Triste Fim de Policarpo Quaresma

Triste Fim de Policarpo Quaresma Lima Barreto




Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma


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Lucas Felpi 02/06/2020

Um dos melhores reflexos da realidade brasileira. A sátira sobre um homem coitado bem-intencionado que termina em tragédia (como diz seu titulo) constitui a crítica que Lima Barreto faz à dificuldade brasileira em resolver seus problemas de base: na cultura, na agricultura, na guerra. Uma obra histórica que se mantém pertinente e atual.
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Zuarete 23/04/2023

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Finalmente tive o prazer de descobrir porque esse livro é uma classico, pois retrata com precisão o Brasil e a angustia do povo.
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lukascione 21/08/2021

A Pátria é uma quimera
Quantas camadas em um único romance, quantas reflexões, quantos detalhes a serem percebidos e compreendidos. Não é por menos que tem, finalmente, sido reconhecido como um grande clássico da literatura nacional.
A narrativa acompanha a vida de Policarpo Quaresma, um patriota ferrenho do subúrbio da capital, suas reflexões acerca do que é ser brasileiro, suas atitudes em relação a isso, suas observações, conclusões e reflexões em torno do assunto. Pode parecer chato e superficial descrevendo assim, mas o romance é uma grande novela, repleta de personagens interessantes, pequenas histórias, reviravoltas e acontecimentos inesperados, além da ironia, que descobri ser marca da escrita de Lima Barreto. Tudo isso me manteve extremamente ligado ao romance, querendo saber o que viria em seguida. Como o título já diz, em algum momento chegaremos ao fim de Policarpo, e sendo bem verdadeiro eu esperava pelo triste fim, mas não sabia que ia ser tão arrasador. Foi o que eu esperava, ao mesmo tempo que não foi e por isso foi tão pesado.
As críticas muito bem estruturadas, o retrato bem real do início da primeira república no Brasil e a presença de uma diversidade própria do país merecem destaque e me chamaram muito a atenção. Assim como a reflexão, que me marcou muito, de que a ideia de Pátria é (ou deveria ser) constituída de tantas partes desconexas que se assemelha à quimera, e, igualmente ao animal mitológico é uma ideia distante e inalcançável.
A edição da Antofágica ajudou muito na leitura com as notas de apoio, além do acabamento impecável, ilustrações magníficas e material de apoio de primeira. A diagramação é conforta pra leitura, e apesar da fonte em cor azul, a leitura não fica cansativa e o ritmo é acelerado. Entrou pra minha lista de favoritos e que vou recomendar a leitura, e, muito provavelmente, vou buscar ler outros livros do autor, porque a escrita dele me cativou.
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gabriel 10/02/2022

Nunca estude tupi

Achei o livro ótimo, é meu primeiro contato com o autor e estou surpreso com a qualidade da sua escrita. É muito melhor do que eu imaginava, os parágrafos se desenrolam muito bem e são muito agradáveis de ler. É um estilo que transita entre o poético e o irônico, ele às vezes exagera na "pompa" com que descreve as coisas, mas no geral ele consegue equilibrar isso com um senso de humor ótimo.

É um livro que dá vontade de ler mais de uma vez, não só para rever e notar alguns detalhes, como para ter contato novamente com a sua escrita, que é muito prazerosa. Certamente irei fazê-lo depois de um tempo.

A nota é um tanto arbitrária, é um quatro estrelas que pode ser tranquilamente visto como um cinco estrelas. Só não coloquei a nota máxima por motivos pessoais, algo nele não me pegou tanto, não me deu aquele envolvimento que alguns livros já me deram, então procurei marcar isso. Mas pode ser um problema mais meu do que do livro, o livro em si é ótimo e adorei a leitura.

Policarpo é um sujeito ingênuo, um nacionalista inócuo, que desperdiçou a vida estudando assuntos inúteis sobre o país. Ao ser envolvido em uma série de acontecimentos, vê o seu idealismo se desfazer diante de uma realidade fria e cruel. O livro, no entanto, trata este tema com muito bom humor, e é no geral um livro bastante engraçado.

Algumas cenas são impagáveis. As descrições de certo político (omito o nome para evitar spoilers) são ótimas e é um dos melhores momentos do livro. A ironia está por todos os lados, muitas vezes envolvendo militares (o que dá um ar "quixotesco" ao livro). Major, o personagem Policarpo se vê envolto numa guerra às formigas, numa fazenda na qual se meteu, sem qualquer experiência no assunto.

Policarpo talvez seja uma espécie de "nowhere man" nacional, aquela figura tão bem descrita por John Lennon em famosa música. Faz as coisas do nada, estuda muito, aplica muito método sobre coisas inúteis, e nenhum sobre coisas factíveis... um sonhador que cativa, com o qual facilmente nos identificamos. Mas que também nos dá pena e nos desola.

O livro tem um tom pessimista e crítico, transita por muitas personagens e consegue manobrar bem entre todas elas. Com o risco de soar anacrônico, digo que enxerguei uma crítica ao sexismo da época (ou machismo, se preferir). Há muitas cenas envolvendo casamentos indesejáveis, um modo de opressão da mulher. Ele trabalha bem este aspecto, inclusive envolvendo uma situação-chave bem importante.

Há análise psicológica e social, lembrou um pouco Machado de Assis neste sentido, mas sem ser tão mordaz ou sutil como este. Aqui ele joga mais na cara mesmo, o que não é pior nem melhor, apenas diferente. Achei muito bom também. E como no velho bruxo, a classe média aqui é retratada como interesseira e fútil.

O livro me lembrou um pouco o filme "Cronicamente Inviável", de 2000. O filme tem um pessimismo bastante similar ao do livro, ainda que trate de temas e de uma época diferente. Aquela sensação eterna de que o Brasil "não dá certo" (o que eu não concordo, mas é um sentimento compreensível).

Jamais estude tupi. O personagem principal é zoado e diminuído por este pequeno hábito, de estudar a língua mais importante das antigas nações indígenas. Uma pequena anedota pessoal, mas também já passei por isso. Fiz um semestre de tupi antigo na FFLCH-USP, com o lendário professor Eduardo Navarro, talvez o maior especialista da língua no país. Obviamente virei piada entre amigos e familiares. Até hoje, lembram deste fato ocasionalmente, sempre em tom de humor.

Apesar de eu não ficar bravo, e até rir com o fato (e dar munição para as brincadeiras), não deixa de ser um pouco triste. Por que isso deveria ser motivo de piadas, afinal? A Nova Zelândia tem muito respeito pelo maori (a língua dos nativos) e a ensina normalmente; o país basco se orgulha de sua língua, etc etc. Isso mostra que, por trás de muitas brincadeiras, opera uma espécie de "maldade antiga", um descrédito por nossa cultura. Aqui, o livro a retrata muito bem.

É um livro, então, com muitas camadas, um olhar cuidadoso e inclusive bem humorado por várias facetas da nossa nacionalidade, do nosso pessimismo, estagnação, a burocracia que emperra e oprime, coisas que permanecem em alguma medida até hoje.

É certo que evoluímos muito, somos um país industrializado e com cidades modernas, porém a identificação que o livro gera, mostra que ainda temos muito daquela realidade descrita por Barreto. Isto, unido à habilidade literária do autor, torna o livro imperdível.
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Erica 07/05/2021

Achei a escrita muito floreada, palavras difíceis usadas só pra deixar o texto mais chique. Clássico do XIX, prefiro Machado.
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Camila.Szabo 23/12/2021

Antigo e atual
Me surpreendi em como gostei de reler este livro. Li a primeira vez lá no ensino médio, muitos anos atrás e acabei me interessando em reler com uma leitura coletiva.
Lima Barreto tem uma escrita crítica e um pouco debochada. Os temas são assustadoramente atuais, guardadas as proporções, principalmente a superficialidade em que são tratados pelo Policarpo os problemas do país e o patriotismo exagerado que o faz meter os pés pelas mãos.
Em certos momentos senti dó do nosso protagonista por sua ingenuidade e por sua perseverança em perseguir a própria ilusão.
Só não dei uma nota maior pq em alguns momentos senti um pouco arrastado, mas super vale a pena.
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Svinicius 23/03/2021

Ótima crítica
Um livro incrível, ótima sátira e críticas diretas. Infelizmente o meu problema com ele é que o livro se torna um pouco cansativo, o que não deixa o livro fluir em alguns momentos.
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Fernanda Taniz 01/04/2021

Gostoso de ler e várias reflexões sobre o que o autor quis mostrar. Em algumas partes eu me perdia na leitura, acredito que seja características do autor, no outro livro dele aconteceu também.
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Otto 22/06/2021

O que é a Pátria?!
O Dom Quixote do Brasil, lambuzado pela ironia e sarcasmo de Lima Barreto e marcado por uma das maiores críticas à sociedade brasileira da velha república, que coincidentemente respinga na atual e conta numa versão tragicômica a resposta da pergunta: afinal, quem somos nós brasileiros?
Além de tudo o que é possível captar pela simples leitura desse romance, a edição da antofágica trás um brinde da crítica(acadêmica e popular) que amplia a real experiência e compreensão da obra...poxa, me fez deixar de querer dar 4 estrelas e sentar o dedo furiosamente no 5 estrelas. O que teve de tão extraordinário assim? Bom, ai vai ter que ler né...sinto muito...
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Tamires Durães 30/12/2021

A audácia de Lima Barreto
Minha primeira leitura do autor e fiquei empolgadíssima com essa sátira atemporal. Essa narrativa que retrata o final do século XIX poderia ser facilmente atribuída aos dias atuais. Me surpreendi com a escrita fluída, apesar do vocabulário difícil em alguns momentos, bem como algumas passagens excessivamente descritivas, tornando o ritmo de leitura oscilante. Em relação ao protagonista que dá título à obra, Policarpo Quaresma é de fato um visionário e um pobre coitado. Me simpatizei com a personagem "extremamente patriota", apesar de cômico, também tive muito apreço por Olga, uma mulher singular e à frente do seu tempo. Lima soube pontuar um leque de críticas sociais e aproximar o leitor de uma realidade política intragável.

"Não é só a morte que nivela; a loucura, crime e a moléstia passam também a sua rasoura pelas distinções que inventamos."

Estou ansiosa para conhecer mais obras do autor, penso que a próxima será Clara dos Anjos. Além disso, apesar de nunca ter tido interesse por Dom Quixote, Quaresma recebe o adjetivo de quixotesco, me despertando a curiosidade de ler a obra. Essa intertextualidade é um enorme diferencial em obras literárias.
Joao 30/12/2021minha estante
Parabéns pela resenha, Tamires!! Eu particularmente adoro esse livro, assim como a maioria das coisas que Lima Barreto escreveu. Continua na jornada com ele que tenho certeza que você não se arrependerá.
E Policarpo já é um patrimônio nacional eheheh. Um dos melhores personagens já escritos


Tamires Durães 30/12/2021minha estante
Não é? Apesar dos pesares, caramba como me afeiçoei por ele hahahaha




Lara 24/04/2020

História datada em tempos de Marechal Floriano Peixoto, o patriota Policarpo Quaresma vive as suas desventuras em defesa do que acredita de um jeito que me prendeu a leitura. Recontando a história aos meus verbalmente, a riqueza de detalhes vinha a tona devido a toda a oferta feita por Lima Barreto nesse clássico. O título traduz a indignação pelo fim que levou nosso protagonista.
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Lusia.Nicolino 01/11/2022

O sonho dele continua válido
O que você leu na adolescência, para trabalhos escolares, ainda lê sob a mesma perspectiva? Acredito que não. Eu leio tanto, com indicações e descobertas de tantas fontes diferentes, que de vez em quando preciso de uma pausa. Essas pausas são ótimas para releitura de clássicos da nossa literatura. E O triste fim cumpre bem esse papel. Uma volta aos costumes do Rio de Janeiro de outros tempos – da desconfiança em relação ao violão – tão popular e quase indigno instrumento! Policarpo, do alto de sua biblioteca, alimenta o seu nacionalismo, o seu amor pela pátria – e até enlouquece – nosso Dom Quixote. Tem sonhos em relação a mudanças políticas, a agricultura, um país tão rico e tão mal administrado. O sonho dele continua válido e nós continuamos enlouquecendo! Mas vale a leitura!

Quote: "Nunca sofrera críticas, nunca se atirou à publicidade, vivia imerso no seu sonho, incubado e mantido vivo pelo calor dos seus livros. Fora deles, ele não conhecia ninguém; e, com as pessoas com quem falava, trocava pequenas banalidades, ditos de todo dia, coisas com que a sua alma e o seu coração nada tinham que ver."


site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lu_nicolino_le
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JB.12 19/01/2022

Lima Barreto, tu que és um visionário!
Esta obra clássica não nos entrega apenas a história de um homem perdidamente apaixonado pela sua pátria, mas também a realidade nua e crua que ele não foi capaz de enxergar até o momento da sua morte. O processo de desilusão do personagem é o maior feito de Lima Barreto com essa obra, pois é nesse desenrolar, que o autor nos dá a sua visão crítica a respeito do contexto social de uma República recém formada. É interessante a forma como absorvemos o sentimento ingênuo de Quaresma com os seus sonhos, e como criamos depois um sentimento penoso quando o mesmo se ver desiludido.
Ademais, é verdadeiramente triste observar não somente o fim trágico do personagem, mas também a história relacionando-se com as estruturas ao ponto de enraizar mazelas sociais de séculos passados para os dias atuais. Nesse país o estrutural é bastante visível no cotidiano, tantos nas questões raciais e misóginas abordadas, como também no autoritarismo criticado pelo o autor. É dessa forma, que este livro se constrói como um clássico.
Sobre as impressões quanto à Policarpo, é verdade que sentimos pena, mas o próprio personagem é passível de críticas, sobretudo pelo fato de que suas escolhas ingênuas possuem consequências. Ele escolheu o autoritário e padeceu nessa escolha, se deu conta tarde. Vidas foram perdidas e sacrificadas. Daqui há um século dirão que Lima Barreto escreveu sobre o Brasil de Bolsonaro, mas foi o de Floriano. Bem... Eu não julgo a confusão, ela é triste e coerente.
Denise Ximenes 19/01/2022minha estante
Excelente! Parabéns pela resenha!




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