanísticos"/disseminadores do conhecimento pode enfrentar problemas frente ao princípio da "propriedade privado do conhecimento" e da oposição ao pensamento excludente do Estado. Le Guin, sendo ela quem é, aciona uma série de conhecimentos teóricos de seu tempo para ao decorrer da obra "fantástica" demonstrar como a aplicação de medidas restritivas ao desenvolvimento científico está diretamente ligada ao processo de manutenção das desigualdades sociais.
Ao decorrer do livro, todos os debates acima citados são situados em um ambiente diplomático/conflituoso de duas sociedades (maneira mais simples de explicar) que podem ser entendidas como "etapas" diferentes dos princípios éticos e morais. Sendo assim, Shevek (originário de Anarres) começa uma espécie de expedição para fortalecer os laços/criar contatos com o planeta irmão ao seu (Urras), com isso, temos um encontro/estranhamento entre traços culturais, sociais e políticos, tudo isso em paralelo aos avanços do estudo da "Simultaneidade".
O enredo do livro é tão complexo e bate em tantas teclas que, sinceramente, acho difícil resenhar com justiça seu conteúdo. Temos reflexões filosóficas, pisões anarquistas, pisões socialistas, diálogos sobre solidariedade. Em geral, o babado é louco. Um último traço que não posso deixar de destacar, no caso, um traço da escrita dela, os debates sobre gênero e misoginia, dentre outros.
Por fim, e acredito que em síntese, "Os despossuídos" é uma experiência, é agregador, é lindo e atemporal.
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Matheus.Ferrari1 19/01/2023

Um sistema anarquista pode ser implantado com sucesso? Não, pois é necessário o mínimo de ordem para desenvolvimento.
Um sistema autoritário pode ser implantado com sucesso? Não, pois é necessário o mínimo de liberdade para convívio.

Nesse contexto, Ursula LeGuin cria dois planetas (ou um planeta e sua Lua, dependendo de qual lado do "muro" você está).
Anarres é um planeta anarquista, livre de posses, fundado a partir de pessoas que fugiram do planeta Uras após uma revolução. Uras é capitalista,
um modelo que permite a existência de pessoas muito ricas e pessoas muito pobres, onde tudo é possível tendo dinheiro e possuindo
coisas de quem não o tem. Uras e Anarres vivem em relações um tanto quanto hostis entre si, como se realmente houvesse um muro entre ambos, porém dependem um do outro.

Anarres possui a ideia de sociedade utópica, mas é isolado. Uras é avançado tecnologicamente, mas muito desigual. O ideal seria a aproximação dos planetas.
É com essa ideia que Shevek, um físico anarresti, parte pra Uras com a intenção de estreitar relações a partir de uma teoria que ele está desenvolvendo.
Porém, ao chegar lá, ele se vê em um sistema completamente diferente do que está habituado e percebe que essa viagem pode ser muito mais perigosa do que imaginava.

Esse livro me deixou confuso no começo, demorei um pouco pra engrenar pelo fato de sermos jogados lá no meio da história, além das transições entre passado e presente, mas aos poucos vamos entrando no contexto.
É muito interessante a ideia da autora de comparar planetas com sistemas completamente opostos, mas sem tomar lado nenhum, mostrando que ambos possuem suas qualidades e defeitos, sendo a mistura dos sistemas o mais ideal,
pois jamais haverá um sistema perfeito, já que o ser humano é imperfeito por si só.
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Carla.Ligia 15/01/2023

Úrsula é Úrsula
Gente, como não amar esse universo alienígena e tão humano. Especialmente suas discussões tão humanas sobre liberdade, estado, família e poder?
Ou você ama a Úrsula, ou você ama a Úrsula, não tem como ser diferente.
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Yohan.Barbato 14/01/2023

Despossuídos do que?
Esse foi o primeiro livro que li dessa autora, e devo dizer que ela é brilhante.
A narrativa é incrível, a complexidade das identidades e pensamentos dos personagens nos leva a questionar sobre nossas próprias filosofias de vida.
Solidão, propósito e ideal são os principais temas tratados pela autora.
Não é um livro sobre aventura ou ação, por mais que aja pitadas desses elementos na história, não espere grandes viagens dignas de óperas espaciais.
Os Despossuídos, trata de liberdade, e o que de fato isso significa, porém, caberá ao leitor analisar os argumentos filosóficos expostos no decorrer do livro para chegar a uma conclusão.
Espero logo mais ler outras obras dessa autora, pois, não consigo colocar em palavras o quanto amei essa filosófica história de revolução da autora, Úrsula K. Le Guin.
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Thiago.Moreira 13/01/2023

Rende boas discussões
O início e o fim são bons, o meio é um pouco arrastado, na minha opinião. É um livro bem cabeça (como todas as obras da autora). A mão esquerda da escuridão me chamou mais atenção.
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Goncazevedo 13/01/2023

Quanto custa a revolução?
Meu deus que jornada! Esse livro me fez ficar horas e horas refletindo sobre quem eu sou e como eu devo levar minha vida. Chega a ser chocante como um livro de 1975 possa ser tão atual, mais do que nunca a discussão sobre o perigo comunista e o mal capitalista é um tema que assombra muitas pessoas e a forma com que esse livro trata isso é genial. Conseguir mostrar os absurdos de um mundo de proprietários ressaltando que, mesmo em uma sociedade livre, a natureza do ser humano é a dominação já é impressionante. Fazer isso tendo como foco central a física teórica, é genial!

A escrita é brilhante e é surpreendente como a autora escreve sobre política, filosofia e física com a mesma profundidade e coerência. Minha única crítica é a demora que o livro tem para trazer emoção ao leitor, fora isso é uma excelente viagem.
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Jéssica 09/01/2023

Os despossuídos
Fiquei bastante curiosa com o título, tentando imaginar que tipo de história se passaria sob ele. Quando conheci a sociedade anarresti e seu modo de vida, o título me pareceu tão claro o óbvio que não conseguiria imaginar nenhum outro. A história me cativou do início ao fim, pela simplicidade do enredo e dos personagens, a propósito, composição de personagens me parece ser o forte de Ursula Le Guin e, neste livro não decepcionou: o personagem principal é simples, forte e cativante. A ideia geral do livro é apresentar os "despossuídos", os colonizadores de Anarres, sua sociedade, sua organização, assim como o modo de vida de Urras, completamente contrário ao de Anarres. E, nessa apresentação dos dois mundos, nos pegamos pensando sobre nosso próprio estilo de vida; o que é essencial? O que é moral? O que é liberdade?
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Matheus656 05/01/2023

A alguns anos atrás tentei ler Os despossuídos mas não passei das primeira páginas. Achei monótono. Hoje percebo que tomei a decisão mais acertada possível na época. Se trata de um livro complexo, que trata de assuntos absolutamente necessários. Anarquismo, capitalismo e socialismo se confrontam ao poder da agência e do devir em sociedades completamente distintas, mas que moralmente travam batalhas muito similares. Afinal, onde se encerra e onde se começa o direito individual e sobre o outro?
Ursula reflete sobre todos esses assuntos numa leitura densa e não linear. Envolve física e astronomia, mas acima de tudo trata do desejo.
E nesse turbilhão de assuntos macro que prevalecem numa sociedade multiplanetaria, é ainda o micro que move as pessoas. É a aprovação acadêmica, é a família, a amizade e a desavença.
Em todas as suas obras Ursula parece tratar do ser humano como esse personagem cinza e protagonista da sua própria existência. Nem bom, nem mal, aqui não há maniqueísmos. Há apenas a contemplação a vida.
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