Cami @leiturizar 27/09/2017Gostei muito!A vida de Will já era complicada pelo fato de ser somente ele e sua mãe para cuidarem da casa. Além disso, o garoto não ia bem na escola, mas sempre nutriu um gosto peculiar em programar jogos para computadores e quando seus amigos Alf e Clark sugerem um plano para pegar a Playboy do mês que continha fotos da queridinha dos Estados Unidos, a sua vida muda de ponta cabeça.
Acontece que Alf estava mais interessado em ver as partes íntimas da apresentadora e planeja um assalto, só que não é bem assalto se você invade o estabelecimento de madrugada e deixa o dinheiro na caixa registradora, certo? A ideia era se tornar amiga da filha do dono da loja, mas as coisas saem terrivelmente errado e como tudo na vida, haverá consequências.
"O herói se arrastava pela tela com os guardas se esforçando para persegui-lo, como se estivessem meio atolados na lama. Jogar o jogo era como escutar um disco de 45 em 33 rpm: dava para entender o conceito básico, mas, passado um minuto, aquilo enlouquecia a gente."
A história é leve, fluida e muito divertida. Faz o leitor viajar no tempo em uma época onde nem todos tinham computadores em casa e os códigos de programação eram muito mais complexos do que atualmente. Will nos leva a uma dimensão totalmente inesperada e envolvente. O clássico que todo fã de jogos gostará de ler!
Will é um garoto que nunca teve muitas expectativas na vida, mas então Mary, a filha do Sr. Zelinsky, o proprietário da loja, aparece com uma proposta de uma competição entre os maiores gamers da época e então os dois começam a trabalhar juntos em um jogo revolucionário e original, mas o que ele dizia aos amigos é que estava conquistando a moça para conseguir a senha e assim ter passe livre para a Playboy.
"De repente tive vontade de estar a léguas de distância de Mary. Eu me senti idiota por ter tentado, e mais idiota ainda por ter mostrado a ela o jogo. Planet Will Software! Onde eu estava com a cabeça?"
Os capítulos começam com códigos de programações antigas, algo bem temático e de acordo com os cenários. O projeto gráfico que a editora arqueiro desempenhou está fantástico! Outro ponto legal também é que em alguns momentos Will conversa com o leitor, quebrando a quarta parede, o que me fez gostar ainda mais da obra.
Não posso deixar de parabenizar o autor pela riqueza de detalhes na obra! Esse é o tipo de livro que cativa fãs de todos os públicos e tem um apreço especial para a comunidade geek. Qualquer semelhança com Stranger Things é mera coincidência (bem pouca mesmo, quase nada). A história é bem original, pelo menos eu nunca li nada parecido e adorei viver essa aventura ao lado de Will e seus amigos.
"E eis o que acontecera. Após 14 anos de mau futebol, de basquete ruim, de notas deploráveis, e de fazer péssimas escolhas no quesito moda, após 14 anos sendo eu mesmo, eu não estava acostumado a elogios."
Por falar em amigos, Clark e Alf são os amigos que todo garoto solitário sonha em ter! Eles são muito unidos e topam qualquer parada pelo bem da amizade. Foi muito sensível e interessante da parte do autor destacar esses laços e atenuar a importância da família também. Mas sou suspeita para falar, pois adoro livros juvenis.
Recomendo a obra a todos que se consideram geeks, ou que gostariam de ser, pois essa obra vai mudar a sua vida com certeza!
"Eu não sei onde ela arranjava aquela segurança. Era como dizer: a gente não precisa aprender todo o mandarim chinês; só precisa aprender o suficiente para traduzir o Discurso de Gettysburg. Mary tendia a acreditar que tudo era possível desde que a gente de dispusesse a tentar."
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