Nattália Azevedo 14/02/2018
Perto o Bastante Para Tocar
Perto o Bastante Para Tocar é minha primeira resenha de 2018, eu o comprei na Bienal do ano passado, mas acabei adiando a leitura por alguns meses, o que foi um grande erro, porque esse livro é fantástico, ganhando meu coração logo nas primeiras páginas, sendo capaz de me arrancar de uma espécie de “ressaca literária” das brabas hahaha.
Nele vamos conhecer a jovem Jubilee Jenkins, que sofre de uma alergia rara a pessoas, isso mesmo, ela tem alergia a pessoas. Essa enfermidade tira muito da nossa protagonista, já que ela não pode levar uma vida normal como qualquer criança, adolescente ou adulta. Sem abraços, beijos ou demonstrações físicas de carinho vindas daqueles que ela ama.
Ainda na adolescência Jubilee passa por uma situação constrangedora e quase mortal, o que a faz se esconder do mundo dentro de sua pequena casa, tendo como única companhia a mãe, já que a protagonista nunca conheceu a identidade de seu pai. Meses depois sua mãe acaba se casando, o que a faz mudar de cidade, deixando Jubilee completamente sozinha, a única coisa que as matem ligadas é uma simples ligação algumas vezes ao longo do ano e um cheque, enviado por sua mãe, todos os meses para que ela possa se sustentar.
Sem mais ninguém ao seu lado, a jovem passa a de fato viver uma vida de isolamento, fazendo tudo pela internet, como compras, estudos e etc.
Nove anos depois a mãe de Jubilee acaba falecendo, o que interrompe não somente os telefonemas esporádicos como também com os cheques, sem opções para se sustentar e com dívidas que aumentam a cada dia, a jovem decide enfrentar seu maior medo, sair de casa em busca de um trabalho. Com o auxilio de uma colega da época da escola, ela consegue trabalho como bibliotecária na biblioteca municipal e é justamente lá que ela conhece Eric e seu filho adotivo Aja.
Eric é uma espécie de administrador de empresas, que após a morte de seu melhor amigo e esposa, decide adotar o filho do casal, esse é o golpe final em seu casamento, que já andava mal das pernas há tempos, como se tudo isso não bastasse ele também acaba se afastando da filha adolescente após uma discussão.
O pequeno Aja acaba sendo o elo que une Eric e Jubilee, já que graças a ele seu pai adotivo e sua mais nova “colega” também se tornam amigos.
O envolvimento dos protagonista é algo lindo de se ver, a autora foi de uma sensibilidade incrível em cada página, narrando como pessoas podem se apaixonar mesmo sem ter se beijado uma única vez. Nem preciso dizer que derramei muitas lágrimas, diante da aflição de amar alguém e não poder demonstrar esse amor, através de pequenos toques, carinhos, sem ter uma luva ou peças de roupa no meio.
Também tenho de fazer uma destaque especial para os personagens secundários, muito bem escritos e maravilhosos, como a louquinha da Madisom e todos os funcionários da biblioteca, assim como seus frequentadores.
O final foi algo extremamente envolvente e ao mesmo tempo incerto, tanto que acabei a última página sem saber o que de fato pensar. Através do facebook, entrei em contato com a autora, que sanou todas as minhas dúvidas e fez meu coração de leitura apaixonada voltar a bater e a suspirar por Jubilee e Eric, um casal tão fofo, sensível e envolvente, capaz de ganhar um lugar mais que especial em meu coração.
Por essas e outras indico esse livro de olhos fechados e me arrisco a dizer que me sinto um pouco incapaz de demonstrar através de palavras tudo o que ele representou para mim, por isso, leiam vocês mesmo e se encantem, assim como eu.
BOA LEITURA...