As fúrias invisíveis do coração

As fúrias invisíveis do coração John Boyne




Resenhas - As Fúrias Invisíveis Do Coração


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Layla 07/01/2020

Uma (re)conexão em forma de livro
ALERTA: Este livro aborda temas fortes. Se você estiver deprimido ou passando por algum problema emocional, talvez este livro não deva ser lido por você neste momento.

Há uma teoria, chamada de A Teoria dos Seis Graus de Separação, que foi baseada num estudo científico que indica que são precisos apenas seis laços de amizade para que qualquer par de pessoas no mundo estejam ligadas. A explicação é longa, os exemplos inúmeros, contudo, o que esta tese levanta e confirma, e que traduzo em poucas palavras, é o fato de que o mundo é muito pequeno. Caso tenham ficado curiosos, vocês podem encontrar casos incríveis pela Internet, entretanto não é preciso muito para ver essa teoria tomando vida. As redes sociais e nosso constante ir e vir de relacionamentos mostram isso diariamente.

Esta teoria, o fato de estarmos mais próximos das pessoas do que imaginamos, é impressionante. Mas é impressionante na mesma medida em que é frustrante. É impressionante, pois há, agindo em todos os momentos, essa... imediação desconhecida; dando um exemplo comum, às vezes esperamos eras para encontrar alguém – seja um amigo, um amor, um familiar – que descobrimos, depois, que é primo de um conhecido, que estudou com aquele amigo de longa data, que trabalhou na empresa x, com o vizinho da casa ao lado. E é frustrante, justamente por haver essa imediação desconhecida, por podermos procurar alguém por anos, quando essa pessoa está tão perto, sem nunca percebermos, ou apenas percebermos tarde demais.

AS FÚRIAS INVISÍVEIS DO CORAÇÃO conta a história de Cyril antes mesmo de ele nascer. A narrativa é ambientada na Irlanda extremamente patriarcal, machista e homofóbica de 1945, logo após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, e acompanhamos o desenvolvimento de nosso protagonista desde seus primeiros meses na barriga da mãe até os seus últimos dias de vida, décadas depois. Boyne mostra o conceito perturbador que se tinha dos relacionamentos homoafetivos, da AIDs, do pensamento da época quanto às mulheres, e a mudança (ou estagnação) dessas questões ao longo do tempo.

Por esses fatores e a somatória de alguns outros, esta foi uma leitura difícil de se fazer. Eu demorei quase três meses para finalizá-la, isso porque tinha de fazer pausas para conseguir digerir um acontecimento doloroso no livro, e então seguir em frente, seguir para o próximo acontecimento tão doloroso quanto – senão mais. Um dos aspectos mais horríveis – e mais consistentes, já que arquiteta os fatos para tornar a vida de Cyril concreta – nestas páginas, é o conhecimento de que todo o preconceito pontuado, todo o ódio descrito, cada atentado contra as pessoas, principalmente as medidas tomadas contra os homossexuais, ocorreram de verdade no século passado. E pior: que ainda ocorrem. Além disso, não havia um âmbito na vida do protagonista em que houvesse alegria: o contexto familiar dele é, na maior parte do livro, de relacionamentos superficiais; o amoroso é caracterizado por um amor obsessivo e sua impossibilidade de se tornar real e, quando tem uma perspectiva positiva, a supracitada alegria não é duradoura; o sexual é perigoso e abastado de saídas rápidas, homens desconhecidos, carregado com o medo de ser descoberto e punido. O livro não tem nada de leve, e as fúrias invisíveis, sem sombra de dúvidas, assolam o coração de quem lê.

É importante ressaltar que autor equilibra tal angústia constante com doses muito bem-vindas de humor, construindo uma narração irônica, com personagens que temperam ainda mais essa zombaria na contradição do ser, fazer e agir. Cyril é um personagem extremamente inocente, inocência que inspira preocupação e até raiva no leitor (em alguns momentos quis abraçá-lo e protegê-lo do mundo, em outros, quis chacoalhá-lo até que acordasse pra vida e percebesse o quê, de fato, estava acontecendo), e acaba por se meter em situações e conversas que dão certo alívio cômico à história. É dolorosamente engraçado, ou burlescamente doloroso, dependendo do ponto de vista.

A experiência de acompanhar toda a vida do protagonista é muito rica. Não sou muito adepta a livros que narram tanto tempo de história, já que os poucos que li no mesmo estilo, não foram lá grande coisa. A leitura da obra de Boyne fora muito boa, pois a transição de fases – infância, adolescência, vida adulta, meia idade, velhice – de Cyril foi congruente, recheada de fatos históricos, englobando personagens e uma sucessão de acontecimentos que enlaça a história como um todo, mostrando a conexão presente, embora nem sempre evidente, que existe entre os que fazem parte das muitas linhas desta leitura. Eu senti nessa evolução certa intimidade com o protagonista. A visão ampla de estar com um personagem durante todos os seus dias, dá a oportunidade ao leitor de refletir quanto a sua vida, quanto a seus amores, e possibilita observarmos o amadurecimento do protagonista, a resiliência inegável que ele demonstra, o aprendizado e ampliação de empatia e compreensão que ele pode causar em quem o lê.

Eu ri e chorei constantemente entre um capítulo e outro, mas os sentimentos hostis fizeram parte desse envolvimento, o que não facilitou a leitura. Senti raiva pelo protagonista, pelos personagens que lhe faziam mal (que são muitos), pelo desprezo e falta de importância que seus pais lhe davam e pelo desencontro e desconhecimento de Cyril para com alguém tão fundamental e que expressa tão bem quão impressionante e frustrante o mundo é. Portanto, este é um livro que indico para todos, embora não seja um livro que eu indique ser lido a qualquer momento, apenas por ler. É uma obra que requer preparo psicológico (e preparo do coração de quem pretende conhecê-la).

Há, nesta história de edição bonita, com letras grandes e diagramação impecável, uma tristeza desesperadamente esmagadora, embora jovial e com tons brilhantes entre os escuros. Com explanações sobre a passagem do tempo, sobre nossos amores (os bons e os ruins), nossas diversas e incansáveis dores e da ironia presente em nossas vidas, AS FÚRIAS INVISÍVEIS DO CORAÇÃO nos (re)conecta com os alicerces imprescindíveis que existem a nossa volta e em nós mesmos, quebrando a distância que impomos em nossas relações e evidenciando o amor, não importando o nível de separação (seja um, sejam seis), a quilometragem ou nossas preferências.

“– O mundo – comentou ele, algumas semanas depois de conhecê-la – é um lugar terrível e a nossa desgraça foi ter nascido nele.
– Mas está fazendo sol – sorriu ela. Portanto, nós contamos pelo menos com isso.”

(resenha postada no blog GETTUB)
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Edna 05/01/2020

As Fúrias que você pode transpor
#trechosdolivro
"Nós detestamos aquilo que tememos em nós"

"...o mundo é um lugar bem ferrado. A gente nunca sabe o que vai encontrar ao virar a esquina e geralmente é coisa ruim"

"Mas está fazendo sol" "Portanto nós contamos pelo menos com isso"

#Minhasimpressões
Palavras de Catherine Goggin enxotada da igreja aos dezesseis anos, e que o Leitor vai acompanhá-la em sua trajetória, vai se emocionar e se encantar também com Cyril Avery, embora nunca tenha sido um "Avery" legítimo e acredite Ele ouvirá tanto essa frase que ficará gravada em seu coração.

John Boyne te coloca na história, te faz perder o o chão nas primeiras páginas e nos presenteia com esse Hino de Livro que travará sua garganta, e fará você se emocionar até as lágrimas com essa emocionante história tendo como Cenário, um dos países mais dotado de preconceitos do planeta, Irlanda, o País onde nasceu o Autor, que narra como se tivesse caminhando pelas ruas e convivendo com a crueldade das pessoas, e mesmo em uma cidade maior Dublin não será muito fácil, uma decisão tão difícil, perdas, marcam a história e seguindo, passar alguns anos em Amsterdam com os Personagens, abre um leque que o Leitor se surpreende com as mudanças e sente-se abraçados pela humanidade, e se chocar com Cenas Brutais no Central Park em Nova Iorque, mas não bastará, terá que continuar a tentar entender a crueldade iniciada na infância de Ignac um Esloveno que fará parte da vida e família de Cyril.
??
Críticas s/a Igreja católica, sociedade hipócrita, preconceito contra a mulher, homofobia, política,
prostituição infantil são temas fortemente abordados, tantos temas fortes com uma narrativa leve e cativante.
??
Não foi surpresa que encontraria uma grande história escrita em sua maturidade, mas não imaginava que seria tão grandiosa e arrebatadora que Ele exemplifica e trás à lembrança Autores maravilhosos e tb presenteia o Leitor com Personagens marcantes há conhecidos em outras viagens.

#algumascitações
"Eu ñ era um órfão dickensiano"

"Ao estilo do do Steve McQueen em Papillon.."

"Tristan Sadler. É o meu nome....desde que eu nasci." #Opacifista

#Bagagemliteraria
#Resenhaednagalindo
#CyrilAvery
#JohnBoyne
#Asfuriasinvisiveisdocoração
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Jefferson Vianna 28/12/2019

Livro simplesmente maravilhoso!
Como leitor e fã de John Boyne, eu não esperava menos deste romance tão maravilhoso. "As fúrias invisíveis do coração" é de fato um livro muito especial. A escrita do autor é fluída e envolvente, li as 536 páginas em pouco mais de dois dias, ou seja, prendeu muito a minha atenção. Durante a leitura somos convidados a desvendar a história de Cyril, nascido na década de 40, filho de uma jovem solteira, expulsa e humilhada pelo padre de sua congregação, que após saber da gravidez não vê outra alternativa a não ser expurgar a jovem moça. Sem ter como criar o filho recém nascido, entrega-o para um casal excêntrico e bem sucedido, tornando-o assim um "Avery", mas não um Avery de verdade, como é sempre lembrado pelos pais adotivos. Já na adolescência, Cyril sofre muitos preconceitos por ser homossexual e luta arduamente para esconder a sua real identidade de todos os amigos e familiares. Ao longo da narrativa podemos notar a marcante atuação da igreja, que (assim como nos dias atuais) não media esforços para controlar a vida alheia, ditando as suas regras a qualquer custo e condenando à todos que se diferem dos modelos, dito normais. Trata-se de um livro arrebatador, com personagens envolventes e que narra de forma triste e verdadeira a realidade daqueles que aos olhos de uma sociedade hipócrita, homofóbica e cruel, não possuem os mesmos direitos ao amor e a felicidade. Leitura mais do que recomendada.

Quote do livro: "Os sonhos é a representação subconsciente dos nossos verdadeiros desejos.", "Nós detestamos aquilo que tememos em nós mesmos..." e "A vida precisa continuar apesar dos pesares. Escolher viver ou escolher morrer."
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Marcos Mateus 18/11/2019

Um livro que deixa marcas
O que dizer desse livro? Perfeito, nossa tem que ser forte para começar e mais forte ainda para terminar. Me apaixonei por personagens incríveis, Catherine, Cyril e Bastiaan, dois personagens incrivelmente fortes e um homem apaixonante, o livro me incomodou um pouco nos momentos chave que cortava a narrativa e mudava de assunto retomando-o depois, porém é uma experiência incrível, mas tem que ter coração forte. Espero algum dia poder ver essa historia nas telona, pois merece muito, fico curioso para saber quem interpretaria o lindo do Julian, o simpático Cyril, a forte Cacherine, o apaixonante Bastiann entre outros personagens que fazem dessa trama rica e especial, poucos livros me emocionaram tanto( terceiro travesseiro e um estranho dentro de mim), é triste como toda essa estória tem muita realidade por trás e sabemos que a luta é longa e muitos países ainda passam por isso, como disse Cyril a mudança é longa e lenta, mas aos poucos vamos lutanto pelos nossos direitos, recomendo essa leitura a todos, mas leiam com o coração preparado para fortes emoções, felizmente no final o autor nos agracia com momentos muitos lindos que acalma a turbulência q a estória tem, me identifiquei muito com Cyril e acredito que muitos também, queria que todos lessem esse livro, principalmente os preconceituosos na esperança que deixassem morrer esse preconceito q tanto afeta a todos em diversos âmbitos seja pessoal,profissional, saúde.
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Dressa Oficial 11/11/2019

As Fúrias Invisiveis do Coração
Olá, tudo bem com vocês?

Será que todo mundo que ama livros assim como eu também ficou abismado com o que aconteceu na Bienal do Livro esse ano no Rio de Janeiro?

Onde o prefeito da cidade quis etiquetar os livros LGBT para maiores de 18 anos ? Inclusive histórias em quadrinhos?

Se esse prefeito fosse ler este livro ele ficaria horrorizado, pois além de se tratar de uma história de um menino gay tem várias cenas cômicas, mas que falam palavras de baixo calão e nem por isso me "tornei" gay depois de ler o livro.

Muito pelo contrário passei a respeitar ainda mais quem se assume e tem coragem para tal atitude, afinal quem deveria ser preso e proibido de fazer alguma coisa seria esses políticos que roubam cada vez mais o nosso dinheiro tão suado.

Mas vamos para o livro que amei demais e quero muito contar sobre.

John Boyne é autor de vários livros famosos um deles que fez mais sucesso foi "O Menino do Pijama Listrado" que inclusive virou filme.

Eu já li diversos livros dele e não tem jeito de não gostar de seus livros, ele é cativante tem o dom de fazer o leitor se apaixonar por seus personagens e com esse livro não foi diferente.

Cyril Avery nasceu na década de 1940, filho de uma mãe solteira, que sofre logo nos primeiros capítulos, ela tinha apenas 16 anos e quando seus pais descobriram que ela estava grávida levaram ela para a igreja, onde foi massacrada por xingamentos pelo próprio padre e depois teve que sair da cidade pois ninguém lhe ofereceu apoio.

Em 1940 na Irlanda a igreja católica era muito forte no país e além dos padres mandarem e desmandarem na vida das pessoas, era completamente inaceitável você ser gay, por isso via-se por toda parte pessoas se casando para passar para sociedade uma imagem que não era real.

Se você fosse pego em atitudes suspeitas com outra pessoa do mesmo sexo você era preso na mesma hora e ainda apanhava.

Cyril acabou sendo adotado por um casal bem estranho Charles e Maude que na verdade só adotou ele para passar uma imagem de família feliz, mas desde o começo ele nunca podia chamar seus pais de pai e mãe , sempre soube que foi adotado e seu "pai" sempre enfatizava isso, dizendo que ele nunca seria um Avery da família de fato.

Então quando Cyril tem apenas 7 anos seu pai Charles é indiciado por não pagar impostos e acaba sendo preso por 3 anos, nessa época ele conhece Julian o primeiro menino que faz Cyril se sentir interessado, eles viram amigos mas o tempo passa e enquanto seu pai é preso, sua mãe adotiva Maude, uma escritora que odeia fazer sucesso acaba morrendo de câncer e Cyril precisa seguir com sua vida.

Então já com 14 anos ele está em um colégio de padres e encontra Julian na mesma escola e agora dividem o mesmo quarto.

Porém Julian é daqueles meninos típico mulherengo, só fala besteira e quer saber de sair com todas as mulheres que conseguir, ele é bem mais audacioso que Cyril, talvez por Cyril nunca ter tido pais de verdade que mostrasse a vida realmente como ela é, ele acaba sendo inocente demais.

Página 122
Sacudi a cabeça, sentindo uma inusitada irritação com ele. "Aliás, o que você sabe de mulher?", perguntei. "Você fala, fala e não faz nada."
Eu sei que, se a gente fizer as coisas certas com uma garota, ela acaba fazendo tudo o que a gente quiser."
"O quê, por exemplo?"
"Ora, a maioria não deixa o cara ir aos finalmentes, mas faz uma chupeta se ele pedir com jeito."
Eu me calei e fiquei pensando. Não queria mostrar a minha ignorância, mas estava curioso para saber. "O que é chupeta?", perguntei.
"Ora essa, Cyril. Não é possível alguém ser tão inocente."
"Eu estou brincando."
"Não, não está. Você não sabe."
"Tudo bem, então diga. O que é?"
"É quando uma garota te beija", respondi. "E chupa a tua língua".
Ele me olhou com perplexidade antes de começar a rir. "Por que uma pessoa em sã consciência faria isso?", perguntou. " A menos que ela esteja com fome ou sei lá. Chupeta, Cyril, é quando ela enfia o teu negócio na boca e dá uma chupada."
Arregalei os olhos e senti a costumeira excitação sob a braguilha, atacando-me mais depressa que de costume, todo o meu corpo entregue à ideia de alguém fazendo isso comigo. Ou eu fazendo isso com alguém.
"Não é verdade", disse, corando um pouco, pois, por excitante que parecesse, eu achava difícil imaginar alguém fazendo uma coisa tão bizarra.
"Claro que é", teimou Julian. "Você é tão ingênuo Cyril. A gente precisa dar um jeito em você um dia.
Você precisa de uma mulher é disso que vc precisa."


Cyril aos poucos vai percebendo que não se encaixa no padrão que todos do seu País prega, cada dia que passa se sente mais atraído por homens e não consegue sentir de fato nada relacionado a mulheres, porém como é um assunto totalmente proibido ele acaba escondendo esse desejo e se reprimindo cada vez mais.

Ele até que tenta resolver essa questão achando que é doente ou tem algum problema, se confessa com um padre e também passa com um médico, mas claro que nada dá jeito.

O livro conta toda a história de vida de Cyril, desde quando nasceu até quando fica bem idoso, e acompanhamos todos os erros e acertos desse homem apenas querendo ser feliz e viver como qualquer outro cidadão.

A leitura flui muito fácil e tem muitos momentos engraçados, emotivos é um livro que mescla diversos sentimentos e só queria que o mundo todo lesse este livro, com toda certeza seria um lugar melhor para viver pois impossível não gostar de Cyril e ter compaixão por tudo o que ele passa.

A história de vida dele mostra bem todos os percalços de quem assumia de fato sua sexualidade e os toda a violência que sofria, logo de cara ele não se assume e até engata um namoro com uma moça quando foi mais jovem, mas depois de alguns erros ele acaba se acertando e própria vida acaba se encarregando de mostrar e levar Cyril por outros caminhos, o livro aborda a epidemia da AIDS, também fala do ataque as torres gêmeas, fala de adoção, de sexualidade, de amor, de amizade e também inclui a tecnologia nos dias de hoje.

Então é uma reflexão e tanto para quem ler o livro, se fosse você não perderia tempo.

Beijos

Até mais!

site: http://www.livrosechocolatequente.com.br/2019/09/resenha-as-furias-invisiveis-do-coracao.html
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Marcos Mateus 18/11/2019minha estante
Nossa eu tb senti exatamente o que vc sentiu, claro q n vivi muito a ponto disso tudo, mas me identifiquei muito com o Cyril sozinho, solitário sem uma experiência de namoro que é tão comum nos heteros ainda na adolescência, esse livro é maravilhoso demais, terminei de ler hj de madrugada e ainda estou sem palavras pra descrever o quão belo é, aquele momento da morte do Julian é de cortar o coração e o final é um deleito ver como tudo foi se encaixando apesar de todos problemas e dores q o Cyril teve.




Millene 13/08/2019

Mais um pra me emocionar, obrigada Boyne
Amo os livros do John Boyne e não perco uma oportunidade de ler algo dele.
Essa história é longa, ela conta a vida do Cyril desde quando tava na barriga da mãe até seu último momento de felicidade. E nenhum momento achei as mais de 500 páginas cansativa, as vezes violenta demais? Com certeza, mas nunca foi entediante.
Tenho que dizer que até um pouco mais da metade da história, eu não gostava de nenhum personagem, uns eu desgostava muito e outros não faziam diferença porém a narrativa prende tanto que fica difícil não se interessar e os personagens vão crescendo.
As vezes eu levava uns sustos com os saltos temporais mas sempre era explicado o que houve de importante.
Eu não conheço a história da Irlanda e sempre quis visitar lá então de tanta descrição de violência e ignorância tive até que pesquisar se o país continuava assim ou não (e felizmente ta muito melhor)
Foi uma história de muitos desencontros e alguns encontros e aaaaaaaa as vezes me deixava sem palavras. A unica coisa que me incomodou um pouco e está presente metade do livro é a obsessão pelo sexo, que mostra e exemplificam para as criancinhas até as escapadas do Cyril na vida adulta mas por uma parte eu entendo o motivo.

Muito bom, muito bom!
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Ladyce 02/07/2019

Este não foi o mais interessante romance de John Boyne. É uma história ambiciosa, prolixa, dramática que poderia ter tido maior impacto se o escritor não tivesse sucumbido à tentação de numerosos detalhes desnecessários e à armadilha comercial de um final feliz. Nesta longa obra o leitor acompanha a vida de um homem, irlandês, gay, nascido logo depois da Segunda Guerra Mundial, em 1945, de sua gestação à morte. Tomamos carona para acompanhar também mudanças de comportamento social no mundo pós-guerra e as dificuldades enfrentadas pelos homossexuais no mesmo período. Passamos pela Irlanda católica, pela Europa, centrada em Amsterdã, vamos aos Estados Unidos e como não poderia faltar somos levados a considerar alguns aspectos da horrível epidemia da AIDS que se espalhou pelo mundo a partir dos anos 80 do século passado. Definitivamente um projeto audacioso e necessário por trazer para o cultura popular considerações que vemos com maior frequência restritas a obras menos comerciais ou ao nicho da literatura gay.

Como bom escritor, apreciado por multidões, John Boyne traz ritmo, drama e humor para um enredo que se desenvolve apoiado por uma dúzia de personagens curiosos, quase todos fora da norma, preenchendo a máxima popular comum nos nossos dias: “de perto ninguém é normal.” Cada um é rebelde à sua maneira. Só o nosso biografado é o único a não se rebelar. Tímido e frouxo Cyril é um anti-herói. É um personagem principal, sem um osso de bravura, covarde e irresponsável, incapaz de medir as consequências de seus atos para com terceiros. E é ele quem acompanhamos com cuidado. E a quem devemos, no final, imaginar com carinho, entendimento e calor. Uma façanha difícil para esta leitora. O final desaponta. Muda o tom da narrativa. Do realismo aspirado durante a história, pulamos para o mundo da fantasia. A boa vontade do autor traz um fechamento onde se reconhece os bons aspectos de todos os personagens envolvidos, num final feliz característico dos contos de fadas.

Talvez esse livro tivesse me agradado mais se não contivesse tantos erros históricos que demonstram uma pesquisa porca. Descuidada. Tive essa sensação algumas vezes até que de repente vejo General De Gaulle da França mencionado como tendo se aposentado em 1959, quando na verdade este foi o ano em que ele começou a presidência da França. Daí por diante encontrei uma série de problemas. Há uma visão anacrônica do mundo. Preocupações sobre o cigarro, limitações de comportamento daqueles que fumam, por exemplo, aparecem como pertinentes nos anos 50-60 quando na verdade o fumo era liberado em todo canto, dentro e fora dos ambientes fechados. Há o problema de mencionar a República Checa em 1987, quando na realidade, nesta época não havia este país. O país fazia parte do que se chamava Checoslováquia. O mesmo para a Eslovênia. Foi preciso uma série de conflitos, de guerras entre 1989 e 1992 para que os países que formaram, a contragosto, desde 1945 o país Iugoslávia, voltassem a ser independentes como eram antes do domínio comunista, sob o comando do ditador Tito. Não há perdão para esse tipo de erro. E esses não são os únicos erros. Passando em revista outras resenhas em sites de livros e resenhas, vejo que tenho companhia, dezenas de outros leitores listaram muitos outros detalhes incôngruos.

Um escritor tão popular quanto John Boyne tem a obrigação de trazer fatos históricos corretos. Se ele não quer fazer a pesquisa, tenho certeza de que poderia pagar um assistente para verificar dados. Não posso liberar de culpa a editora original, porque ela também deveria ter tido o interesse de checar esses detalhes. Muitos leitores adquirem conhecimentos de história através de livros. É um desserviço para com seus leitores que Boyne não se preocupe em limpar o texto. Sinto, mas perde muito com isso.
Igor 21/11/2019minha estante
Mais um erro histórico que me incomodou bastante: no capítulo 2008, subtítulo Kenneth, Cyril lembra-se da conversa com sua mãe Catherine em 2001 (após descobrimento da identidade genética como último assunto do capítulo 2001). O autor descreve o Ministro das Finanças em uma das mesas do bar, com as mãos na cabeça e chorando sobre a cerveja, fazendo uma de suas típicas remissões históricas subliminares (nesse caso, ao crash financeiro de 2008). Embora estejamos no capítulo 2008, a lembrança e a história narradas são de 2001, portanto a remissão não faz sentido.

Concordo com você quando diz que o autor e a editora deveriam ter maior cuidado e responsabilidade com os fatos históricos. Afinal de contas, como autor de O Menino do Pijama Listrado e O Garoto no Convés, entre outros livros que gostam de fazer remissões históricas, John Boyne estava escrevendo em seu nicho, além do mais em um país e em um tempo que ele realmente viveu.


Ladyce 09/12/2019minha estante
Para quem tem o alcance de John Boyne é uma pena que ele não possa passar dados históricos precisos. Com isso ele coloca em dúvida até mesmo o posicionamento exagerado da Igreja em 1945, na Irlanda, naquela cena do primeiro capítulo. Não estou dizendo que o comportamento da Igreja Católica naquela época, naquele país esteja justificado. De jeito nenhum. Tenho certeza de seus extremos, até mesmo em décadas mais próximas dos dias de hoje. O problema é que errando tanto, com tanta frequência, começamos a colocar em dúvida as representações que ele faz de outras épocas e de outros fatos.




Patricia Lima 13/06/2019

As Fúrias Invisíveis do Coração
Aqui nós temos Cyril que nasceu em 1945 na Irlanda logo depois do fim segunda guerra, e nós vamos acompanhando a sua vida desde quando sua mãe estava grávida até os seus 70 anos de idade.

A Narrativa vai pulando de 7 em 7 anos, e é muito interessante ver tudo que ele passa em cada um desses anos.

O personagem é gay e nasceu em uma época e lugar muito difícil para ser ele mesmo, então você vai encontrar muitos problemas, dificuldades e críticas em relação a isso nesse livro.

Algo que também é muito criticado aqui é a influência da igreja católica na Irlanda durante esses anos. É algo muito forte no livro e presente no livro todo.

Também mostra as dificuldade da mulher que acaba tendo filhos sem um marido, o quanto elas são menosprezadas nessa sociedade e mostra o quanto elas tem que ser forte pra encarar isso.
Também fala sobre Aids, no período em que a doença começou a se manifestar que é a minha parte favorita do livro.

Esse livro é maravilhoso, ele mostra a saga de um personagem muito real que apesar de estar tentando encontrar seu lugar em um ambiente muito hostil, o medo em não ter aceitação faz com que ele cometa erros gravíssimos ao longo de sua vida.

Outra coisa que eu gostei muito também foi como o autor interligou a vida dos personagens ao longo dos anos, os encontros e desencontros são inteligentes e se conectam de uma forma maravilhosa durante toda a história.

E pra você que tem interesse em ler livros de outras culturas esse daqui é indispensável porque o John Boyne é Irlandês.

E ele mostra uma Irlanda do passado muito cruel, machista e homofóbica, onde a Igreja católica tinha controle sobre tudo. Então o livro é muito rico nesse contexto.

A escrita do autor é muito madura e brilhante aqui e a quantidade de assuntos abordados e criticados vão enriquecer muito suas horas de leitura.
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Beto 03/06/2019

Minha melhor leitura de 2019, afirmo isso mesmo estando em Junho...
... conheci a violência, conheci a intolerância, conheci a vergonha e conheci o amor. E, de algum modo, sempre sobrevivo.

Terminei as últimas páginas desse livro aos prantos, proeza esta que nenhum outro livro um dia foi capaz, pelo menos não nessa magnitude.

Nesta obra, acompanhamos a vida de Cyril desde a barriga da sua mãe à velhice. Experiência muito semelhante à Uma vida pequena de Hanya Yanagihara. A escrita de John Boyne beira a perfeição, muitíssimo superior a que encontramos em O menino do pijama listrado.

Sinceramente, não tenho críticas, não me recordo de defeitos, foi tudo impecavelmente bem feito, citando o Mail on Sunday: um romancista em seu auge.

Leitura de primeiríssima qualidade, é um dos melhores romances LGBT da literatura contemporânea, com inegável posição de destaque, haja vista que livros nessa área frequentemente carecem de excelência. Apenas termino com a dica: LEIA!!
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Ponci 20/03/2019

INCRÍVEL!
John Boyne transita facilmente entre o cômico e o trágico e nos apresenta a história de um homem que foi privado de ser feliz. Uma leitura necessária que jamais sairá da cabeça do leitor. Obrigado por isso, John Boyne.
ROBERTO468 20/03/2019minha estante
Fiquei sabendo que é otimo. To bem curioso


Ponci 20/03/2019minha estante
É sensacional. Um dos melhores que já li.




@gugugb 08/03/2019

John Boyne entrega uma obra prima em cada página!! Que livro!
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Mayara 01/03/2019

As fúrias invisíveis do coração
As fúrias invisíveis do coração é o melhor tipo de livro; na verdade, o único tipo de livro que vale a pena ser lido: aquele que te tira o sono de noite e te deixa tão absorto que, em determinados momentos, a ficção se torna mais real do que o mundo físico que o cerca. John Boyne pode ser conhecido mundialmente como o autor do consagrado O menino do pijama listrado, mas, para mim, ele sempre vai ser a mente brilhante que deu vida à Cyril Avery e ao seu mundo.
Cyril é o protagonista, filho de uma mãe solteira aos dezesseis anos, em uma Irlanda extremamente conservadora e dominada pelo catolicismo. Sem conhecer os seus laços biológicos, foi criado por pais adotivos que lhe deram um lar confortável, mas jamais criaram laços afetivos com ele, lembrando-o o tempo inteiro de que ele não era um “Avery de verdade”. E, completando o quadro de uma infância não muito afortunada, logo cedo se descobriu gay.
Escondendo a sua verdadeira orientação em uma sociedade que matava gays e julgava a homossexualidade como crime aos olhos da justiça e perversão aos olhos da igreja, Cyril passa anos de sua vida escondendo seu sentimento pelo melhor amigo de infância, Julian Woodbead. As emoções reprimidas transformam-se em quase que um fascínio obsessivo, um desejo inexprimível de ter o que está fora de alcance.
Acompanhamos a vida toda de Cyril em intervalos regulares de 7 anos, estratégia narrativa muito perspicaz por parte do autor. A cada salto no tempo, temos que nos familiarizar com os novos elementos, lugares e personagens da história, nos adaptando ao novo contexto do protagonista, à sua mais recente fase da vida. A homossexualidade – e, em grande parte, Julian Woodbead – é a constante em todas elas. Infelizmente, os infortúnios e a injustiça social também, regadas a sangue e violência com uma descrição crua, em momentos de tirar o fôlego e contorcer o estômago.
No decorrer de sua vida, Cyril lida com muitas turbulências e desafios singularmente particulares, mas, por mais pessoais que suas experiências sejam, a magia da literatura, a universalidade da identificação, acontece aqui também: todos nós somos Cyril Avery. Todos estamos tentando encontrar o nosso lugar em um mundo que não parece ter sido feito para nós. Todos estamos nos agarrando a alguma vivência do passado – conscientemente ou não – e nos deixando definir por ela. Todos estamos indignados e desejando por um mundo mais clemente, mais compassivo e mais acolhedor. Todos estamos buscando um pouquinho de ordem e sentido no meio do caos.
E, acima de tudo, apesar dos golpes que a vida nos dá, estamos todos ávidos por viver.
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Azev 26/01/2019

Um dos livros mais tristes que já li
Cyril Avery não é um Avery de verdade, ele foi adotado logo após nascer e entregue a uma família que, apesar de o alimentar e vestir, nunca lhe deu afeto. A sua mãe biológica, uma jovem "perdida" na época, continua fazendo parte da vida de Cyril a partir da adolescência, quando este a encontra pela primeira vez num salão de chá durante uma visita de estudo.
Cyril é homossexual e desde criança que nutre sentimentos românticos e sensuais pelo seu amigo, Julian, que, apesar de também gostar muito de Cyril, é obcecado por mulheres.
Ao longo da obra, o leitor acompanha o "acordar" sexual de Cyril e, através da narração na primeira pessoa, é transportado para os recantos mais explícitos e atormentados da sua alma à medida que vai envelhecendo e tomando más decisões.
O decorrer da vida dos personagens transmite-nos a consciência da nossa própria mortalidade, da fragilidade da vida, da ironia do destino e das lutas internas nos corações de cada um.
Este romance choca no vocabulário e na verdade nua e crua que retratavam a Irlanda do passado, uma sociedade religiosa, cruel, machista e retrógrada, um livro que todo o homofóbico devia ler, pois esta comovente história de sofrimento e superação seria capaz de fazer qualquer um desejar um mundo melhor.
Não exagero ao afirmar que esta narrativa é de partir o coração.
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Karol 03/01/2019

O melhor livro que já li na vida
Não digo que esse é o melhor livro que já li na vida pelo fato de eu ter chorado horrores em diversos capítulos. Tenha sido lendo na rua, no consultório, em casa... as lágrimas não paravam de cair. Poderia ter sido por isso, por ter sido o livro que mais me emocionou na vida, mas não foi esse o motivo. O motivo, na verdade, é que este livro me deixou pensativa por dias. Eu vivi uma vida intensa lendo estas centenas de páginas. Eu vivi a vida de Cyril Avery e sofri cada dor que ele sofreu. Foi absolutamente intenso e jamais pensei que um livro pudesse me proporcionar algo forte assim. A cada passagem da vida dele, a cada descoberta, a cada sentimento novo... tudo aquilo também era meu. Eu envelheci com ele. Eu amei com ele. Eu errei com ele. Eu aprendi com os erros assim como ele aprendeu. Partilhamos uma vida. Esse livro me deu a noção da minha mortalidade, e acho que eu nunca havia sentido isso de uma maneira tão plena e tão arrebatadora.
Rita Neta 03/01/2019minha estante
Já adquiri o meu exemplar. Ansiosa pela leitura dele. O último do Boyne que eu li foi O Garoto no Convés, livro sensacional.


Karol 05/01/2019minha estante
Sou fã de todos os livros do Boyne, inclusive os infanto-juvenis. Li quase todos. São belíssimos e sempre muito bem escritos.


pata 06/01/2019minha estante
Você descreveu exatamente o que senti.
Eu amo esse escritor.


Mayara 01/03/2019minha estante
Exatamente isso que senti também. Partilhei uma vida com ele e despertei a noção da minha mortalidade. Você disse que leu quase todos dele... Esse foi o primeiro, mas quero muito ler mais. Qual recomenda?


Marcos Mateus 18/11/2019minha estante
Eu também o livro conversou cmg tremendamente e sinto muito tudo q o Cyril passou principalmente a solidão, recomendo os livros Um Estranho dentro de Mim e O Terceiro Travesseiro, são brasileiros acho q vai gostar.




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