As alegrias da maternidade

As alegrias da maternidade Buchi Emecheta
Buchi Emecheta




Resenhas - As Alegrias da Maternidade


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moonlibrary 23/12/2020

Perfeito como um soco na boca do estômago!
Eu jamais tinha lido nada como isso, o título "As alegrias da maternidade" se mostra irônico desde o primeiro momento, lendo Emecheta você primeiro precisa livrar-se de todos os preconceitos direcionados a cultura do 'outro', em primeiro momento foi como pisar em um ambiente estranho mas a estrutura de opressão feminina é no fundo a mesma, a mulher é tratada como propriedade, todos os erros são postos sobre os ombros femininos, isso fica bem explícito quando Nnaife se vê decepcionado e irritadiço com os filhos que ELE e Nnu Ego geraram e os chama apenas por filhos dela. As alegrias da maternidade mostram além da "alegria", alegria essa que parece a todo momento imposta, pois como no livro é bem lembrado não é para isso que as mulheres vem? Para imortalizar o nome do homem através de outro filho homem?
Essa grande obra é sem dúvidas algo que faz refletir, algo que dói um pouco mas que é necessário ler.
Alyne Lima 23/12/2020minha estante
Um dos melhores que li esse ano


moonlibrary 23/12/2020minha estante
Posso dizer o mesmo, Alyne!




CInt_lo 02/10/2020

Um título que conota um sentido mas que se mostra bem irônico ao longo do percurso em que nos apegamos a história.
LINDO E DOLOROSO
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Tamires 13/02/2020

As alegrias da maternidade, de Buchi Emecheta
Ser mãe dói. Talvez seja por isso que se repita tanto que “ser mãe é padecer no paraíso”. Para algumas, talvez, seja padecer… e só. Bom, eu posso estar exagerando de propósito ao “esquecer” os momentos de amor e felicidade, mas a felicidade de uma mãe nunca é tranquila. Nosso trabalho nunca está acabado, nunca é perfeito. É frustrante. É lindo também, único. Mas vai ser sempre frustrante.

Talvez por isso, por ser mãe, eu já havia percebido a ironia no título do livro de Buchi Emecheta antes mesmo de saber mais detalhes sobre o romance. As alegrias da maternidade, publicado originalmente em 1979 e um recorte sobre a vida das mulheres da Nigéria colonial, é nada mais que um romance sobre ser mãe, em maior ou menor escala de sofrimento. Não por acaso Emecheta dedica o volume “Para todas as mães”.

A mãe deste livro, Nnu Ego, é filha de um grande líder do vilarejo de Ibuza, uma mulher típica de seu tempo, profundamente ligada aos costumes do povo igbo. Para realizar o grande desejo de sua vida, ser mãe, ela suporta todo tipo de dificuldades e privações em Lagos, capital da Nigéria (de população majoritariamente iorubá), com um marido horrível (em vários sentidos), distante de sua família e de seus costumes. Nnu Ego traz ao mundo muitos filhos, é uma mulher extremamente abençoada neste sentido. Mas precisa lutar com todas as suas forças para que eles tenham comida na mesa e possam ser pessoas honestas, bem criadas. Esforço e responsabilidade dos quais seu marido, Nnaife Owulum, se esquiva quase sempre sem a menor cerimônia.

“‘Deus , quando você irá criar uma mulher que se sinta satisfeita com sua própria pessoa, um ser humano pleno, não o apêndice de alguém?’, orava ela em desespero. ‘Afinal, nasci sozinha e sozinha hei de morrer. O que ganhei com tudo isso? Sim, tenho muitos filhos, mas com que vou alimentá-los? Com minha vida. Tenho que trabalhar até o osso para tomar conta deles, tenho que dar-lhes meu tudo. E se eu tiver a sorte de morrer em paz, tenho que dar-lhes minha alma. Eles adorarão meu espírito morto para que zele por eles: ele será considerado um bom espírito enquanto eles tiverem fartura de inhame e de filhos na família, mas, se por acaso alguma coisa der errado, se uma jovem esposa deixar de conceber ou se houver escassez, meu espírito morto será culpado.Quando ficarei livre?’” (p. 257)

“Alguns pais, em especial os que têm muitos filhos de diferentes esposas, podem rejeitar um mau filho, um amo pode rejeitar um criado perverso, uma esposa pode chegar ao ponto de abandonar um mau marido, mas uma mãe nunca, nunca pode rejeitar seu filho. Se ele for condenado, ela será condenada ao lado dele…” (p. 295)

As alegrias da maternidade é um livro com uma prosa muito fácil de ler, a história é muito boa, nos prende até a última página. Além do tema principal da maternidade — que para mim teve mais apelo —, há outros traços da cultura nigeriana do início do século XX são interessantes de ler e de comparar com a nossa realidade aqui no Brasil (daquela época e, porque não, de agora): conflitos e preconceito entre etnias; racismo; a sociedade patriarcal que rege as relações; as mulheres que se viram para viver no caos sendo subjugadas a todo o momento; os efeitos da colonização pela ótica dos colonizados; questionamentos de quem participou da Segunda Guerra Mundial, mas não na condição de “protagonista”, e sim de “coro” ou “quorum” para as “grandes potências” e mais alguma coisa que eu talvez tenha deixado passar aqui, seja por esquecimento ou por não querer dar muito spoiler do livro. Nós precisamos ler mais literatura africana para entendermos a nós mesmos não só como povo descendente (boa parte da população negra no Brasil veio de terras iorubás), mas também como povo colonizado. Vai por mim: você não vai se arrepender dessa viagem histórica e cultural.

“Somos como irmãs numa peregrinação. Por que não ajudaríamos uma à outra?” (p. 75)

Minha experiência de leitura foi enriquecida com o audiolivro disponibilizado gratuitamente pela editora Dublinense no Spotify e em várias outras plataformas. Fui caminhando pela narrativa de Emecheta ora pelo áudio, ora pelo livro, e tive momentos de mesclar os dois recursos. Minha dificuldade de concentração em audiolivros foi superada, pelo menos em As alegrias da maternidade. Foi uma leitura ímpar, recomendo enormemente!

“Pode ser que você tenha razão de novo, esposa mais velha. Só que quanto mais eu penso no assunto, mais me dou conta de que nós, mulheres, fixamos modelos impossíveis para nós mesmas. Que tornamos a vida intolerável umas para as outras. Não consigo corresponder a nossos modelos, esposa mais velha. Por isso preciso criar os meus próprios.” (p. 234)

site: https://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-as-alegrias-da-maternidade-de-buchi-emecheta/
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Erica.Barone 17/09/2022

Ser mãe é padecer no paraíso.
O livro alegrias da maternidade retrata que ser mãe é um carma e não uma benção, como culturalmente fomos condicionadas à acreditar. Como mãe, todavia, dar minha vida pelos meus filhos, assim como fez Nhu Ego, é coisa mais natural e irracional a ser feita. Gosto de livro que tem contexto histórico e social e nos faz refletir. Receita infalível a uma boa e proveitosa leitura.
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Andreia Guida 14/11/2023

Ser mãe é padecer no paraíso?
Impressionada com o engrandecimento cultural que esse livro trás. Tão sofrido e tão bem escrito, do tipo que nos deixa pensativa por dias e dias.
LuOli 16/11/2023minha estante
Literatura nigeriana nunca decepciona!




Paula 26/08/2020

Visceral
As dores de ser mulher. A cobrança da sociedade. Os papéis esperados. A violência do homem. Tudo sobre as costas de uma garota.
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Eliana 30/07/2020

Não julgue um livro pelo título
As alegrias da maternidade é um livro que aborda temas importantes como a maternidade e a cultura nigeriana entre outros assuntos. Começando pelo título que pode confundir alguns leitores o livro não aborda sobre a idealização da maternidade e sim da opressão da mulher negra nigeriana.?
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O livro é dividido em capítulos o que torna a leitura muito mais fluída e rápida. A autora tem uma escrita envolvente onde criamos um apego muito grande pelos personagens que são muito bem construídos durante a narrativa.?
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Nnu Ego é filha de uma grande líder africano, é enviada como esposa para um homem na capital da Nigéria. A coisa que ela mais sonha em realizar é de ser mãe pra que ela possa se tornar uma "mulher completa" e de acordo com seu povo ela precisa ter filhos homens.?
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A personagem se submete a diversas situações complicadas para criar os seus filhos praticamente sozinha pois o marido assim como os homens Igbos estão numa luta pela sobrevivência. ?
?
Ao longo da leitura passamos a refletir como a vida da autora influenciou na criação da obra, desde a sua escrita como também os cenários, e as diversas críticas que ela aponta no livro sobre a escravidão, racismo, colonialismo, independência feminina e de como a cultura patriarcal e colonial causaram na vida das pessoas negras principalmente às mulheres negras nigerianas. ?
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Foi uma das melhores leituras do ano, onde eu me senti muito íntima da protagonista criei um apego tão grande por ela que não conseguia me despedir. E por mais que o livro aborde temas pesados que nos causa indignação e repulsa a escrita da Buchi emecheta é fantástica de tirar o fôlego.
flapicolo 04/08/2020minha estante
Chorei tanto nesse livro...




Ana Tambara 04/03/2021

Socorrooooooooo
Livro maravilhoso! Extremamente bem escrito. Com uma história incrível, cheia de detalhes da cultura nigeriana da época. Virou um dos meus livros favoritos da vida. Se puderem, leiam.
Sensacional.
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Marília Enézia 30/12/2020

Amor é fogo que arde sem se ver
O ditado popular ?Ser mãe é padecer no paraíso? foi levado ao extremo nesse livro da
nigeriana Buchi Emecheta.

A história de Nnu Ego é envolvente, nos leva a sofrer junto com ela e me fez entender um pouco melhor como pode alguém
querer estar preso por vontade;
ter com quem te mata, lealdade.
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djoni moraes 13/06/2020

As Alegrias da Maternidade.
É uma leitura pungente, que em algumas horas me fez parar para refletir e, por que não, chorar. A vida de Nnu Ego é bastante difícil e no meio desta história conhecemos mais sobre a cultura tribal nigeriana e sobre como a maternidade é o sonho da maioria dos personagens femininos aqui retratados. No meio da trama, alguns pontos importantes sobre a sociedade nigeriana aparecem, como golpes de estado e o processo de diáspora em direção à capital, Lagos, e os fenômenos de urbanização vividos no país.
Uma leitura que recomendo fazer com uns lencinhos do lado, porque em "As Alegrias da Maternidade", não há muita alegria não.
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Ygor Araujo 28/11/2023

As Alegrias da Maternidade, de Buchi Emecheta
Buchi Emecheta tece uma trama para discutir os aspectos culturais da Nigéria. Nnu Ego, a protagonista, representa as mulheres, não só as nigerianas, mas todas aquelas que dão o sangue pelos filhos, são culpadas quando algo dá errado, e veem os homens tomando as glórias quando tudo vai bem. O livro apresenta uma crítica ao patriarcado, a submissão feminina e as desigualdades sociais. Tendo como pano de fundo principal a Nigéria do século XX e a Segunda Guerra Mundial, traça um panorama histórico e cultural da vida das mulheres nigerianas nesse período.
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Soliguetti 24/07/2020

Emocionante
A genialidade de "As Alegrias da Maternidade" já começa no título, que logo nos primeiros capítulos se demonstra irônico. Os sofrimentos e sacrifícios de uma mãe igbo são esmiuçados e postos em perspectiva numa sociedade extremamente machista, onde a mulher não é valorizada. O livro de Buchi Emecheta vai ficando cada vez mais emocionalmente carregado, a despeito da narrativa crua, e nas últimas páginas atinge seu ápice. Uma obra-prima.
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Ray 16/11/2020

Um baque atrás do outro
Afinal o que é a alegria da maternidade?
Esse livro é complexo o suficiente para te deixar inerte na sua cama, e ao mesmo tempo consegue te ensinar coisas de forma direta. O que mais me tocou foi o caminho percorrido para que os pais comecem a querer cobrar algo dos filhos, mas isso é apenas por ser um tema que estou explorando agora, pois como o título dessa resenha sugere existe muita coisa, desde machismo até um desmerecimento de uma cultura e aproveitamento da fé. É bom ver isso e as demais coisas se construindo no livro.
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