spoiler visualizarTrindade 10/04/2023
Silêncio e solidão
Um faroleiro e sua esposa tiveram um filho que, por conta de sua aparência, jamais saiu da pequena ilha que abriga o farol. Depois da morte da mãe, o pai, que morreu alguns anos depois, deixou um marinheiro encarregado de levar comida ao, agora, adulto de 50 anos. Esse marinheiro jamais viu o recluso do farol, mas tudo muda com a chegada de um novo assistente desse marinheiro, que por pena ou por curiosidade, tenta ajudar o habitante solitário da ilhota.
Esse livro em quadrinhos não tem muito diálogo e dá para ler muito rápido. É divertido e prende sua atenção. As suposições que você vai fazendo durante a leitura são o objetivo dessa obra, que te leva a pensar várias coisas como por que o marinheiro nunca tentou ajudar, como ele consegue ficar lá sozinho e como os pais fizeram isso com o próprio filho, se foi para o proteger, é uma forma bem torta de fazer isso.
O marinheiro que devia provisionar a ilha disse que os moradores daquele lugar não gostam de se meter na vida dos outros. Isso pareceu uma desculpa para não ter que ajudar mais.
O solitário do farol permanece em silêncio durante quase todo o quadrinho. Tem um peixe de companhia e seu dicionário para passar o tempo. Com a ajuda do assistente, ele ganha algumas imagens para ver o mundo lá fora.
No fim, ele solta o peixinho no mar (espero que seja um peixe de água salgada), joga o dicionário na água e pega uma corda. No início pensei que ele tentaria se suicidar (a corda era um pouco fina, mas vai que), no entanto ele amarra uma pequena mala para, finalmente, sair da ilha. O que uma ajudinha não faz, não é mesmo?