Entre Irmãs

Entre Irmãs Frances de Pontes Peebles




Resenhas - Entre Irmãs


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Nana 30/07/2020

Bom demais!!
Que livraço!! Eu já tinha me encantado com essa autora quando li "Tempo de Graça, tempo de Dor" que entrou para meus favoritos e posso dizer que este também é excelente! 
Mesmo tendo quase 600 páginas ele não fica cansativo e nem repetitivo, não dá vontade de pular partes como alguns livros até menores. Li cada linha com muita vontade e prazer. Me senti parte da vida daquelas irmãs e torci por elas.
Passei a leitura toda com vontade de assistir o filme e assim que acabei o livro fui assistir. Confesso que o final do livro me deixou um pouco decepcionada por não ter acontecido uma coisa que eu queria muito (não vou dar spoiler..rs) , mas posso dizer que o que eu torcia aconteceu no filme que é um pouco diferente do livro, então gostei dos dois, um complementa o outro na minha opinião.
Adorei e já estou ansiosa por mais livros dessa escritora!
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day 25/05/2020

Maravilhoso!
Assim que li tempo de graça tempo de dor,fiquei profundamente apaixonada pela escrita da Frances.
Ela escreve de uma forma marcante e envolvente.
Entre irmãs é um livro lindo !
Uma história de força,luta,amor ,renúncia e sobrevivência.
Além de ser um livro que nos conta muito da história do Brasil ,principalmente do recife (minha terra ) e do interior do estado e onde também já morei.
Amei ler sobre as famílias tradicionais do recife ,e pude identificar muitas delas que lá residem até hoje! Esse livro é simplesmente maravilhoso! Espero que a autora lance outros livros;pois ela é simplesmente maravilhosa.
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crislane.cavalcante 07/04/2020

Sertão x Capital
Comprei esse livro ano passado e o que me chamou mais atenção além da sinopse foi a comparação que o Booklist fez com outra escritora que particularmente gosto: Isabel Allende. Demorei um pouco para finalmente iniciar a leitura e concluí-la mas no final terminei com sentimento misto de tristeza e conformada com o desfecho que se seguiu. É a primeira vez que leio algo dessa autora e gostei bastante da sua escrita e de todo o enredo que fora construído. Essa dicotomia Sertão x Capital foi muito bem construída, além dos pormenores da política que foi abordada e da indústria da seca que vimos sendo abordada de forma superficial. Apesar de não ter lido muito literatura de 30 ou a popularmente chamada literatura regionalista, que pra mim é um termo tão simplista e redutor já que essa literatura aborda temas universais, mas enfim, só queria dizer que esse livro poderia muito bem ter sido escrito naquele período, já que aborda temas extremamente importantes: pobreza, descaso com a população pobre do sertão nordestino, fome, miséria, governos autoritários que só se importam com o próprio umbigo, etc.
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Nathalie.Murcia 21/01/2020

Gigante da literatura nacional contemporânea, em todos os sentidos.
Quem não tem medo de se debruçar sobre calhamaços vai degustar cada página dessa história bem desenvolvida e instigante. As descrições dos personagens, dos cenários, especialmente a caatinga, e dos costumes regionais da época, longe de ser maçante ou piegas, nos imiscui na história de uma forma que conseguimos vislumbrar com nitidez os ambientes e o psicológico das pessoas retratadas.

Duas irmãs criadas pela tia, na inóspita Taquaritinga, interior de Pernambuco, Luzia e Emília, ambas fortes, cada uma à sua maneira, cujo destino as separa, momento em que cada uma toma um rumo contraposto ao da outra. O dom da costura, aprendido por elas desde cedo, teve um papel derradeiro na vida das moças.

Luzia se junta aos cangaceiros e Emília consegue um casamento de conveniência, sem amor, alçando-a a um lugar de destaque na alta sociedade recifense. Apesar de terem escolhido seus caminhos, nenhuma delas é feliz, e seus destinos estão para sempre enredados por um segredo, pelo amor, e pela lealdade fraternal. Não posso escrever mais para não dar spoilers. Só ressalto que é uma história belíssima.

Emora ficcional, diversos fatos históricos, inclusive o golpe de Vargas, são explorados no livro. Mais uma preciosidade da nossa literatura. Há um filme de Breno Silveira baseado nesta obra, assim com uma minissérie global já exibida.

Li o livro em uma semana, porque leio mais de um simultaneamente, mas foi difícil me despegar deste enquanto não concluí a leitura.

Mais resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
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Tamara 02/10/2019

Eu sou fascinada por livros históricos, especialmente no que diz respeito a história do Brasil, então, como esses ainda são lançados com pouca frequência, sempre que vejo algum que promete falar da nossa história corro para lê-lo, e, obviamente, com Entre irmãs foi assim, ainda mais pela propaganda intensa que a editora fez quando do seu lançamento. Porém, assim que começaram sair resenhas a seu respeito, elas me fizeram reafirmar minha vontade de lê-lo, mas ao mesmo tempo me assustaram, pois alguns diziam que Entre irmãs apesar de bom era um livro arrastado, e acabou que essas opiniões e mais o número de páginas me fizeram decidir que eu não estava no momento do livro ainda, e resolvi deixá-lo para outra hora. Porém, há pouco tempo eu saí de uma outra leitura que envolvia história do Brasil, e me sentindo na vib desse estilo, resolvi que finalmente chegara a vez de Entre irmãs, mais de um ano depois de tê-lo colocado na lista de futuras leituras.
Realmente, como eu já havia ouvido por aí, o início da história é um tanto arrastado, a ponto de eu imaginar que levaria muitos dias para realizar a leitura, mas, mero engano, pois assim que cheguei a quinze ou vinte por cento do enredo eu já estava completamente fascinada, e posso dizer que Entre irmãs é uma das melhores obras-primas a respeito da história do Brasil que já tive a oportunidade de ler, especialmente no que diz respeito a caatinga e o sertão nordestino, com o qual eu pude ter um contato muito vívido através da narrativa de Frances, como se eu estivesse vivendo lá, embaixo do sol forte, sofrendo a seca paralisante e andando naquelas terras quentes e infinitas.
Entre irmãs realmente não é uma história fácil, ela é vívida, detalhada, forte, impactante e realista e é um daqueles enredos que nos arrastam para dentro da vida dos personagens e conseguimos sentir tudo o que eles sentem, e isso nem sempre é fácil, pois na vida desses protagonistas há muitos sentimentos, muitas perdas, desolação e desamores, apesar das pequenas felicidades que surgem também. Além disso, este não é um livro daqueles que promete felizes para sempre, gente com vida maravilhosa ou com problemas medianos, não, aqui temos durante boa parte do enredo passagens de vida e morte, de lutas pela própria sobrevivência, bem como passagens sobre amores intensos e ódios que matam. Um dos pontos que mais me manteve presa a história foi o fato de acompanharmos duas vidas em paralelo, a de Luzia, a costureira que foi para o cangaço, andar e lutar entre os lugares traiçoeiros e escondidos da caatinga, e Emília, a irmã que conseguiu a riqueza com a qual tanto sonhara, mas isso a troco de altos custos para a sua vida... E assim segue, ora acompanhamos o capítulo de uma e estamos com a mente lá na outra, e depois os papéis se invertem, o que me fazia pensar "lerei só mais um pouco para saber no próximo capítulo o que acontece com Luzia", e vice-versa, e dessa forma, quando vi eu já estava no fim da história, apaixonada, encantada, triste pelo final e pelo modo como algumas coisas ocorreram e ao mesmo tempo satisfeita e com a certeza de que essa é uma obra das mais marcantes. A partir disso, posso dizer que Entre irmãs é um livro que vale muito a pena ser conhecido por todos os apaixonados por história e romances fortes e intensos, daqueles que nos levam para outra época a fim de mergulharmos em seus costumes, sua história política e social e nos fazem pensar sobre a história daqueles que vieram e lutaram antes de nós e por nós.
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Tibúrcio 25/08/2019

Entre irmas
Entre Irmãs foi um livro que sempre me chamou atenção quando li sua sinopse. Óbvio que por ser nordestino há um peso maior de interesse sobre o assunto que ele traz como pano de fundo, o cangaço. Sempre que ia à livraria ficava namorando-o. Acabei baixando da internet a versão digital, entretanto ficou por algum tempo esquecido no meu Kindle. Foi só neste ano de 2019 que resolvi abri-lo. E que maravilha ter feito isso. O livro é espetacular. O romance é ficcional, mas poderia muito bem ser uma história real vivida na década de 1920.
O livro narra a vida de duas irmãs, Emília e Luzia. Elas moram com sua tia Sofia, na pequena Taquatiringa do Norte, sertão Pernambucano. Elas são costureiras de mão cheia. Emília sonha em casar-se e partir para longe de sua terra, na capital, igual às mulheres da revista Fonfon que ela guarda embaixo de sua cama. Luzia não nos apresenta seus sonhos, talvez estejam bem escondidos em seu íntimo. Ela acredita que nunca irá se casar em função do seu braço aleijado. Ambas levam uma vida tranquila na cidadezinha, como todas as moças do lugar, aprendem desde cedo os afazeres doméstico, vão à escola do padre Otto, costuram para a esposa do coronel Pereira, cliente fiel que as presenteou com um curso de costura.
Como já dito anteriormente, estamos na década de 1920, quando o cangaço viveu seu apogeu. Essa época também é marcada pelo coronelismo no interior do nordeste. Os coronéis ditavam regras e mandavam em todos, entretanto os cangaceiros representavam seus maiores inimigos. Carcará, o mais conhecido cangaceiro da época era o terror de todos esses coronéis. Foi com sua chegada em Taquatiringa que a vida das duas irmãs muda drasticamente.
Buscando serviços de costura para novos uniformes de seu bando, o cangaceiro chega à tia Sofia e suas sobrinhas. São elas que produzem todo o fardamento do bando. Ao termino do trabalho, Carcará decide levar Luzia consigo para desespero de tia Sofia e Emília. Com essa separação, tempos depois tia Sofia morre de tristeza e Emília fica sozinha.
A forma como o livro foi estruturado deixa a leitura fluídica e faz com que o leitor crie um vínculo afetivo com as duas personagens de maneira que não é possível haver preferência entre elas. Cada capítulo é centrado numa das personagens, criando uma espécie de colcha de retalho onde cada retalho tem uma parte da vida de cada uma das irmãs. Frances, tem uma narrativa bem descritiva, o que para muitos é motivo de incomodo, entretanto, a leitura é tão saborosa que o leitor não percebe as quase seiscentas páginas que o livro possui.
Quando comecei a escrever sobre esse romance, em uma das minhas pesquisas descobri que o texto originalmente foi publicado em inglês, The air you breathe. A autora, Frances de Pontes Peebles, é Pernambucana, mas desde os cinco anos de idade mora nos Estados Unidos. Ela contou numa entrevista que não se arriscaria a escrever mais que um e-mail ou carta em português, por isso não tinha como não escrever esse romance em inglês. A tradução da obra foi feita por Maria Helena Rouanet. Para isso foram retiradas mais de cem páginas do texto original, porém isso não interferiu na força que a história possui. O título original da obra era A Costureira e o cangaceiro, só depois da adaptação cinematográfica e televisiva, que a obra recebeu um novo título.
Confesso que não me agradou a adaptação. Entendo que deve ser dificílimo transformar um romance de quase seiscentas páginas em um roteiro para produção de um filme ou série, porém há mudanças que podem parecer frustrantes para quem já leu a obra. O filme não é ruim, tem uma produção bem feita, fotografia linda e atores excelentes, mas achei o roteiro fraco – lembrando que esta é uma opinião minha, não sou nenhum crítico de cinema; falo como espectador que inevitavelmente compara as obras. Quem não leu a obra – e que provavelmente jamais lerá este texto – certamente gostará do filme.
Em suma, Entre Irmãs foi uma maravilhosa surpresa de 2019. É um livro memorável. Consegue nos deixar inquietos e pensantes sobre sua história, sobre como teria sido a vida de cada uma das irmãs se não tivessem tomado caminhos tão diferentes. Luzia e Emília foram reais para mim. Houve momentos em que, verdadeiramente, quis abraça-las. Elas são exemplos de mulheres fortes que existem no nosso Nordeste e país inteiro. Valeu muito a pena esta leitura. Um dos melhores livros lidos este ano. Leiam.
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Claudia Cordeiro 22/07/2019

Recomendo!
Grata surpresa! Qdo.comecei não sabia se essa temática iria realmente me interessar, mas o livro é brilhante, mto bem escrito. É de leitura lenta, os personagens são bem delineados, as descrições são muitas mas não são cansativas; tudo colabora para fazer o leitor entrar na história, sair da realidade. E o final... me fez devorar umas 150 pág de uma vez, até terminar. Não consegui parar de ler.
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Thiago Barbosa Santos 06/07/2019

Sobre costura, sertão e cangaço
O romance e a autora foram uma grande descoberta para mim. Frances de Pontes Peebles é pernambucana, mas passou quase toda a vida morando nos Estados Unidos, em Miami, onde se formou em letras e mora até hoje. O livro foi originalmente escrito em inglês e lançado em 2009 no mercado americano com o título “The seamstress”. No Brasil, foi publicado inicialmente como "A Costureira e o Cangaceiro. Inspirou o belíssimo filme "Entre Irmãs" (e minissérie), que teve como protagonistas Marjore Estiano e Nanda Costa. Depois o livro passou a ser impresso com o mesmo título da adaptação.

É a história de duas irmãs órfãs que vivem com a tia em Taquaritinga do Norte, sertão de Pernambuco. Emília e Luzia aprenderam desde cedo o ofício de costureira, trabalho da tia. As três tinham mãos habilidosas. As duas são separadas pelo destino.

Certo dia, são convocadas para fazer as vestimentas de um bando de temíveis cangaceiros. O líder do grupo, Carcará, se apaixona por Luzia e a sequestra para seguir com os cangaceiros pelo sertão. Na verdade, houve um clima entre os dois desde o princípio. Luzia, que demonstrava de início estar com eles forçada, aos poucos foi se adaptando àquele modo de vida e se apaixonou pelo Carcará.

A irmã da agora cangaceira conseguiu realizar o sonho de ir morar na capital através do casamento com Degas, que na verdade queria o matrimônio para esconder da família e da sociedade pernambucana sua homossexualidade. Emília descobriu isso depois do casamento, por isso, não vivia feliz com o marido e ainda era humilhada pela sogra.

O destino das duas irmãs se cruza de uma maneira especial. Emília não podia ter filhos. De longe, acompanhava a vida de Luzia através dos jornais. A cangaceira passava a ficar famosa.

Luzia teve um filho com o Carcará, mas não podia haver crianças no bando. Através do Drº Duarte (coiteiro), conseguiu atrair a irmã Emília para o sertão. Ela foi com um comboio da alta sociedade pernambucana para levar mantimentos e roupas para as vítimas da seca. Lá, ficou sabendo da existência do sobrinho e o adotou. Claro, era um segredo a origem do menino, filho de cangaceiros.

Carcará foi morto e Luzia passou a chefiar o cangaço. Pouco tempo depois, foi morta em uma emboscada após traição do Drº Duarte. Emília também ficou viúva. Degas morreu em um acidente de carro. Foi na verdade um suicídio por não aguentar o fato de o pai ter descoberto o grande segredo dele. Emília partiu com o sobrinho em um navio para tentar a vida nos Estados Unidos.

O livro, apesar de recente, tem uma pegada de grande clássico e é um dos mais interessantes que eu li sobre cangaço.
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Luis.Carlos 13/05/2019

SEN-SA-CIO-NAL
Entre Irmãs é um daqueles livros envolventes que todo leitor sonha de encontrar ao entrar em uma livraria, denso, bem escrito, com personagens que vão entrando no seu círculo íntimo. Li por indicação em uma viagem de férias que fiz ao interior do Ceará o que incrementou minha experiência das localidades da narrativa.
Simplesmente o melhor livro que li em 2018, uma jóia encadernada.
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Ludy @emalgumlugarnoslivros 20/02/2019

A costureira e o cangaceiro
Entre irmãs - Frances de Pontes Peebles
576 páginas/Arqueiro


" ... uma lembrança compartilhada para guardar. Caso uma se esquecesse do ocorrido, a outra estaria ali para ajudá-la a recordar."

As irmãs Emília e Luzia vivem no sertão de Pernambuco com a tia, são costureiras.
Emília é uma romântica sonhadora e quer algo a mais para o seu futuro.
Já Luzia não tem esperança, ela tem um braço aleijado que a impede de ser alguém.
Até o dia em que Luzia cruza com o bando do Carcará; daí em diante tudo muda, Luzia é levada e Emília precisa recomeçar.

A história se inicia com um prólogo envolvente.
Então voltei no tempo; com os capítulos intercalados entre as irmãs, fui descobrindo como tudo aconteceu.
Vi essa relação linda que há entre elas, uma relação que a maioria das irmãs tem: entre amor e farpas.
Mas os cangaceiros se colocam no meio delas e levam Luzia, dando um tom mais empolgante.

Entre irmãs é um romance histórico e que se passa nas décadas de 20 e 30.
De um lado, vi a perspectiva de Luzia representando o sertão, um povo esquecido pelos governantes e que só é lembrado quando é útil.
Do outro, vi a perspectiva de Emília representando os privilegiados; mas não pensem que ela estava no melhor lado, porque ela estava em um ninho de cobras.
Mesmo distantes, elas mantinham uma ligação invisível. E era através dos jornais que elas sabiam sobre a vida da outra.
E assim fui conhecendo uma outra época e uma outra realidade.
Como é viver no sertão, na seca, na caatinga, em meio ao coronéis e cangaceiros.
E tem o lado político, a revolução de 30 e como tudo isso afetou a vida de ambas.
Tanto Emília quanto Luzia vão crescendo, mas também vão mudando.
Uma se perde, a outra tenta se encontrar.

Frances tem uma escrita precisa e rica em detalhes, fica nítido o quanto ela pesquisou.
Meu único problema foi com a narrativa lenta e que requer muita atenção.
Exceto por isso, é um ótimo livro!
Frances mostra a força e a importância da mulher em uma época em que mulher não tinha voz.
Entre irmãs não é apenas sobre duas irmãs que se amam, é sobre a busca pela liberdade e a prisão que ela se torna.
Vale a pena fazer essa leitura!

#resenhaemalgumlugar

site: @emalgumlugarnoslivros
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Miranda82 08/08/2018

Bom
Ponto forte: dicotomia (a autora consegue equilibrar perfeitamente conceitos contraditórios como, por exemplo, romance x ação, fato histórico x fato ficcional, delicadeza x brutalidade, cidade x interior, pobreza x riqueza etc.);
Ponto fraco: ambientação (particularmente não gosto de livros cuja ação ocorre em ambientes áridos, sofridos, desfavorecidos, social ou psicologicamente.)
Personagens: na minha opinião, Luzia e Emília são o retrato do empoderamento feminino, cada qual a sua maneira, representando a força e a coragem da mulher.
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Tamires 07/08/2018

Entre Irmãs, de Frances de Pontes Peebles
Às vezes, tenho a impressão de que gastamos o nome heroína com personagens que são, simplesmente, protagonistas. Tal dispêndio, entretanto, não ocorre em Entre Irmãs (Arqueiro, 2017). Frances de Pontes Peebles nos presenteia com duas protagonistas que são verdadeiramente heroínas, cada uma a seu modo: Luzia, a Vitrola — alcunha que ganhou após sofrer um acidente que deixou um de seus braços defeituoso, torto como uma vitrola, — E Emília, uma jovem inconformada com sua condição social, uma matuta nas palavras da irmã, que deseja a todo custo ir para a cidade e ser como as mulheres que ela vê impressas nas páginas de sua revista favorita, a Fonfon.

A forma como o livro foi estruturado foi brilhante no sentido de fazer com que o leitor se afeiçoasse as duas irmãs quase não sendo possível ter uma preferência entre elas. Cada capítulo (e suas subdivisões) é centrado em uma das personagens, intercalando Emília e Luzia como uma colcha de retalhos em terceira pessoa. Apesar da prosa bastante descritiva da autora, Entre Irmãs é uma leitura saborosa e, em pouco tempo, o leitor devora as mais de quinhentas páginas quase sem pestanejar.

Uma curiosidade sobre Entre Irmãs é que o livro foi escrito originalmente em inglês. Embora a autora seja brasileira, a tradução do romance foi feita por Maria Helena Rouanet. Esse é um detalhe, entretanto, que não fica perceptível nem incomoda, acredito que pelo ótimo trabalho da tradutora e também pela obra em si, que tem uma temática bem brasileira. O romance foi publicado no Brasil com outro título, antes da adaptação em filme e série, com o nome de A Costureira e o Cangaceiro.

Entre Irmãs é o tipo de livro que fica na memória. É marcante, dá um nó na garganta. Por vezes tive vontade de que Emília e Luzia fossem reais, para que eu pudesse abraçá-las. Lembrei que mulheres fortes como elas existiram e ainda existem aos montes no nosso país.

As três personagens mais queridas por mim neste livro me ensinaram coisas valiosas que eu vou guardar para a vida. Tia Sofia me ensinou que eu não devo desperdiçar as minhas lágrimas. Luzia mostrou que as mulheres são ainda mais fortes do que imaginam. Emília me fez perceber que é preciso ter muita determinação para não ser levada pela maré das coisas tidas como fáceis, previsíveis.

Eu poderia ficar horas e horas falando sobre Entre Irmãs, mas esse é um livro bom demais para ser simplesmente resumido. Você precisa ler para fazer parte daquelas histórias, tornar-se íntima das irmãs Dos Santos. Ir embora de Taguaritinga e enfrentar uma sociedade implacável ou percorrer o sertão a ponto de ser parte dele.

Entre Irmãs me remeteu fortemente aO Quinze, de Rachel de Queiroz, quando, lá pelo capítulo 9, mostrou um dos campos de concentração criados pelo governo para tentar remediar a seca no sertão. Frances foi além ao mostrar, mais que a miséria, um pouco da corrupção que envolvia a distribuição de comida nos tempos mais severos dos períodos de seca.

Não foi somente uma das melhores leituras que fiz em 2018. Entre Irmãs foi um dos melhores livros que eu li na vida. É um monumento em forma de livro. Obrigada, Frances de Pontes Peebles.

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-entre-irmas-de-frances-de-pontes-peebles/
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Cheiro de Livro 20/03/2018

Entre Irmãs
Quando o livro de Frances de Pontes Peebles foi editado com o nome de “A Costureira e o Cangaceiro” um monte de gente falou para eu ler. Fui deixando passar e só agora quando livro foi lançado com um outro nome, “Entre Irmãs”, que eu peguei para ler. Deveria ter ouvido minhas amigas livreiras antes, é uma ótima leitura.

Frances é brasileira e cresceu nos EUA e escreveu o romance em inglês a edição brasileira é uma tradução de Maria Helena Ruanet. Essa informação é importante por vários motivos, o primeiro deles é a quantidade de explicações e minúcias que ela usa para explicar o sertão, a seca, as condições de vida no inicio do século XX em Pernambuco. Torna o inicio extremamente lento e demorei bastante para engrenar na leitura, não foi um livro que fluiu fácil mesmo sendo muito bom.

Focar uma história sobre o cangaço em duas mulheres é um acerto, não são as matanças, os assaltos, os justiçamentos no sertão que importam aqui. A história gira em torno de escolhas, caminhos e como lidar com eles. Luzia permanece na caatinga e vive suas mazelas, suas belezas e suas leis. Emilia segue para o litoral onde sobrevive a novos códigos, aos preconceitos, as limitações impostas as mulheres e a destruição de seus sonhos. Quando a história passa a focar mais no desenvolvimento das duas em suas vidas paralelas e distantes o livro torna-se mais envolvente e a histórica caminha com mais facilidade.

A narrativa se estende por quase quase toda a primeira metade do século XX, dá pinceladas nas confusões políticas brasileiras desse período. É interessante apontar quão poucos livros temos mostrando os efeitos das políticas de Getúlio Vargas no interior do nordeste e como isso mudou, de certa forma, as forças de poder que mandavam por ali. Os acontecimentos políticos que permeiam o livro me interessando bastante e são muito bem integrados, mostram um período de intensa transformação no Brasil de uma forma que não atrapalha a narrativa.

Não foi um livro fácil para ler, demorei, a leitura não engrenava e mesmo assim foi uma boa leitura e me arrependo de não tê-lo lido antes.

site: http://cheirodelivro.com/entre-irmas/
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