Lucy 24/09/2021
Ódio & Ódio Irresistíveis
Ok... Essa leitura foi horrível. Não tenho um único elogio sobre ele. São muitos pontos desagradáveis e frustrantes.
O primeiro é em relação aos protagonistas. Não há o mínimo de carisma exalado por eles. Ambos se conhecem em uma festa fantasia. Por que as pessoas se sentem especiais por serem uma em milhões de pessoas no mundo que gosta de Harry Potter? E por que os autores continuam citando esse livro como se fosse algo super cult que só pessoas super descoladas e diferentes apreciam? Enfim, eles se gostam e vão à um encontro. Esse encontro com nada especial lhes rende uma masturbação mútua. Pouco tempo depois eles descobrem que terão que competir pela mesma vaga. A partir disso, ambos agem como se eles fossem ex. Agem como se tivessem um extenso relacionamento. Como visto aqui: "Mas é totalmente diferente trabalhar ao lado de um ex com quem não deu certo." Ou aqui: "[...]não quero que isso atrapalhe o que está começando entre a gente, sabe?" Foi UM encontro e UMA punheta!
Este livro fala muito mais do que mostra. Isso em relação a tudo.
"O jeito genuíno dele me desconcerta o tempo todo. Tudo nele parece tão direto e franco, mas há uma complexidade também." Ele NUNCA diz algo extraordinário para ela ter essa visão tão colorida dele. Ele estava sendo inteiramente trivial. Se ele dissesse que gosta de comer cebola daria a mesma reação nela. Isso enquanto querem nos fazer crer que ele é muito especial e profundo.
"Estou tão cansada de querer empurrá-lo contra a parede e enfiar minhas mãos em suas calças." De novo, essa tal química avassaladora é citada o tempo todo em monólogos internos, mas nunca mostrada. Pelo contrário, eles têm zero química e isso fica claro em suas interações.
CLo insiste muito tanto na atração quanto no charme de Carter, e em ambos os casos não existe nenhuma prova concreta do quanto essas afirmações incessantemente jogadas são reais. Ele nunca faz ou diz algo irresistivelmente sedutor. Ou perguntar sobre a avó de alguém é algo muito charmoso?
Eles sequer chegaram perto de começar uma relação e já discutem por qualquer coisinha, e Carter se sente sempre ameaçado por ser menos experiente e ter menos tempo de casa do que a Evil, o que faz com que ele soe não só temeroso por seu trabalho, mas também invejoso. As picuinhas e discussões entre eles não têm a menor graça ou sentido. E as tais sabotagens são mais ditas do que mostradas. Apesar de que todas são chatíssimas, então não temos uma grande perda.
Como último ponto: Há muita tentativa de militância de botequim. Em determinado momento, completamente jogado, uma personagem qualquer conta que seu colega, que faz as mesmas funções que ela, recebeu um bônus de US$7.000 a mais que ela. Só por ter um pênis. Nunca vi um pênis valer tanto assim. CLo, visivelmente, não entende nada de empresas ou empresários, que sempre buscam o máximo de lucro a baixo custo. Qual a lógica de contratar homens quando, segundo dizem, mulher é mão-de-obra barata? Irmandade masculina? Isso não dá dinheiro! E elas realmente acreditam que um empresário (que sempre quer mais lucros, lembrem-se) simplesmente daria, de graça, 7k a mais só pelo gênero de uma pessoa? É mais fácil eu crer que quem cuida dos salários está a fim desse colega do que qualquer outra coisa. Se eu quisesse ler papo raso de twitter, não teria apagado meu twitter. Não leio comédias românticas para ver, pela milionésima vez, gente só afirmando o quanto nós mulheres somos pobres coitadas que nunca conseguem nada na vida por causa dos homens horríveis. Quero me distrair dos problemas, não ficar aguentando o drama alheio.
Há mais tempo gasto falando de problemas corporativos e sexismo no trabalho do que aprofundando a relação vazia entre os principais. Há mais tempo falando sobre o emprego deles do que falando do romance. Há mais tempo falando dos amigos em comum dos dois do que mostrando eles juntos.
No fim das contas, não foi nada proveitoso. E o mais irônico é que nos agradecimentos elas assumem que foi difícil escrever essa história, pois os primeiros rascunhos eram uma droga. Eu nem quero imaginar o quão pior isso poderia ter sido. Acho que elas quiseram se distanciar tanto de O Jogo do Amor/"Ódio" para não serem acusadas de plágio que se esqueceram da essência para se começar a escrever. Leiam o livro citado, leiam Cretino Irresistível ou Disputa Irresistível, mas não percam seu valioso tempo com esse aqui.